segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Diaba Ruiva - Passado Revelado: Cap 21

            Neal encarou John. Aquele encontro estava marcado há tempos e muito lhe custou. Ninguém compreendeu suas atitudes recentes. Peter estava desconfiado, a equipe do FBI o olhava torto, Rachel sequer o olhava. Até mesmo de seus filhos estava mais distante. Ainda assim, tudo era válido.

            - Fiquei sabendo que deseja me ver. – Disse ao homem que destruiu a vida de Rachel. – Não havia necessidade de mandar recado.
            - Não sou ingênuo, Neal. Você é um falsário. Suas armações já enganaram muita gente, inclusive o FBI. Até minha filha acabou presa por sua causa. Mas não a mim. Verônica lhe deu meu recado?



            Verônica é uma bela loira, mas chegou à sua casa disfarçada em uma peruca ruiva. Não foi difícil descobrir. Conhecia bem o brilho e o perfume de fios vermelhos naturais. E se ela resolveu passar-se por ruiva, o conhecia bem e desejava algo. Prova disso também era que Verônica veio procurá-lo no hotel. Ninguém além de Peter sabia onde estava hospedado.
            Estranhou a postura da falsa ruiva. Ela tentou se fazer de sexy, jogou um falso charme, tentou seduzi-lo. Era tão real quando seus cabelos. Não o enganou e mesmo que fosse a mais bela e sensual das mulheres, naquela noite nada conseguiria. Não quando estava separado da esposa e dos filhos, disposto a qualquer coisa para livrar-se dos problemas e voltar a viver bem com Rachel.

            - Você não vai conseguir me seduzir. Mas eu posso fingir que conseguiu...se você falar de uma vez o que veio fazer aqui, senhorita...
            - Pode me chamar de Verônica! Devo dizer foi um prazer vir vê-lo essa noite, Neal. Trabalho e prazer podem andar juntos.
            - Eu não estou no meu humor. O que deseja?
            - Que estresse, querido. Mas serei breve, se assim deseja. Alguém que eu conheço e que não confia em você o bastante para vir aqui quer fazer um acordo com você.
            - Acordo? – Neal precisava entender o que ali se passava. – Vamos tomar um drink, Verônica.

            Algumas doses mais tarde e deixando claro que não se tratava de uma iniciante, Verônica o fez entender o que ocorria. Nenhuma vez ela fez referência ao nome John Turner  e, ainda assim, ele fora o assunto da conversa.
            O homem que Rachel chamou de pai por toda a vida desejava vê-lo, mas na hora em que ele desejasse, nem antes nem depois. Ele deveria guardar aquela informação para si, nem mesmo Mozz poderia saber. Muito menos Rachel.

            - Fiquei feliz em descobrir que estava nesse hotel. – Verônica disse aproximando-se de seu rosto. – Ficará mais fácil obedecer ao nosso amigo.
            - Isso se eu tiver interesse em obedecê-lo.
            - É claro, Sr. Caffrey. E terá, eu não tenho dúvida. Juntando o seu talento com o dele, poderão conquistar o que sempre desejaram. Fica à espera de um novo contato.

            Neal não sabia o que lhe era mais custoso. Esconder algo de Mozz ou de Peter. Aquelas informações interessariam aos dois. Mas aquela era a única pista que tinham até John e ele precisava manter contato com Verônica até descobrir seu paradeiro.
            Quando brigou com Rachel e deixou a casa, foi para aquele hotel com o objetivo de pensar e esfriar a cabeça. Ter um assassino, falso morto, seguindo-o estava fora dos planos. Ainda assim, aquela poderia ser a solução dos seus problemas. Se prendessem John para sempre, Rachel estaria livre para voltar a viver. Então obedeceu a determinação de Verônica. E ficou separado de Rachel, à espera de John.

            - Diga o que quer. – Apenas ficar frente a frente com John e não poder entregá-lo à polícia já o revoltava.
            - Calma Neal...isso é algo que a maturidade me trouxe. Mas que minha filha não aprendeu. Ela é explosiva demais. Por isso a soma dos talentos de vocês não foi o bastante para recuperarem o meu diamante.

            Então as desconfianças de Neal foram confirmadas. John não fazia ideia que David Williams passou todos esses anos com o diamante guardado em segurança e agora tinha presenteado a filha com ele. Desconfiava que Rachel não mais o apoiaria, mas apostava na ganância de um ladrão e falsário para descobrir seu paradeiro.

