sábado, 27 de junho de 2015

Alguém Para Amar - Capítulo 12

          
          Agoniado, Lorenzo observava os ombros de Jéssica tremerem enquanto ela chorava. Não era apenas pelo aluguel ou alguns mantimentos. Ela estava desabafando por problemas muito mais profundos e dos quais não gostaria de falar para ninguém, muito menos Lorenzo, um homem que apesar das boas intenções, estava tumultuando ainda mais a sua vida.
            Lorenzo teria se sentado ao lado dela e simplesmente esperado ela se recompor antes de explicar que não desejava fazer nada que a desagradasse, apenas ajudar. A maturidade havia lhe ensinado algumas coisas. Uma delas era a ter paciência. Não precisava de pressa para agradar ou conquistar Jéssica. Porém, quando Clara olhou assustada para a mãe, ele viu que precisava fazer algo.

            - Porque você tá chorando mamãe? – A pequena menina não entendia a quantidade de problemas equilibrados por sua mãe.
            - Nada filha. Vai brincar. A mamãe vai recolher a louça do almoço.
            - Tá bem. Tio Lorenzo, você brinca comigo?

            Ser chamado de ‘tio’ era algo realmente incomum para Lorenzo, afinal, na família Vicentin não havia crianças. Ele sorriu para Clara tendo uma ideia.



            - Brinco. Mas não aqui. Vamos ao parque? Eu, você e mamãe?
            - Não. – Jéssica já tinha secado as lágrimas. – Eu tenho que arrumar a casa e você deve ter seus compromissos.
            - Sua casa não vai cair por falta de arrumação em um dia, Jéssica. Além do mais, Chiara quer brincar no parque, não é?
            - É, mamãe. Eu quero. – A menina não se continha de alegria.

            Não só Jéssica foi obrigada a aceitar o passeio, como viu-se na frente do elegante prédio residencial onde Lorenzo agora morava. Ele disse que não podia ir brincar no parque sem trocar de roupa. A escolha entre ficar no carro aguardando e subir foi feita por Clara antes de sua mãe conseguir raciocinar.

            - Eu quer ver a casa do tio Lorenzo. – Ela falou estendendo os braços para ele lhe tirar do banco de trás do carro esportivo.
            - Então vamos pequena. – Ele sorria, satisfeito.

            O apartamento era o típico lar de um homem solteiro. Elegante e organizado, sem muitos adereços ou peças para acumular pó. Na parede principal um grande quadro abstrato. Sobre um aparador algumas fotos de família. Em uma delas uma bela mulher de cabelos louros e ondulados. Lorenzo percebeu qual a dúvida nos olhos de Jéssica.

            - É Milena, minha irmã. – Havia uma pitada de provocação na voz dele. Como se desafiasse Jéssica a entrar outra razão para lhe afastar. - Eu sou viúvo há muitos anos.
            - Me desculpe. – Ela disse.
            - Tudo bem. É algo superado. Eu vou me trocar. Fiquem à vontade.

            Cuidando para Clara não mexer em nada e observando o lugar, Jéssica percebeu que apesar de poder, Lorenzo não a trouxe ali para ostentar seus bens. O lugar era confortável, mas modesto. Simples, até. Aconchegante, bonito de ver e agradável de sentir.

            - Como o morador. – Falou baixinho, quase para si mesma.
            - Mamãe! Eu quero brincar no escorregador! E no balanço! – A filha lhe trouxe de volta dos devaneios. A lista de desejos de Clara era interminável.



            Não houve saída. E quando Jéssica percebeu já havia um sorriso em seu rosto. Pudera, logo estavam no Parque Ibirapuera, aproveitando a sombra das árvores enquanto Clara já corria junto de outras crianças. Um lugar bonito e arborizado assim tranquilizaria até o mais preocupado dos humanos. Mesmo assim, aquele homem lindo, charmoso e tão atencioso com ela e sua filha, ainda lhe gerava preocupação. Não entendia porque tamanha atenção quando ele poderia ter uma mulher de seu círculo e classe social. Ele parecia não ver o óbvio.

