domingo, 28 de agosto de 2016

Alguém Para Perdoar - Cap 11

          O telefone tocava sem parar. Uma, duas, três, quatro ligações. Todas finalizadas pela operadora sem que Márcia conseguisse falar com Raul. Ao que parecia, o advogado estava realmente irredutível na decisão de não mais representá-la judicialmente no processo da guarda de Joaquim. Seria lealdade masculina? Não Raul jamais manifestou nenhuma simpatia por Alex. Ainda na sala de Jonas, agora sozinha, Márcia seguiu olhando para a porta retrato que exibia a família feliz do sócio.
            Há tempos atrás, quando acabara de se divorciar e buscava dar um novo rumo a sua vida, a oferta de Juliana para lhe vender a parte que lhe cabia na JRJ, lhe soou como louca e interessante. Pensou que numa empresa na qual não teria laços familiares nem de amizade conseguiria impor um ritmo de trabalho forte aos funcionários. Afeição e sentimentos, a sociedade com o marido lhe provou, faziam muito mal aos negócios. Logo que chegou à JRJ, ficou chocada com a forma quase fraternal que tinham de lidar com as obrigações.
            Funcionava para eles, era inegável, mas não lhe agradava. As agendas eram quase compartilhadas e cabia a secretária equilibrar as mudanças de última hora. Ela simplesmente não funcionava daquela forma. Porém, após aquela conversa com Jonas, podia ver as razões para aquilo. Ele inegavelmente valorizava muito ambas as empresas em que atuava, porém, nada lhe era mais importante que sua família. Isso valia para os que viviam no interior do Rio Grande do Sul e, também aos que tinha por perto todos os dias, ali em São Paulo.
            Nunca tornou-se íntima de Emily, talvez por acreditar demais no que Juliana lhe afirmou. Sua amiga, que fora namorada de Jonas num passado distante, guardava esperanças de ficar com ele até vê-lo passar rapidamente de solteiro convicto para marido apaixonado e pai devotado. Revoltada, culpou a mulher que conseguiu despertar em Jonas o que ela passou anos tentando sem sucesso. Agora Márcia começa a rever seus conceitos. Parecia que tanto Jonas quanto Rafael tinham boas razões para agir como agiam. E se por anos a JRJ funcionou dessa forma, com sucesso, quem seria ela para questionar.
            Decidida a mudar o rumo da própria vida, Márcia deixou a construtora e seguiu até o escritório de Raul. Talvez ele estivesse apenas ignorando suas chamadas no celular. A secretária, porém, lhe explicou que não.

            - O senhor Raul está no fórum, em uma audiência. Não deve retornar. – Explicou a jovem e bonita garota. – A senhora quer deixar recado?

            Não quis. Tinha de aproveitar aquele momento de decisão ou acabaria desistindo do que planejava fazer. Voltou ao trânsito e, dessa vez, seu destino foi o apartamento de Raul. Ela o tinha há bastante tempo, mas nunca fora procurá-lo na residência. Chegou, perguntou ao porteiro e ficou sabendo que ele não estava.

            - Vou esperar no carro. – Avisou.

            Passaram 15 minutos. Passaram 20 minutos. E mais 30. Quando Márcia estava quase desistindo, avistou o carro dele virar a esquina. Ele não a viu, entrou na garagem e então Márcia esperou mais um pouco, o tempo que ele precisava para chegar ao apartamento. Então voltou a portaria e avisou ao porteiro que gostaria de subir. Ele até argumentou que o morador não havia passado por ali, mas logo entendeu que aquela mulher não desistiria fácil. Interfonou para um irritado Raul, que, apesar do cansaço de um dia péssimo, resolveu receber Márcia.

            - Eu vi suas ligações, mas não podia atender naquele momento. – Disse assim que abriu a porta. – Iria retornar assim que pudesse tomar um banho, abrir um vinho e relaxar. Mas já que está aqui, entre.



