domingo, 25 de setembro de 2016

Vida Roubada - Capítulo 27



            Gabriela via e não acreditava. A todo o mais poderia suportar, entender e até mesmo vencer, mesmo que para isso fosse obrigada a guerrear em algumas batalhas. Havia perdido seu dinheiro e o status de invisibilidade social enquanto liderava ações muito lucrativas no crime internacional. Agora seu rosto não mais despertava apenas o desejo dos homens e a inveja das mulheres. Ser reconhecida seria sinônimo de um futuro bem menos glamoroso, vivido entre grades. Por isso deixara o Brasil às pressas e rumara para Rússia, onde teria em suas boates condições de estabelecer-se ou garantir recursos para uma fuga definitiva. Encontrou, porém, um cenário muito distinto do que havia deixado por lá, tempos atrás. Com um estabelecimento fechado pela polícia, ela recorreu ao outro para ser, além de sua fonte de recursos, esconderijo. Sua fortaleza, porém, já não existia.


           

            - Senti-se, Gabriela. Não posso me dizer surpreso da sua chegada, afinal, vi seu rosto algumas vezes hoje enquanto via os jornais internacionais. Nas editorias policiais, é claro. – Gabriela teve de ouvir de Nikolay, enquanto esse agia como se ela fosse a visitante e não ele, um invasor.
            - Eu não posso dizer o mesmo. Saia daqui, Nikolay. Faz muito tempo que não tenho o desprazer de encontrá-lo. E hoje não é o melhor momento. Vá e volte, se quiser, quando eu estiver melhor disposta.



            Por mais de uma década ela teve Nikolay como um concorrente. Um respeitoso concorrente. Ambos conheciam as vulnerabilidades e a ousadia do outro e respeitavam-se por isso. Ele jamais entrou no seu negócio na Rússia e ela respeitou que a Grécia era território dele. E como ela jamais teve interesse no tráfico de drogas sintéticas, permitiu a ele reinar sozinha nesse segmento. Apesar de nutrirem uma inimizade mútua, mantiveram-se bem dessa forma.

            - Creio que você não entendeu, minha cara. Você não pode me mandar sair, porque esse lugar agora é meu. – Nikolay encarou uma Gabriela descrente, quase sem chão, como jamais a tinha visto. Para tirar-lhe o pouco que restava de serenidade, chamou a pessoa responsável por ajudá-lo a chegar até ali e que agora invertia as posições frente a Gabriela. – Samantha, querida, venha aqui esclarecer as coisas para nossa... convidada.



            - Eu digo que é um prazer, Gabriela. Um esperado prazer. Assim que soube do seu sumiço, imaginei que viria buscar esconderijo aqui, e esperei, ansiosa, para tê-la em minhas mãos. – Samantha disse.
            - Suas mãos? Não seja imbecil. – Gabriela respondeu. – Chame Otto agora, quero esclarecimentos do que se passa aqui. Agora.

            O riso de Samantha. O deboche de Nikolay. A bebida servida em um copo polido pela empregada. A postura vitoriosa de ambos. Tudo aquilo dizia a Gabriela que aquela onda de notícias ruins ainda não chegara ao final.

            - Otto não existe mais, Gabriela. É passado. Tão passado quanto você ter o direito de dar ordens. Agora, quem dá as cartas sou eu. – Samantha disse antes de se aproximar de Nikolay, acariciar seu peito e beijá-lo nos lábios. – Não é verdade, meu querido.

            Sentindo que a situação era muito grave, Gabriela pensou que dar um passo atrás fosse mais seguro. Iria embora e daria a Nikolay a falsa sensação de vitória. Seria apenas uma estratégia, até interar-se do que realmente ocorrerá ali, enquanto ela focava sua atenção no Brasil. Seus planos eram colocar fim em Samantha o quanto antes. Pegou sua bolsa e caminhou para a porta sem deixar transparecer sua derrocada. E sentiu a espinha gelar quando a um estalar de dedos de Nikolay, dois de seus antigos funcionários – que porém jamais souberam que era ela no comando – interromperam a saída. Samantha aproximou-se e arrancou-lhe a bolsa.