            - Porque faz isso? Clara vai se habituar a tê-lo por perto. Não deve mal acostumá-la e mimá-la assim.
            - Mimá-la? Não estou fazendo isso. Não ofereci a Chiara nada além do que é direito de qualquer criança. Alimentação, atenção e lazer. Veja como ela está feliz.
            - Só que daqui alguns dias ela vai pedir para vir aqui novamente, ela vai querer mais chocolate, vai pedir por coisas que eu não tenho como dar. E não posso me tornar dependente de alguém a quem eu não conheço. Eu não sou burra, Lorenzo. Porque está fazendo isso!?!? Não me diga que leva ao parque todas as crianças que conhece. Ou que paga o aluguel de suas casas sempre que as mães não são boas o bastante! Você nem nos conhece!
            - Mas quero conhecer. Gostei de você, encantei-me por Chiara. E não estou te pedindo nada em troca.
            - Não faz sentido! Olhe para você e olhe pra mim! E agora ainda estou te devendo meses de aluguel! Eu não quero depender de você!
            - E não depende. Foi um presente para Chiara. – Quando ela lhe olhou feio ele explicou melhor. – Eu trabalhei a vida toda, Jéssica. Desde menino. A minha família e de Jonas têm uma fazenda no sul do país.
            - Fazem vinhos, eu sei. Todos na construtora sabem.
            - É. Eu trabalhava nas colheitas da uva e recebia um salário por isso. Mesmo ainda na escola. Eu sei o que é trabalhar duro. Fiz isso a vida toda. Ainda faço. Porque amo o trabalho. Mas hoje eu vejo que só trabalho não traz felicidade. A natureza é muito sábia. Pra da terra nascerem frutos, não basta apenas plantar, é necessário a luz do sol e a vida trazida pela chuva. Com a gente também é assim. Não adianta só ganhar dinheiro se não repartimos com aqueles que nos são importantes.
            - Eu nem sei quem você é!
            - Então pergunte! Diga, Jéssica. O que você deseja saber? – Quando o silêncio ecoou em resposta, Lorenzo inverteu a pergunta. – Então começo eu mesmo. Porque cria Clara sem a ajuda do pai dela? Onde ele está?
            - Não sei. E prefiro assim. É bom que fique longe dela.

            Lorenzo queria saber qual o problema ali. Ela tinha todas as razões e o direto de exigir que esse homem contribua para o sustento da filha, mas preferia arcar com tudo para mantê-lo à distância. Deveria haver alguma razão.



            - E sua família? Pai, mãe, irmãos? Eles conhecem Clara?
            - Não. Eu me afastei deles quando estava grávida. Eles não gostavam do pai dela e eu fui embora de casa. Independência é algo lindo e muito desejado quando não se tem contas para pagar.
            - Mas se o pai dela já não está com você, porque não volta? Fala com eles. Duvido que virarão as costas para uma neta como Chiara. Família é o que há de mais importante na vida. Eles vão lhe acolher.
            - Melhor não.
            - Porque não?
            - Você está curioso demais. – Ela disse sorrindo, para disfarçar a reclamação.
            - Já que você não quis falar nada, eu aproveitei. Mas estou disposto a responder tudo o que deseja saber.
            - Se valoriza tanto a família, porque não está casado e com vários filhos? Você mesmo disse que ficou viúvo há bastante tempo.
            - Eu me casei aos 18 anos, Jéssica. E fiquei viúvo aos 19. É provável que eu tivesse alguns filhos já crescidos, caso minha falecida esposa ainda estivesse comigo. Mas a vida não quis assim. Nem me apresentou alguém com quem eu desejasse formar uma família. Hoje tenho 44 anos e aquele modelo de família com o qual sonhava há duas décadas não me importa mais.
            - Não deseja mais formar uma família?
            - Eu não luto contra o destino, Jéssica. Eu não preciso de filhos para ser feliz, mas, se eles surgissem no meu caminho, ficaria feliz. Mesmo que fosse uma menina já crescida e louca por chocolate e batata frita.
            - Você não sabe o que está falando.
            - Porque diz isso? É tão impossível assim eu gostar de você? Querer cuidar de você? Zelar por Chiara?
            - Impossível não. Mas é muito difícil. Olha pra mim e olha pra você.
            - Quanto mais eu olho, mais perfeita te vejo.

