domingo, 20 de setembro de 2015

Diaba Ruiva - Passado Revelado: Cap 22


            Antes que Rachel tivesse a chance de chamar Verônica para a briga novamente ou iniciar uma discussão com Neal, Peter chamou os dois de volta ao FBI. Estava disposto a entender a ajudar seus amigos. Mas aquilo estava saindo do limite. Neal e suas mentiras, Rachel e seus escândalos. Juntos eles comprometeram uma operação importante do FBI. O encontro de Rachel na praça com representantes da quadrilha que vendia crianças não ocorreu e ele, como chefe da divisão de colarinho branco, responderia pelo erro.

            - O que vocês têm a me dizer sobre isso? – Perguntou aos dois.
            - Desculpe, Peter. Eu perdi a cabeça. – Rachel se desculpou. – Vou tentar remediar as coisas. Não se preocupe.
            - Eu também me desculpo. – Neal disse. – Agora se você puder nos deixar a sós. Preciso conversar com Rachel.
            - Eu não tenho nada para falar com você! – Ela disse e saiu sem dar a eles nenhuma oportunidade de convencê-la do contrário.

            Peter e Neal ficaram ali, encarando-se da mesma forma que há anos atrás. Sabiam que uma mentira pairava entre eles. E esperavam para ver quem seria o primeiro a falar. Dessa vez Peter não estava disposto a aceitar as mentiras de Neal Caffrey.



            - O que aquela mulher fez para atraí-lo até a praça, Neal?
            - Ela é mulher. Não basta?
            - Bastaria. Há alguns anos atrás. Hoje não. Você não é mais o garoto que não aguentava ver uma bela mulher.

            Neal não tinha alternativa. Estava com John em seu encalço e, de sua atitude, dependeria ele acreditar ou não no fim do relacionamento com Rachel. Se não acreditasse, voltaria seu ódio novamente para Rachel ou sumiria no mundo juntando forças para mais uma vez caçar o diamante que Rachel agora guardava em algum lugar de sua casa. Resolveu então abrir o jogo. Mas não ali.

            - Vamos conversar eu, você e Mozz, hoje a noite no apartamento de June. Mas Elizabeth não pode saber de nada. Ela contaria para Rachel. E se Rachel souber todo meu esforço se esvai.

            Verônica chegou ao esconderijo onde John vivia após dar muitas voltas para despistar o FBI, caso tivessem resolvido lhe seguir. Treinamento para isso não lhe faltou nos anos de convivência com John Turner. Seu pai era um especialista em prender e em escapar da prisão. Sabia cometer crimes de inteligência e também matar. Assim como Rachel, a mulher que também o chamava de pai, mas que jamais consideraria sua irmã.

            - Porque você está nesse estado, garota? Caffrey fez isso? – John havia estranho a demora da filha. No momento ela era sua única aliada e se algo lhe acontecesse seria um grande risco. Mesmo longe de ter a mesma competência de Rachel, Verônica lhe era útil. Ela também estava alguns degraus abaixo no quesito inteligência e não era difícil manobrá-la.
            - Neal, não. Foi ela. Sua filhinha ruiva. Ela nos viu juntos e veio me agredir. Gritou com ele, me bateu. Até que os amiguinhos do FBI chegaram para segurá-la. Eles não estão mais juntos, eu garanto.
            - Não seguiram você?
            - É claro que não. Eu não sou burra.
            - Assim espero. – John afirmou.

            Essa incerteza mexeu com os planos de John. Aquela separação ainda não o tinha convencido. Pensou que Caffrey tentava enganá-lo, aliado a Rachel. Se ela foi capaz de agredir Verônica por vê-los juntos, Neal Caffrey e realmente havia posto fim ao enlace, abandonado-a, poderia tê-lo como aliado. Por outro lado, se havia ciúme, o relacionamento ainda poderia ser reatado. Era hora de pensar seriamente em ter Neal como aliado. E, quem sabe, usar Rachel.

            - Agora sim, você realmente me interessa Neal.
            - E também a mim, papai. – Verônica disse.
            - Eu não contaria com isso, querida. – Neal não era tão tolo assim. – Amanhã nós tomaremos uma atitude. Vá descansar, querida. Seu dia foi longo.



            Descanso não estava nos planos de Neal. Em seu antigo apartamento ele reuniu-se com Peter e Mozz. Falou muito enquanto eles, parecendo antigos aliados, apenas ouviram. Contou da sua aproximação com John, o envolvimento com Verônica, a briga com Rachel, a separação e a distância dos filhos.