            - Com você como parceiro eu consigo o diamante. É isso? Essa é a proposta que tem a me fazer, John?
            - Não tão rápido, Neal. Não tão rápido! Você tem sentimentos pela minha garota...não entendo muito bem o motivo, mas sei que tem. Foi muito conveniente o término do relacionamento ser agora, mas sei que Rachel o tem nas mãos. Diga-me, Neal, foi a ânsia dela por me pegar que o incomodou?
            - Eu não vou discutir meu casamento com você. O que quer de mim?
            - No momento quero fazer um acordo. Você tem informações que me serão úteis, descobertas que Rachel fez nesse meu tempo no mundo dos mortos. Com elas, posso procurar pelo meu tesouro escondido. Você ficará longe de Rachel, me ajudará e, com a pedra, eu sumirei da vida dela. Essa é a minha proposta.
            - Se eu tenho as indicações, porque não busco sozinho pelo diamante, John?
            - Por que tem pudores em trair sua mulher. Sabe, Neal, eu sempre tive uma teoria: a família não é para o crime. Você e Rachel a comprovaram. Eram ótimos separados, mas juntos ficaram bons demais.
            - Nós optamos por dar uma vida estável aos nossos filhos.
            - Você, talvez, suporte a tal da ‘vida estável’. Ela não. Entenda Neal, Rachel é uma assassina. Ela é uma máquina de matar. Eu a criei, eu a ensinei a ser assim. Ela não hesita em puxar o gatilho, enquanto você tem as mãos limpas. Você rouba, Neal. Eu e Rachel matamos. Estamos em níveis diferentes, se é que você me entende.
            - Rachel não é mais assim. Você não mais a domina.
            - Domino. E você sabe. Eu a criei, eu a programei para ser assim, para matar sem pensar duas vezes. Ela será assim para sempre, Neal, não se engane. Lá no fundo você sabe. Ela será sempre uma assassina cruel. Agora ela quer me matar, deve sonhar com isso. Talvez ela consiga, ou talvez eu a mate.
            - Fique longe da minha mulher!
            - Viu! Aí está! O pânico toma os seus olhos, Neal Caffrey. Pois saiba que se fui eu a criar Rachel, posso acabar com ela quando desejar. Ela foi um soldado útil por muito tempo. Mas que não se meta no meu caminho. Eu a deixei viver para recuperar meu diamante. Você colocará a pedra na minha mão, ou eu mesmo, pessoalmente, coloco fim em Rachel Turner. Aguarde indicações de Verônica.

            Aguardar e ser vigiado por John, Neal sabia. Isso incluía manter-se distante de Rachel e apenas visitar os filhos. A saudade da pele dela, do cheiro, das mãos de sua Diaba Ruiva o estava matando. E mesmo no FBI ela evitava lhe dirigir a palavra. Apenas trabalhavam juntos e quando ela não encontrava uma desculpa para mantê-lo distante.
            Por insistência de June e Mozz, Neal deixou o hotel e retornou ao apartamento que lhe serviu de morada logo que saiu da cadeia sem muitas opções. Ali, ao menos Rachel permitia que os filhos o visitassem com mais frequência. Normalmente Mozz os buscava em casa.

            - Não que você mereça! – O amigo lhe dizia. – É pelas crianças que eu faço isso.
            - Eu não a quero mais, Mozz. Simples assim. – Neal passou a repetir, na tentativa de manter seu disfarce. Se John não acreditasse que eles seguiam brigados, o plano seria inútil. Mas se confiasse nele a ponto de lhe dizer seu paradeiro, poderia ajudar o FBI a prendê-lo e reconquistar sua vida ao lado de Rachel.



            Neal, no entanto, estava muito enganado se pensava que aquela farsa enganava alguém. Ele e Mozz não acreditavam nem por um momento na hipótese dele ter desistido do casamento. Rachel podia ser insuportável para muitos, mas Neal a ama desde que pôs os olhos nela. Apenas por ela cogitou abandonar o crime e, por isso, conseguiam entender que se preocupasse com ela, fosse contra suas atitudes inconsequentes, mas, jamais, levaram a sério a ideia do divórcio. Neal estava mentindo.