            - Preciso falar com você.
            - Não. Tudo o que tínhamos para resolver foi resolvido. Agora, assim que você encontrar outro advogado, passo o caso para ele. É simples.
            - Só 10 minutos. Me dá 10 minutos para tentar te convencer a não abandonar o caso.
            - Nem que fosse o dia todo, Márcia. Nós não conseguiremos bons resultados juntos. É ruim para você que eu siga te representando.
            - 10 minutos, por favor. – Ela insistiu.
           
            Raul estranhou aquela postura em Márcia. Desde o momento em que ela o contratara, oferecendo uma quantia vergonhosamente alta para arrancar tudo o que pudesse de Alex Salomão no acordo de divórcio. Naquele momento ele já percebia um imenso rancor nela, mas acreditara ser algo momentâneo. Estava ferida pela traição do marido e parceiro de tantos anos. Só que aquele comportamento pouco sensato e movido pela mágoa, por um ideal que só via vingança, esquecendo-se da criança que sofria em meio aquela briga, não teve fim nem mesmo perdeu força. Agora parecia ter a sua frente outra mulher.
            - Sei que errei, não deveria ter dito o que lhe disse e nem ter tentando interferir nas ordens judiciais. Eu preciso da sua ajuda. Não posso perder meu filho, não posso.
            - Não sei se devo te ajudar, preciso pensar. – Ele queria ajudar, afinal, aquela lhe parecia outra mulher. Porém, tinha medo do local aonde aquela decisão poderia lhe levar. - Você é muito impulsiva, não aceita regras, não aceita que mandem em você. Sei o quanto você sofreu em seu casamento, mas precisa agir pensando além do próprio sofrimento.
            - Eu sei...
            - Eu ainda estou falando. – O advogado cortou-a. - Seu filho é a prioridade. Deveria ser a primeira das suas preocupações. Se o seu ex te traiu, é uma pena. Mas vocês já estão separados e você já se vingou arrancando-se muito mais do que merecia em dinheiro.
            - Não uso meu filho em vingança. Jamais desejei isso.
            - Usa! Talvez não seja intencional, mas usa. Deve conversar com seu filho é saber como ele se sente diante dessa situação. Aliás, essa é a minha sugestão. Faça isso, converse com Joaquim e depois voltamos a conversar.
            - Mas...
            - Agora, se já nos resolvemos, peço que se retire, pois tenho que tomar um banho e ir para outro compromisso. Até mais... e pense no que eu disse. – Raul disse e abriu a porta.
           


            - Posso considerá-lo meu advogado novamente? – Ela estava decidida a não sair sem essa certeza. – Por favor.
            - Pode...desde que converse com seu filho. – Ele concedeu.

            Com aquela confirmação, Márcia foi para casa. Não tinha certeza alguma do que faria, mas estava decidia a mudar a sua forma de lidar com a vida. Sentia-se com alguém que começava uma dieta restritiva. Só que ao invés de restringir carboidratos ou açúcar, tentaria reduzir o ódio e as atitudes rancorosas, abrindo espaço em sua vida para sentimentos mais bonitos.
Naquele momento, no orfanato liderado pelas mãos maternais de Marta, Rafael seguia esperando. Depois de conversar com a senhora que conhecia tão bem a menina que Melissa tanto desejava, ele se sentia dormente. Seu coração estava cortado, devastado e ensanguentado. Sua vontade era sair correndo em direção à JRJ, fazer suas reuniões e esquecer dos problemas particulares. Mas isso não ocorreria, Não enquanto finalmente não enfrentasse seus próprios desafios. Conversaria com Isabely e enfrentaria os próprios demônios. Ele tremeu quando os olhos da menina se fixaram nele, mas sentou-se ao seu lado e encarou o desafio de conversar com alguém com quem não tinha nenhuma afinidade, mas que já era muito amada por sua esposa e filho.