            - Então toda aquela reclamação dela estar se colocando em perigo não passava de uma mentira? – Mozz estava magoado por ter sido enganado. – Neal! Como pode!
            - Não foi bem assim, eu estava chateado com ela. Rachel...Rachel passa do limite. Ela não observa o risco. E eu realmente sinto medo por ela. Pela nossa família. – Neal explicou.
            - E como nos enganar, se separar da Rachel e sair com Verônica iriam ajudar sua família? – Peter estava possesso.
            - Eu precisava encontrar um meio de acabar com John. Só preso...ou morto ele nos deixará em paz. Então Verônica se aproximou de mim e me levou até John.
            - Você esteve com ele?!?! – Uma coisa não encaixava naquilo. – E a sua tornozeleira?
            - Peter...desculpa...mas você sabe que pra mim isso não é obstáculo.

            Neal havia simplesmente acessado o sistema do FBI e mexido nos registros. Era simples também desligar a tornozeleira. Para os outros, até poderia ser difícil, mas não para ele.

            - Depois nós vamos conversar a respeito disso. – Ele tinha assuntos mais importantes. – Se conseguiu se encontrar com ele, porque não nos avisou o local para prendê-lo.
            - Porque não sei onde ele está. E nós dois sabemos que para John desaparecer novamente basta que ele desconfie que estamos perto. Ele acha que eu tenho pistas que podem ler ao diamante, mas não sabe que ele já está com Rachel. É isso que a mantém em segurança. Verônica é minha ligação com John. Preciso que ele confie em mim. E se isso acontecer, levarei o FBI até ele, acabo com ele e refaço meu casamento.

            Isso, se Rachel ainda o quiser, foi o que Peter pensou. Agora entendia as atitudes do amigo. Mas achava muito arriscada a sua postura. John já tinha dado provas de ser muito mais que um bandido. Ele beirava à loucura. Passou a vida obcecado por um roubo e usou Rachel, Verônica e talvez outros mais para cometer crimes em seu lugar. Tudo no intuito de encontrar o diamante. Peter e Mozz ali firmaram um pacto. Se tudo o que Neal fez foi arriscado, agora não podiam voltar atrás.

            - Estou dentro. – Decretou Mozz para então se levantar. – Mas agora preciso ir.
            - Aonde você vai? – Neal não espera isso do amigo.
            - Vou encontrar Olívia. Estou atrasado.
            - Olívia? A assistente social?
            - Essa mesma! Porque a surpresa, Neal? Você não é o único que pode se encontrar com uma bela loura pelas praças da cidade. Agora com licença. Qualquer evolução com sua Verônica Saldanha me avise.
            - Eu também estou dentro do plano. – Peter confirmou. – Amanhã Verônica irá procurá-lo você descobrirá onde ele está. Vai nos acionar. E vamos enfim fechar as algemas em John Turner. Resta saber como Rachel reagirá a tudo isso. Ela está muito revoltada.



            Revoltada estava muito longe de descrever fielmente o estado de espírito de Rachel. Seu sangue fervia ao lembrar de Neal com a loura. Arrependia-se de ter batido nela. Ele deveria ter sido seu alvo. Levou apenas uma bofetada quando deveria, no mínimo, tê-lo deixado com algumas gotas de sangue a menos e dentes faltando na boca.

            - Quem sabe assim ficaria menos bonito e essas vadias sairiam de perto. – Disse ela, mas, no fundo, sabia que nem assim seu marido seria menos maravilhoso.

            O ódio lhe fez tomar uma decisão definitiva. Há dias David Williams, o pai a quem ainda não tinha se acostumado de chamar por ‘pai’ lhe informou que tentava suavizar sua pena e,usando de todo o peso de seu nome, tinha esperança de conseguir um indulto inglês e americano. Junto disso ele lhe fez um convite.

            -Passe alguns dias em Londres com a sua família. – Convidou-a.

            Naquele dia ela não respondeu nem sim nem não. Tinha esperança de acertar as coisas com Neal e ter sua família de volta. Mas, agora, já não pensava assim. Chamou David para um jantar e avisou que havia mudado de ideia. Iria com ele para Londres levando George e Helen, além de muita magoa contra Neal. Avisou que adoraria passar alguns dias com seus filhos, mãe, pai, irmã e, também, por que não, Nohan. Esse adendo familiar não passou despercebido de David.