            - Você não vai embora, Gabriela. Você pertence a esse lugar agora. – A negra explicou.
            - Você só pode estar louca, olhe bem para mim!
            - Nós estamos olhando, Gabriela. – Nikolay afirmou, buscando colocar ordem na discussão daquelas mulheres belas e tão iguais em seu entender. Uma estava a passos de assumir o lugar que já fora da outra. – Eu estou lhe fazendo um favor em aceitá-la aqui. Essa boate, que você sempre tratou como de ‘segunda classe’, cujos clientes são mais pobres e indelicados, terá de lhe servir de abrigo. E estou disposto a lhe oferecer isso.
            - Esse lugar é meu! – Gabriela gritou em resposta.
            - Não é o que os funcionários pensam. E, acredite, eles já me são muito fiéis. É a parte ruim de manter a identidade em sigilo, minha querida. Aqui, você não é ninguém, Não é nada além de uma vagabunda qualquer a procura de uma cama pra dormir em troca de trabalho. A sua sorte é que eu estou melhorando esse lugar. Quero melhorar a freguesia e...o seu talento corpo é perfeito para o que tenho em mente.
            - Jamais! Seu porco nojento! – Gabriela atirou-se contra ele, buscando atingi-lo no peito, mais para extravasar a raiva do que para ferir. Teve os punhos segurados com facilidade por Nikolay. – Largue-me! Não sou uma dessas vadias! Você não sabe do que eu sou capaz!
            - Não se faça de santa. Você é sim uma dessas vadias, só que usou da sua condição social para galgar alguns degraus.
            - Você não sabe de nada!
            - Sei mais do que seu pai sabia ao morrer! Sei bem dos homens que você seduziu para alcançar o seu posto na sociedade americana. Não foi com seu curso superior que você alcançou o top, querida. Foi usando desses belos e fartos atributos físicos que possui. Você apenas terá de voltar nas origens.
            - Jamais! Não tem como me obrigar.
            - A não – Foi Samantha, muito habituada a cumprir aquele papel, a retomar a palavra. – Você está presa aqui, Gabriela. Tão presa quanto qualquer outra que você trouxe para a Rússia para se prostituir. Estou com seu passaporte. Sua cara está estampada nos jornais. E se eu quiser, ligo para a polícia e você passará décadas presa. Não há escapatória para você.

            Mesmo desnorteada, Gabriela teve sensatez o bastante para aceitar a derrota. Manteve-se calada em aceitação. Ao menos temporariamente, não tinha alternativa que não baixar a guarda e aceitar a humilhante posição. De Samantha não tinha medo algum. Uma mulher fraca que sempre esteve às sombras de homens quase tão fracos quanto ela. Seu único arrependimento quanto a Samantha fora não ter lhe matado quando teve chance. Algo que ainda pretendia corrigir. De Nikolay sim, tinha de manter uma distância inteligente. Ele era capaz de ser tão cirúrgico quanto ela nas decisões, capaz de matar friamente ou deixar viver apenas para fazer sofrer.

            - Leve-a para o seu aposento, Samantha. E prepare-a para a nova...ocupação. – Nikolay riu e observou-a. – Esse tom de cabelo não me agradou. Vai descolorir completamente. Os cliente irão gostar. Depois irei vê-la, Gabriela.
            - Posso ser reconhecida por alguém caso saia por aí com o mesmo visual que usava antes. – Ela argumentou. Na vida, confiou seu cabelo a poucos profissionais. Não se agradava Samantha ter essa incumbência.
            - Com isso não precisa se preocupar. Ficará bem diferente do que estava. – A frase soou como ameaça. Ainda assim, Gabriela seguiu, de cabeça erguida, seguindo os passos de uma sorridente Samantha.
           