            - Oi. – Foi o que conseguiu falar.
            - Oi. Se veio buscar o seu filho, ele...
            - Ele já foi, eu sei. – Rafael não sabia bem como começar a conversa, mas teve que seguir. - Vim conhecer você, se quiser, me conhecer também, é claro.


            - Porque você quer me conhecer? Eu sou igual às crianças daqui, todas elas. Não tenho pai nem mãe. Porque você e sua esposa querem conhecer justamente eu?
            - Até hoje pela manhã eu também me perguntava isso, Isabely. Não entendia a razão da minha esposa desejar tanto se aproximar de você. Briguei com ela por isso. Hoje acho que descobri por que é você e não nenhuma outra criança. Você é especial.
            - Eu não tenho nada de especial! – Ela gritou.
            - Pra nossa família é, muito. – E agora ele se incluía nisso. - Te peço desculpas, pois julguei você e isso não se faz a uma criança...
            - Não sou criança! – Ela repetiu.
            - Está bem. – Rafael concedeu. Porém, no íntimo, pensava que ela era muito criança. E precisava da sua atenção. – Ninguém deve ser julgado. Não sem antes ter a chance de se expressar. Eu agora entendo o desejo de Melissa em te conhecer melhor. E, se você permitiu que Tales seja seu amigo, pode nos deixar te conhecer melhor também. Vamos ser amigos?
            - Sou amiga de Tales porque ele não quer nada em troca. Gente velha sempre quer algo em troca.
            - Eu não quero. Nada além de ser seu amigo. – Rafael respondeu, mesmo achando graça do comentário tipicamente infantil de alguém que se dizia uma adulta. – Só quero que você permita que a minha família a conheça melhor. Não estou falando em adotá-la nem em levá-la para morar na nossa casa. Isso só acontecerá algum dia, se você quiser.
            - Jura que você e sua mulher não querem isso? – Sua casa é o abrigo, sua família é formada por Marta e as outras crianças. E desejava que continuasse assim.
            - Não posso jurar isso. Seria mentira. E eu não vou mentir pra você. Melissa quer adotá-la sim. Eu não queria, mas agora entendo porque minha esposa pensou nisso. Mas jamais faremos nada que você não queira. Conversei com Marta e ela nos falou da possibilidade de você ser nossa afilhada. Assim poderá nos conhecer melhor, frequentar a nossa casa, brincar....digo...passar um tempo com Tales, e depois voltar aqui para a sua casa. O que acha?
            - Acho legal. Mas tem uma condição.
            - Qual?
            - Eu não quero ser mimada por vocês como se eu fosse o mascote da família. Não preciso que fiquem me olhando com pena. – Ela explicou. Apesar de jovem, conhecia bem aquele olhar de pena.
            - Não é pena que nos motiva, Isabely. – É amor, no caso dele um amor recém descoberto. Mas essa parte ele optou por não externar. A menina não estava pronta para isso. – Eu vou conversar com Marta. Se prepare então para passar esse final de semana lá em casa. Tales vai adorar.

            Ele e Melissa já tinham cadastro como uma família acolhedora. Por isso, não foi difícil liberar a saída de Isabely. Marta estava muito feliz. Sempre amou todas as crianças que passaram por aquele lar, mas, por algumas, teve despertado um sentimento especial. Emily fora um desses casos e ver aquela menina lutar por seus objetivos e vencer na vida foi o grande orgulho de sua vida. Agora, vivia esse mesmo sentimento por Isabely. Aquela criança tinha uma história de vida muito sofrida e parecia lutar contra a felicidade. O coração de Marta dizia que dessa vez Rafael e Melissa não permitiriam que ela fugisse de ter família. Estavam dispostos a lutar por ela.

            O horário de almoço já havia passado há bastante tempo quando, enfim, os Vicentin sentaram-se à mesa. Ninguém tinha vontade de comer. Alguns, como Milena, porque o nervosismo havia matado todo o apetite, ou como a vovó Ângela que, comeu sem se preocupar.