            - O que você sabe? – Mozz e Peter juntaram forças para tentar descobrir o que acontecia. – No FBI ele está estranho. Quero saber em casa.
            - Você o conhece tão bem quanto eu, engravatado. Ele está mentindo. Para nós dois.
            - Sim, eu sei. Mas o que é, Mozz? Você falou com June? Ela não sabe de nada?
            - Parece que uma mulher andou lá...uma ruiva.
            - Ruiva? Isso já é obsessão! – Peter surpreendeu-se. Era muito difícil para ele reconhecer, mas não conseguia imaginar Neal com outra mulher. – Eu não acredito. Neal e Rachel me pareciam tão... parceiros.
            - Você dizendo isso? Logo você que tentou de tudo para afastá-los?
            - Sim. E reconheço que nada era capaz de esfriar a paixão que havia entre eles. Ardia nos olhos dos dois. E arde até hoje. Seja quem for essa ruiva, não acredito que Neal a tenha colocado no lugar de Rachel. Descubra quem é, Mozz. Vou averiguar.

            Mozz não precisava de convite para isso. Ficou de olho em cada atitude de Neal Caffrey. E com a ajuda de June, não tardou a descobrir o nome Verônica Saldanha. Peter então assumiu mais aquela investigação restrita. E com a ajuda de Diana e Henrique, montou sua força tarefa de costume. Não foi difícil descobrir que se tratava na verdade de Isabela Turner, uma procurada da Interpol.

            - E, não me surpreende, a polícia internacional acreditava que ela estava morta! – Informou Peter. – Isso lembra vocês de algo?



            - É filha de John? – Henrique assustou-se.
            - Não sei. Se for, é provável que se trate de outra dessas estranhas adoções. Seja como for, Neal vem se encontrando com ela, resta saber por que ela se aproximou dele e até que ponto Neal sabe de quem se trata. Isabela é mestra nos disfarces, fala várias línguas e saber se reinventar. É uma falsária do mesmo nível de Neal.
            - O que vamos fazer? – Diana perguntou ao chefe.
            - Vocês vão continuar observando os passos de Neal e de Rachel. Seja o que for que ocorre aqui, trata-se de algo arriscado. Não sabemos onde está John Turner, mas, por meio de Isabela, ele está infiltrado entre nós. Talvez com a ajuda de Neal.
            - Você está desconfiando de Neal? Depois de tudo, engravatado? – Mozz revoltou-se.
            - Esse é o meu papel. Mas não acredito nisso. Acho apenas que essa mulher aproveitou-se de um momento de crise no casamento de Neal para usá-lo. Eu vou conversar com ele. Tentar descobrir algo.



            Neal percebia a mudança nos amigos. Todos o observavam quando andava no FBI enquanto Mozz o investigava em casa e June lhe aconselhava a tomar juízo e reatar o casamento. Ninguém imaginava a falta que sentia de Rachel. A cada encontro com Verônica, conquistava um pouco mais da confiança de dela e de John. Mas até agora, não descobriu o esconderijo de John. Precisava saber com certeza, não podia falhar.

            - Neal, o que há? Você está escondendo algo. – Peter tentou lhe convencer a falar naquela manhã durante a saída para um caso.
            - Nada Peter. Meu casamento acabou. Eu não mais vejo meus filhos quando quero. Rachel...está magoada comigo. Eu tenho motivos para estar mal. Ou você acha pouco?
            - Não, não é. Mas foi o que você escolheu. O amor acabou então...
            - Eu nunca disse que deixei de amá-la! Nunca! É só que...tem de ser assim.
            - Bom, de qualquer forma é a sua escolha. – Peter tinha mais uma arma. – É bom se acostumar a ficar longe deles. Você sabe que David está agindo para livrar Rachel das suas condenações. Ele quer levá-la para a Europa.

            Isso era algo real e do qual Peter não gostava. Para ele, independente das razões pessoais, Rachel matou e deveria pagar. Além de ser uma pessoal inconstante demais para ficar sem um controle social, o que a tornozeleira fazia muito bem.

            - Ela não irá. Tenho certeza. – Neal respondeu. – Nossa vida é aqui.