...

            Sabendo que a paciente teria ao lado em tempo integral o mais atento dos médicos, a obstetra de Elizabeth permitiu que ela fosse repousar em casa após poucos dias de internação. O tempo por lá, porém, mesmo que pequeno, serviu para estressar Elizabeth. Sobretudo pelo momento em que aconteceu. Ela estava com mais de oito meses de gestação e por conta de seus problemas de saúde poderia dar à luz a qualquer momento. Isso por si só já a enervava porque representava a chegada concreta de um ser que seria de sua total responsabilidade. Além disso, tudo ocorria num momento em que sua vida profissional necessitava de toda a atenção da investigadora enquanto Beatriz precisava da irmã. Infelizmente, todas elas eram a mesma mulher. E, como Miguel costumava repetir muito, agora era a hora de ser ‘mãe’ acima das outras funções.

            - Além disso, para ser minha esposa, investigadora, irmã de Beatriz e mãe de Benício, você precisa ter saúde.  É hora de se cuida, Liz. E eu estarei o tempo todo ao seu lado a partir de agora.



            Bem perto. No primeiro dia em casa após uma semana no hospital, Miguel manteve-se tão imóvel quanto Elizabeth, não dando a ela desculpa para deixar a cama. As orientações da médica são de que, salvo alguns passos pela casa, Elizabeth deveria manter-se deitada. Sua pressão seguia muito alta, apesar da medicação; e o atentado promovido por Gabriela, além de ter colaborado para que ela tivesse um sobressalto gigantesco, também a deixou com algumas escoriações.

            - Quando será que o Drº Miguel não dará alta, bebê? – Liza brincou, acariciando a barriga.
            - Nunca. Estou aqui para cuidar de vocês. Benício e a mamãe dele precisam da atenção do papai. – Ele já a tinha ajudado no banho, secado seus cabelos e massageado seus pés. – São 11hs da manhã e nosso almoço será entregue logo. O que quer fazer enquanto isso?
            - Cuidado, Miguel.
            - Com o que?
            - Não posso sair dessa cama. Você está aí, gostoso como nunca, sem camisa e ainda me apalpando. Posso ter ideias bem criativas do que fazer, querido marido.
            - Esse tipo de ideia está proibida até Benício nascer. Você ouviu a doutora Francisca, acabaram os sustos e estripulias. Agora é tranquilidade até o parto.
            - Está bem. Não pode me cuidar por tentar. – Liza ainda provocou. – Achou que você pode me trazer o notebook para eu revisar meus e-mails enquanto o almoço não chega. E então, eu prometo, após o almoço eu dormirei. E você terá um tempinho para cuidar da BTez.
            - Eu deixei pessoas responsáveis pela BTez. Não preciso trabalhar quando minha esposa está prestes a parir. São as vantagens de ser patrão. – Miguel provocou antes de beijá-la.



            - Vou buscar o seu computador, senhora Benitez. Mas sem exageros, combinado?
           
            Elizabeth bem que tentou manter-se calma, apenas conferindo algumas obrigações burocráticas que deveria ter feito antes de sair de licença, mas que não conseguiu. Também tinha certeza de que Rebeca iria lhe manter atualizada nas investigações. E acertou. Em dois e-mails extensos, Beca a avisou que fora pedido bloqueio das contas de Gabriela e, também, a quebra do sigilo bancário e telefônico. Essas informações provavelmente a ligarão com outras pessoas e, com sorte, darão um rumo às buscas.

            - Como ela pode ter desaparecido dessa forma? – Miguel ainda não havia aceitado o fato de sua prima, com quem cresceu ser uma criminosa internacional.