            - Vou comer sim. A família está aumentando. Isso é razão pra festejar e não para ficar sem comer. – Vovó estava muito feliz. – E você, Milena, não me enganou nadinha. Eu sabia que aquele rapaz ia te chamar a atenção. E não ia? Até eu, que já passei da idade, virei o pescoço pra olhar. Ele é um charme só. Claro que minha neta não ia deixar passar.
           
            - Vovó! Por favor! – Milena reclamou.
            - Isso mesmo. Não adianta ficar vermelha. Um homem daqueles a gente não deixa passar. – A senhora não tinha papas na língua. – E agora minha Maria terá um pai, isso é motivo para comemorar.

            Maria Fernanda tinha recebido seu almoço, no horário de sempre. Mas estava desconfiada do que acontecia. Ela sabia que seu avô estava no escritório com alguém, mas ninguém lhe dizia quem era. Aquela hora, deveria estar tirando seu cochilo, mas não adormeceu, apesar da mãe ter tentado colocá-la para dormir. Sua ansiedade foi explicada quando viu Nathan deixar o escritório. Saiu correndo e atirou-se em seus braços. Com gestos atrapalhados, perguntou se ele veio lhe fazer maçarão, igual aquele dia, no restaurante. Milena, percebendo que todos riam, menos Nathan, que não havia entendido a menina, traduz a pergunta, mas a repreende.

            - Você já almoçou. Não seja gulosa nem intrometida. – Falou por sinais e voz.

            Nathan, porém, desejava passar algum tempo com a filha. E se ela queria macarrão, ele podia oferecer isso à menina. Bem devagar para que a pequena pudesse ler seus lábios, ele respondeu.

            - Se sua mãe e seus avós deixarem, eu faço o macarrão agora mesmo para você.
         - Não precisa Nathan. – Milena afirmou, mas se arrependeu quando viu a mesma expressão de decepção em pai e filha.





            Coube à bisa Ângela ajudar Maria Fernanda. Cansada de ver Milena agir como pensava ser o certo, mas não como pedia seu coração, a idosa tomou a frente. Pegou Nathan pelo braço e, ciente de que ninguém iria contrariar uma anciã, rumou para a cozinha.

            - Deixe o rapaz cozinhar para a menina. E para nós! Aí vemos se ele cozinha bem mesmo. Ralhou com a neta.
            - Mamãe! – Leonel gritou. Ele conhecia bem aquela senhora e sabia que se aceitava Nathan em sua cozinha era por simpatizar com ele. – Nathan é chefe de cozinha, mas não veio aqui para isso. E tenho certeza que Ana está com comida pronta. São mais de duas da tarde. Ele não vai fazer macarrão agora!
            - Vai sim! A filha dele quer. E eu também. – Estava encerrado o assunto. - Vem meu filho, vou te mostrar a cozinha.

            Maria Fernanda foi junto, era a ajudante de cozinha. Coube a Nathan preparar apenas um molho de tomate e colocar para cozinhar o macarrão feito em casa que sempre estava à disposição na geladeira. Afinal, em casa de italiano, macarrão nunca faltava. Ana o ajudou a encontrar o que precisava e, ao lado do pai, Maria Fernanda misturou os ingredientes. Impossível para Milena não se emocionar vendo os dois tão bem integrados naquele trabalho de equipe. Enquanto eles trabalhava, ela pegou o celular que fora desprezado pela sala e fez uma foto deles juntos. A primeira de muitas, desconfiava.



            Terminada a preparação e eles por a mesa e todos vão almoçar. Mesmo aqueles que não tinham fome sentaram-se a mesa para satisfazer a pequena, que, animadamente, realizou o desejo de almoçar aquele macarrão. Por gestos ela disse a Nathan que estava “muito bom”. E ele, que já tinha ganho aplausos internacionais por pratos muito mais elaborados, recebia o maior elogio de sua vida.