            - Não é segredo de ninguém, minha amada filha, que Nohan é um jovem muito importante pra mim. É um amigo particular, de minha total confiança. Eu adoraria tê-lo junto de uma de minhas filhas.
            - Acho que eu já estou muito velha para termos esse tipo de conversa, David.
            - Pode ser. Pode ser. Vamos todos sim para Londres. Eu incluirei Nohan na viagem para agradá-la. – Estava disposto a muito mais por ela. – Mas lhe peço para não brincar com os sentimentos de Nohan. Ele tem especial....simpatia por você.
            - Não pretendo brincar com ninguém. Quando vamos?
            - Nos próximos dias. Sua mãe e Chiara já estão de volta a Inglaterra. Vou conferir com Melissa sua disponibilidade. Estou muito feliz com a possibilidade de enfim ter minha família reunida. – Uma dúvida surgiu na mente de David. – Está guardando bem seu diamante?
            - Sim. Dei-lhe o local mais seguro de todos: o FBI. Qual ladrão ousaria invadi-lo?
            - Tão ousado assim, eu só conheço o seu marido. – E esse não tinha interesse algum naquela pedra. – Eu tenho de ir, minha filha. Continuará naquela casa?
            - Por enquanto sim, mas vou procurar outra. Não quero viver ali sem Neal.
            - Eu entendo. Se precisar de algo, conte com seu pai. Sempre. – Novamente David despediu-se da filha sem um beijo. Ainda tinham muito caminho até alcançar aquele ponto do relacionamento.

            Na manhã seguinte John Turner acordou decidido e deu ordens claras à Verônica. Era hora dela provar ser mais forte e mais inteligente que Rachel. E atiçar a inveja da loura era sua melhor arma. Sempre soube e colaborou para que Verônica se inspirasse em Rachel. Vencer a outra foi seu objetivo sempre. Foi para isso que ela treinou e estudou a maior parte da vida. Não para ser a melhor. Para ser melhor que Rachel.

            - É sua chance, Verônica. Está disposta? – John instigou-a.
            - Sim, papai. Eu vou pegá-la. – Verônica garantiu.

            No meio da tarde John colocou seu plano em ação. Verônica ligou para Neal e marcou um novo encontro. Não deu detalhes. Disse apenas que Neal deveria encontrá-lo em um determinado ponto de New York às 18hs.

            - Por quê? Eu estou cansando dessa brincadeirinha.
            - Calma, Neal. Tudo ao seu tempo. – Verônica repetiu.

            Dessa vez Neal não manteve segredo. Avisou Peter do que faria, mas exigiu que ele não invadisse o local, caso conseguisse ser levado até lá novamente, sem que fosse segura a prisão. Iriam conseguir. Ele então aproveitou para buscar por notícias de sua amada.

            - Onde está Rachel? Eu não a vi hoje.
            - Não veio. David enviou um aviso que ela estava liberada dos casos entre hoje e amanhã. Parece que está tentando flexibilizar a pena. Muito em breve Rachel viajará com ele, Neal. Você tem de aceitar.
            - Não vou aceitar nada! Ela é minha mulher. Esse homem está é tentando jogá-la para cima daquele embaixador. E eu não vou permitir.
            - Então trate de encerrar tudo isso e conseguir contar a verdade. Porque logo você não terá mais essa chance. – Peter disse e encerrou o assunto. Os problemas conjugais de Neal eram a última das suas preocupações.

            Assim que Neal se retirou Peter avisou Diana que ela e Henrique deveriam se colocar na cola de Neal. Ele e Verônica não deveriam conseguir despistá-los, mas não poderiam perceber que havia alguém seguindo seus passos.
            A dupla de policiais viu os dois criminosos beberem em um bar. O sinal da tornozeleira de Caffrey estava forte. Neal agia tranquilamente, mas os anos de amizade e convivência ensinaram Diana a perceber seu nervosismo. Neal estava mudado, nervoso e ansioso para por fim naquilo tudo.



            - Sua mulher é perigosa, Neal. E tem a mão pesada.
            - Sim, eu sei. Mas ela é passado. Nós podemos ter um futuro. – Seduzi-la podia ser um caminho.
            - Talvez, talvez, bonitão. Acho que serei boazinha com você.
            - Vai é? Como?
            - Vou te levar até John. Ele autorizou. Desligue a tornozeleira. Nós dois sabemos que você pode faze isso sem chamar a atenção das autoridades. Vamos, Neal. Se quer encontrar John, essa é a hora.

            Neal podia realmente desativar a tornozeleira e deixá-la ali sem maiores dificuldades. Porém, chegara a hora de contar com a ajuda de Peter, não de enganá-lo. Ele desativou o rastreador, mas antes deixou-a dar um único alerta. O aviso que Diana necessitava.