            E entendera menos ainda como ela pode parar uma rodovia, forçar um acidente jogando um carro sobre uma policial federal e, ainda assim, desaparecer no mundo. Gabriela Alencastro, junto de seu pai, havia deixado um rastro de falcatruas que prejudicaram muito a BTez. E agora ela atentara contra a vida de Elizabeth e, por consequência, de Benício. Ao que tudo indicava, por mais difícil que lhe fosse acreditar, fora Gabriela a mandante da morte de Willian. Seu amigo e colega de medicina morrera por um capricho de Gabriela. Seu intuito era ter domínio sobre Elizabeth por meio de Beatriz. E a vida de sua cunhada ainda era uma incógnita que mantinha Elizabeth sem paz.

            - Sou capaz de apostar que ela já está na Rússia. – Liz trouxe seus pensamentos para a conversa novamente.
            - Mas como chegou lá?
            - Não é fácil saber. Mas existem meios. Ela é mais esperta do que pensávamos. Por tanto, já deve ter vindo ao Brasil portando documentos falsos ou tendo um plano de saída alternativo. E não nos faltam fronteiras disponíveis a uma fuga.
            - Eu te conheço, Liz. Você tem uma teoria. O que faria no lugar dela?
            - É, você me conhece bem demais até. – Miguel decifrara a forma bem sucedida de Elizabeth desvendar seus casos. Ela conseguia se colocar no lugar do criminoso, antecipar seus passos e alcançar a resposta que procurava. – Acho que ela pegou um voo interno, já que imaginou que em São Paulo teria uma vigilância superior. Foi até o Espírito Santo ou Minas Gerais e de lá deixou o Brasil por ar. Ou, quem sabe, foi até o Rio Grande do Sul e, por terra, alcançou a Argentina e de lá seguiu para Europa.
            - Mas há algum indício de que a Noxotb tenha sido reaberta?
            - Não. Está fechada e sob olhar atendo da polícia russa. Mas Rebeca tem conseguiu sérias indicações de que Noxotb não era a única boate liderada por Gabriela. Existiria pelo menos mais uma. O nome dessa é o que ainda não temos. É nesse lugar que Gabriela está, pode acreditar.

            Muitos e-mails foram apagados, alguns sites visitados, redes sociais atualizadas e, de repente, Liz resolveu conferir uma conta de e-mail mais antiga, que usava mais raramente. Viu que tinham várias propagandas, algumas mensagens automáticas e...uma única mensagem a qual ela reconhecia o remetente. Reconhecia a ponto de ter as mãos tremendo no momento em que clicou no ‘abrir’.

            - Miguel...Miguel...olhe isso. É Bia. É uma mensagem de Bia! – Elizabeth não acreditava naquilo. E a internet, de alta velocidade, pareceu lenta em abrir o texto.
            - Acalme-se, Liz. – Ele não precisava medir a sua pressão para saber que estava nas alturas. - Tem muitos arquivos. Pode ser apenas uma brincadeira de mau gosto ou vírus.
            - Não! Bia conhecia essa conta. Sempre usou-a, apesar de ter meus contatos mais recentes.



            Liz foi abrindo os arquivos um a um, passando os olhos nos textos e anotações, reconhecendo o texto e a forma de organização mental imposta por sua irmã a cada matéria. Havia Beatriz em cada uma daquelas linhas rascunhadas. Nas fotos apareciam ruas de prostituição de São Paulo, nas quais caminhavam suspeitos que ela investigava. Beatriz estava lhe enviando informações valiosas, o que tinha de significar alguma coisa. Ela deveria ter conseguido escapar de Sebastian Gonzáles, talvez estivesse escondida em algum lugar, passando necessidade.

            - Veja se há algum texto no corpo do e-mail, Liz? – Miguel estimulou, vendo que o nervosismo a fazia perder coisas obvias.