            Ainda assim, aquela interrogação ficou ali. Nem mesmo para o Primeiro Ministro Inglês seria fácil dar liberdade à filha quando ela tinha condenações por assassinado na Europa e na América. Ainda assim, duvidar de David Willians não era boa ideia. Se Rachel acenasse para ele com a possibilidade de voltar para a Inglaterra e ficar junto dele, David não mediria esforços diplomáticos a fim de que o indulto lhe fosse concedido. E ainda havia Nohan, o diplomata cheio de sentimentos por Rachel.



            - Você não pode ir para a Inglaterra! – Ele lhe disse após chamá-la para uma breve conversa no FBI.
            - Não? E quem decide isso, Neal Caffrey?
            - A sua vida é aqui em NY, no FBI, junto com os nossos amigos. Você ama esse lugar. Não pode ir embora só para me castigar, me afastar das crianças. Me afastar de você.

            Era tão fácil para ela ver nos olhos de Neal o sofrimento. Seus olhos sempre lhe foram sinceros, via claramente quando ele mentia. E naquele momento ela só viu amor.



            - Se não quer se afastar de mim, volta pra casa. – Rachel engoliu o orgulho e pediu, de coração aberto. – Eu te amo. Nós sentimos a sua falta.

            Neal quase lhe disse tudo, que estava enganando John Turner e ela precisava compreender, ficar à distância, fingindo não saber de nada. Mas conhecia Rachel. Ela era explosiva demais para isso. Sairia feito uma descontrolada atrás do pai e muito provavelmente passaria por cima de Verônica com uma arma nas mãos e a obrigaria a entregar o esconderijo. Dessa forma, mais uma vez John escaparia da polícia e seu inferno seguiria. Então calou-se.

            - Eu não vou voltar, Rachel. Perdoe-me. – Ele disse em tom baixo.
            - Então vá cuidar de sua vida! Eu vou cuidar da minha! E se eu for para Inglaterra com meus filhos, o aviso para ir se despedir.
            - Será assim, faria isso comigo? Só para me atingir? Vai trocar de nome, tornar-se a filhinha de David só pra me ferir?
            - Eu não vou mudar de nome nem me mudar definitivamente, ainda, pelo menos. Mas estou pensando em ir passar alguns dias com minha nova família. Tenho certeza que você nem mesmo notará a minha ausência. Já deve estar com outra em sua cama. Eu te conheço bem, Neal.
            - Não estou com mulher nenhuma!
            - Eu fingirei que acredito. Agora saia da minha frente Neal.

            Aquela informação o fez ter certeza que precisava encontrar John logo. Hoje ele e Verônica iriam se encontrar num parque. A escolha foi feita por ele. Verônica ainda não tinha desistido de tentar seduzi-lo e ele costumava manter distância. Foi aos seus compromissos. Tinha muito o que descobrir antes que Rachel embarcasse para a Europa e ele perdesse a família definitivamente.
            Quando saiu do prédio Neal teve a surpresa de passar por Sara. A investigadora de seguros retornou, mais uma vez. Dessa vez não era ele o alvo da visita. E sim Henrique. O ex namorado que ela abandonou ao saber que agora teria uma criança para criar. Neal conhecia bem essa história. Sara tinha uma tendência a fugir quando os laços começavam a se tornar mais firmes.



            - Oi Henrique...como vai? – Ela perguntou, elegante como sempre.
            - Bem, Sara. Como vai a Inglaterra?
            - Cinza,cheia de nuvens e neblina, como sempre. Falta vida. – O belo vestido preto usado por Sara entregava seu estado de espírito. Sara estava infeliz. – Como está Nicolas?
            - Nicolas...por favor Sara, nós dois sabemos que você não liga para Nicolas. Então diga logo o que quer aqui.
            - Não...não é isso. Eu fui embora porque...porque...
            - Porque Nicolas chegou e estragou seus planos. Porque você só pensa em dinheiro, porque um bebê que precisava de amor e de carinho não era do seu agrado. Então foi mais cômodo fugir e se esconder atrás do trabalho. Como você sempre faz.
            - Mas eu voltei. Estou disposta a mudar...eu...senti sua falta Henrique e de Nicolas também.
            - Só que agora é tarde Sara. Eu e Nicolas não precisamos de alguém que foge na primeira dificuldade. – Henrique respondeu e lhe deu as costas. A mágoa por aquele abandono ainda lhe doía.