            - Meu filho, você cozinha muito bem. – Vovó Ângela elogiou. - Se eu fosse solteira e mais nova, te levava para o altar agora mesmo.

            Como já era esperado, Nathan ficou sem jeito e Milena repreendeu sua avó. Na verdade porém, a velha senhora fazia aquilo de propósito, para aliviar os ânimos, afinal, todos naquela mesa, à exceção de Maria Fernanda, estavam nervosos.

            - Vamos todos almoçar em paz. Depois eu cuidarei da mesa. – Giovanna assumiu a responsabilidade de colocar ordem naquela estranha refeição. - Milena e o Nathan têm uma missão muito importante, que não pode ser adiada.

            Quando o almoço fora de hora termina, Maria Fernanda pergunta se pode ir brincar no balanço. A mãe concorda, mas avisa que ela e Nathan irão também.
            - Temos que te contar uma coisa. Vamos brincar. – Ela avisa, fazendo a alegria da menina.
            Enquanto Nathan e Maria vão ao balanço, Giovanna chama a filha e lhe entrega um álbum de fotos. Nele, recordações da gravidez de Milena, do nascimento de Maria Fernanda e sua primeira infância. Os primeiros passos, as primeiras quedas, a ida para a escolinha, o crescimento dela. Após agradecer a mãe, Milena foi ao encontro de pai e filha, carregando aquelas tão importantes recordações. Quando chega ao parquinho, encontra a filha no colo do Nathan, se balançando.

            - Tem um lugar para mim nessa brincadeira?
            - Sempre haverá lugar pra você. – Nathan responde, abrindo espaço para ela.
           
            Com Maria sentada entre os pais no imenso balanço, Milena entrega para Nathan o álbum. Juntos, eles ficam olhando as imagens e comentando uma a uma. Muitas vezes Maria quis dizer algo para ele, mas precisou da tradução de Milena. Ela, delicadamente, ia fazendo essa ponte entre pai e filha enquanto ainda precisavam de ajuda. Logo compreenderiam um ao outro só pelo olhar.



            Foto por foto Nathan foi se emocionando e conhecendo a história de sua filha. Do miúdo bebê que nasceu sem ter um pai para ampará-la, até a menina que encantava a todos. Seu crescimento estava ali. E era perceptível em cada foto o tamanho do amor que cada Vicentin tinha por Maria. Ao virar as páginas do álbum Nathan sentiu uma ferida se fechar em seu peito e agradeceu a Milena por isso. Agora, ao menos conhecia um pouco melhor aquela menina que tanto já amava.

            - Obrigada. De verdade. – Disse para ela. – E me perdoe. Eu queria muito ter estado aqui no dia em que você deu a luz. Mas eu entendo que a culpa é minha. Você não tinha razão para acreditar que eu seria um bom pai. Eu vou ser, prometo.
            - Vamos deixar o passado no lugar dele, Nathan. Ainda tem muitas páginas em branco nesse álbum. Muitas. – Ela então olha para a filha, que não entendia porque os adultos estavam tão sérios. – Maria, você quer ver a nova foto que a mamãe colocará no álbum?  Uma foto sua com seu pai?

            Curiosa e desconfiada, Maria olha para mãe com os olhos brilhando. Milena tira o celular do bolso e mostra a foto dos dois cozinhando, pouco tempo antes. Instantaneamente, pai e filha se olham, ambos entenderam o que Milena disse por sinais e voz ao mesmo tempo. Maria olha para Nathan, desce do balanço e depois passa a encarar a mãe, esperando por uma confirmação. Ela demora a acreditar. Por um gesto, perguntando para mãe: “ele é meu pai mesmo?”. Milena faz que sim com a cabeça e Maria abraça Nathan silenciosamente. Sempre quis um papai e agora tinha um. Milena sai lentamente, deixando pai e filha aproveitarem o momento. Ele deixou escapar algumas lágrimas. Ela era só sorrisos. Formas diferentes de expressar o mesmo sentimento.




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