            - Chefe! É agora. – A agente prontamente avisou Peter.
            - Acompanhe-os à distância. Vou avisar Rachel. – Peter comemorou em sua sala. Rapidamente ele mandou uma mensagem para Ell informando que não conseguiria voltar cedo para casa. E logo depois pegou o telefone para tentar localizar Rachel.

            Não iria conseguir. Naquele momento Rachel chegava para pegar seu carro, sozinha. Não fora apenas Neal a receber uma ligação especial naquele dia. Ela também marcara um encontro. Com Nohan, para uma bebida qualquer. Nada demais. Para isso deixou seus filhos na segurança dos braços de June e seguiu. Mas assim que entrou em seu carro soube que aquela noite tomaria novos rumos.



            John. Na sua frente. E naquele momento ele já não lhe despertava nenhum sentimento paternal. Ela apenas se assustou com sua presença. Não quis abraçá-lo. Não quis ajudá-lo. Também não conseguiu se imaginar ferindo-o. Queria apenas ver-se livre dele e, se fosse possível, voltar no tempo e jamais ter-se permitido amar aquele ser.

            - O que você quer? – Foi tudo o que conseguiu dizer.
            - Acalme-se, querida. Nós vamos dar um passeio. – John estava sério. Sem sorrisos falsos para Rachel. Não conseguiria enganá-la. Então não tentava. – Entre no carro.
            - Não mesmo.
            - Sim, querida. Não nos crie problemas desnecessários. – Ele lhe mostrou a arma que carregava e Rachel então soube que ele não teria problema algum em fazer o disparo.
            - Você atiraria em mim? Você me criou, me ensinou a ser em quem sou. Seria capaz de me matar, John?
            - Sim, Rachel. Pode apostar nisso. E sabe por quê? É que eu seu do que você é capaz. Se não entrar nesse carro comigo agora mesmo e dirigir calada, você nunca mais vai pôr os olhos em George ou em Helen. Nem mesmo Neal poderá ajudá-la dessa vez.



            Neal e Rachel não sabiam, mas estavam seguindo para a mesma direção. A diferença é que Neal entraria caminhando pelas próprias pernas e ainda sem saber em quem podia confiar ou não. Rachel recebeu uma coronhada na cabeça assim que estacionou o carro e apagou sobre o volante. Não entendeu qual seu papel naquele jogo.
            Quando acordou aquilo ficou bem claro. John sabia que não conseguiria jogar com a filha adotiva. Então a usaria como isca e faria Neal fazer exatamente o que ele desejasse. Verônica o buscou. E Neal chegou aquele esconderijo sabendo que veria John. Só não esperava ver Rachel amarrada e sob a mira do seu revólver.

            - Neal! Que bom que chegou. Agora o time está completo.



            Neal ficou pálido. Não esperava por aquilo. Sabia que o FBI estava em sua cola, mas agora a possibilidade deles invadirem o lugar o assustava. Rachel não sairia dali viva caso John sentisse que foi enganado.

            - Porque isso, John? Eu estou aqui. Sou seu aliado. – Neal gritou.
            - Aliado? O que? – Rachel espantou-se. – Não! Neal! Você me traiu!
            - Cale a boca dela papai! – Verônica gritou avançando sobre Rachel e arranhando-lhe o rosto numa vingança mesquinha. – Veja quem manda agora.
            - Fique quieta Verônica. – John ordenou. – Quem manda aqui sou eu. E você, Neal, não passa de um garotinho ingênuo se pensa que me enganou. Eu lhe dei uma chance. Você desperdiçou-a. Agora terei de agir de outra forma.
            - Que forma? Solte-a.
            - Não mesmo. – John respondeu. É simples. Você quer Rachel viva? Coloque o diamante na minha mão.

            Neal e Rachel trocaram um olha sob a mira de John Turner. Só Rachel sabia o local exato do diamante. E ela não estava disposta a falar.

            - Vá Neal. Vá buscar o meu diamante. Se ao amanhecer ele não estiver na palma da minha mão, Rachel morre. Verônica vai acompanhá-lo enquanto eu faço companhia a minha bela filha.
            - Desgraçado!

            - Seu tempo está correndo, Neal. 

2 comentários:

  1. Aiii meu jesuuuuis cristim faz isso comigo não

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    1. kkkkkkkkkkkkk se tá nervosa é pq o cap foi bom e te deixou ansiosa kkkk

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