“Minha irmã, enfim consigo me comunicar com você. Precisamos conversar. Compre um chip de celular e me envie o número. Não pode ser o seu, nem nenhum outro que a polícia possa rastrear. Preciso da sua ajuda
Bia”

            - Como assim? Eu sou a polícia! Porque ela não quer ser rastreada? Não faz sentido. – Liz não entendera nada.
            Miguel também não. Mas ele conseguiu sair mais rapidamente do torpor que envolveu a ambos. Ele tinha um chip de celular uma gaveta e entregou à Liz. Antes mesmo de instalá-lo no aparelho, ela respondeu o e-mail de Bia, passando o número e pedindo que ela ligasse o quanto antes. Depois disso, Miguel aceitou que não existiria chá, banho ou massagem capaz de acalmar Liz. Ela ria e chorava ao mesmo tempo, num nervosismo feliz.

            - Ela está viva! Viva! Eu sempre soube! Minha Beatriz está viva! – Elizabeth repetia e abraçava Miguel sem parar.

            Elizabeth chamou Rebeca e Tom para o seu apartamento. Se ela não podia vir a Polícia Federal, eles teriam de mudar o escritório para o apartamento dela. E todos se surpreenderam com o que viram no e-mail. Ao que parecia, Bia tinha conseguido liberdade o suficiente para acessar os arquivos em nuvem que utilizava para manter suas pesquisas profissionais. Ali ela tinha materiais brutos, que não conseguira editar para publicar porque fora sequestrada antes.

            - Com alguma sorte, aqui nessas imagens haverá alguém que nos leve até a outra ou as outras boates de Gabriela ou até a pessoa que a vem escondendo. – Tomas afirmou.
            - Sebastian Gonzáles deve ser o nosso primeiro suspeito. – Liz lembrou o chefe. – É provável que ele tenha ido ajudar Gabriela, abrindo espaço para Bia fugir.
            - Ele não saiu dos EUA, nem Gabriela entrou lá. – Rebeca informou. - Aliás, minhas fontes afirmam que ele não sai de casa há dias.
            - Mesmo assim. Bia esteve com ele...ou ainda está!
            - Fique calma, Liz. Ela vai entrar em contato e vai esclarecer tudo. – Rebeca estava ansiosa para que Miguel voltasse a ficar ali, junto de Elizabeth naquele momento difícil. Mas, ao que parecia, não seria assim.

            Depois de seu telefone tocar muitas vezes em sequência, ele pediu licença para atender a ligação e desapareceu na cozinha do apartamento. Liz, muito nervosa, não percebera, mas Tom e Rebeca estranharam a demora e os passos nervosos que ele dava no outro cômodo. Quando voltou ao quarto, ele sentou-se ao lado da esposa, acariciou seu rosto como que pedindo desculpas. Liz, que vivia sua própria tempestade emocional, percebeu no toque diferente e nas mãos vários graus mais geladas, que havia algo de muito errado.

            - O que há? Miguel, você está bem? – Ela perguntou.
            - Me perdoa...eu deveria ficar aqui, com você, do seu lado, oferecendo ajuda. Mas...
            - O que houve? Quem ligou?
            - Era madre. Alejandra está dando à luz. – E a notícia o deixou com a consciência pesada. Uma filha sua estava vindo ao mundo e ele pouco lhe deu de atenção durante toda a gravidez de sua mãe, devido a inúmeras coisas que ela não tinha culpa. – Virá prematura...e...eu...
            - Eu compreendo, Miguel! Vá. – Elizabeth estava tentando passar uma calma bem superior a que realmente sentia. Saber que o marido estaria na cabeceira de outra mulher, que ele via outro bebê nascer e que esse era um elo eterno entre ele e Alejandra, não representava uma alegria. Ainda assim, o dever era superior. – Rebeca e Tom estão aqui. Vá ver sua filha nascer.
            - Perdoe-me! – Ele pediu novamente.
            - Vá! Não está fazendo nada de errado. – Liz repetiu e viu Miguel sair do quarto.


            Não lhe faltavam razões para estar nervosa. Entre elas, seu marido sendo pai...de um filho que não era o abrigado em seu ventre. Jamais reconheceria, mas a dor estava ali, provando-a que já não era uma mulher tão fria quanto gostava de pensar.

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