            Peter colocou Rachel num caso que investigava a venda de crianças para a China. A negociação estaria ocorrendo numa praça localizada no centro de New York. Dois chineses levavam fotos de bebês, meninas cujo as famílias queriam se desfazer devido a exigência de um bebê por família e a preferência por meninos. A quadrilha vendia os bebês para famílias na América. O que Neal e Rachel desconheciam é que a praça em questão é a mesma em que Neal encontrava-se naquele instante junto de Verônica.
            Diana, que dedicava-se a monitorar Neal e Isabela Turner surpreendeu-se ao ver Rachel chegar à praça. Avisou Neal que orientou-a para evitar aquele encontro.

            - Se Rachel ver Neal junto de uma mulher será uma guerra. Impeça! Eu estou indo para aí.

            Não foi tão simples. Sem saber do que ocorria, Neal tentava se esquivar de Verônica. Ao mesmo tempo, tentava ludibriá-la para fazê-la falar. Só precisava de um lugar,ma pista que o levasse até John. Mas ele era muito de desconfiado e Verônica o temia demais para desobedecê-lo.

            - Estou separado, Verônica. Nada mais tenho com Rachel. O que mais John pode querer para acreditar que irei ajudá-lo. Mas preciso da ajuda dele. Quero ir até onde está. Me leve, por favor. – Ele pediu.
            - Calma, Neal. Muita calma. Isso acontecerá quando ele quiser. Não antes.
            - E enquanto isso, o que devo fazer?
            - As opções são muitas Neal...muitas...




            Ela começou a tirar a jaqueta que vestia. Por baixo, uma minúscula blusa que pouco cobria de sua pele clara. Nessa tarde Verônica não colocou a peruca, usava os cabelos louros e ondulados. Era bela, muito. E se não fosse uma situação tão difícil era provável que ambos pudessem ficar juntos por algumas horas. Mas não quando Neal só queria usá-la para conseguir uma informação.
            E, caso pensasse em aceitar a oferta de Verônica, teria sido impedido por Rachel. No auge do estresse após a briga com Neal e sentindo sua TPM se aproximar, ela foi ao parque decidida a desmembrar uma quadrilha de venda de crianças. E viu seu marido – o fato de estarem separados pouco lhe importou - entre chamegos com uma loura. Daquele instante em diante Rachel esqueceu o que veio fazer ali. E avançou sobre os dois. Se Neal já a achava uma descontrolada, lhe daria razões para ter certeza.

            - Vagabunda! – Rachel puxou a loura pelos longos fios de cabelo e a atirou por sobre a grama. – Vadia! Se oferecendo pra homem casado!

            Neal tentou interferir na briga. Tratava-se de duas mulheres fortes e raivosas. E ambas estavam dispostas a continuar com a briga. Quando puxou Rachel pela cintura, ela ainda acertou um chute no estômago de Verônica antes de empurrá-lo e esbofeteá-lo enquanto a outra se recuperava no chão. Ele sentiu a face arder como há muito não acontecia.

            - Você não se meta! Não me toque! Quando eu acabar com essa vagabunda a gente vai conversar! – Ela lhe gritou.

            - Sua demente! – Verônica respondeu. – Ele é seu ex. Não estão mais morando juntos.
            - Cale a boca! Eu não dei autorização pra galinha falar! – Rachel gritou antes de atingir a loura com a mão fechada na ponta do queixo. – Grita agora, grita! Vai aprender a não se meter com homem dos outros.



            A briga terminou apenas quando Peter e Diana intervieram. Sozinho, separar duas mulheres raivosas era impossível apenas para Neal. Diana puxou a impostora para um lado enquanto Neal e Peter seguraram Rachel. Também tiveram que chamar uma ambulância para minimizar o estrago.

            - Uma guerra, eu não disse? – Peter brincou com Diana quando as coisas se acalmaram.
            - Sim...e pelo rosto do Neal, sobrou para ele.

            - Nada que ele não tenha merecido, Diana. Vamos ver se assim ele abre o jogo dessa mentirada em que se meteu. – Essa ao menos era a esperança de Peter.

Um comentário:

  1. Cara to com MTA raiva do Neal mesmo sabendo q ė pra proteger a Rachel, tomara q depois disso ela vá mesmo pra europa e deixe ele por uns tempos,pra sofrer

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