            Impossível não sorrir frente a um elogio tão simplório e carinhoso. Ele era realmente apaixonante. E Jéssica já sentia um imenso medo de envolver-se e se decepcionar quando o conto de fadas acabar. Ele deve ter percebido seu temor porque não hesitou em lhe dar alternativa. A saída a qual ela não tinha como nem desejava escapar.

            - Vamos nos conhecer melhor. Se é de tempo que você precisa, eu lhe dou. Só não me afaste por completo. Somos...amigos. Está bem assim?
            - É, amigos. Mas tem uma condição. Tem que me prometer que irá parar de levar coisas para Clara. E não vai mais pagar nenhuma conta. Eu não quero depender de você.
            - Está bem, eu prometo. – Só não sabia como iria cumprir sem deixá-la passar necessidade.

            Quase sem perceber, claramente selando e desrespeitando aquele acordo ao mesmo tempo, Lorenzo foi se aproximando. Não foi exatamente um beijo, apenas um roçar de lábios, tímido e carinhoso. Ali apareciam aquelas diferenças tão vistas por Jéssica. Sua pele, tão macia e jovem sentiu a aspereza da barba cerrada dele. Ela só não esperava querer se aranhar nela, desejar que ele continuasse aquele toque. Sentia vontade de passar os braços envolta dele e devolver o carinho oferecido.



            - Tio Lorenzo! Vem brincar! – Chiara interrompeu-os. Lorenzo não disse nada. Apenas, sorrindo, deixou Jéssica sozinha para ordenar os próprios pensamentos.

            Naquela noite, Emily e Jonas conversaram abraçados na cama. E falaram da estranha situação vivida por Lorenzo. Jonas não queria e sabia que não tinha o direito de se intrometer em nada tão pessoal. Mas ficou preocupado. E Emily não demorou a perceber a mudança em seu noivo.

            - Fale o que te preocupa, Jonas. Posso fazer algo para ajudar?
            - Não pode. Não depende de nós. Eu falei com Lorenzo agora ao anoitecer. Não vai acreditar no que ele fez hoje. Almoçou e passou a tarde com Jéssica, a moça que serve cafezinho na construtora. Está interessado nela, apaixonado, talvez. Agora me diga, isso tem alguma chance de dar certo?
            - Deixe de ser preconceituoso. Porque não teria?
            - Não é preconceito! Eu não ligo para o fato dela não ter grana. Lorenzo tem o bastante, fruto do trabalho dele. Mas ele é um homem sensível. Está sozinho há muito tempo. Sofreu muito quando perdeu Alice.
            - Como ela morreu?
            - Um acidente de carro. Ela dirigia há poucos meses e estava descendo a serra em direção a Porto Alegre. Um motorista alcoolizado perdeu o controle do carro e invadiu a pista no sentido contrário. Ela não conseguiu frear a tempo. Morreu no local. Nós achamos que Lorenzo nunca ia se recuperar. Ele só pensou em trabalho depois disso.
            - Foco no trabalho é bom. Faz com que alcancemos nossos objetivos.
            - Falou a senhora empresária Emily Fruett. – Jonas brincou. – Sim, é bom. E ele conseguiu ótimos resultados. Quando eu e Lorenzo éramos jovens a vinícola era uma empresa muito pequena, foi ele a ampliá-la e fazê-la render mais dinheiro. Ele é muito competente e dedicado.
            - Então eu acho que você deveria estar satisfeito de seu irmão estar encontrando felicidade. Ele já fez muito pela empresa.
            - Não é dinheiro, Emily. Se Lorenzo jogasse fora todas as reservas financeiras da Vinícola Vicentin, eu ficaria feliz em ajudar minha família com os recursos da construtora. Meu medo é ele estar depositando tanta esperança numa menina, muito jovem e cheia de problemas que vai acabar decepcionado. Ele me contou que ela e a menina não tinham o que comer. Ele comprou mantimentos e hoje quando chegou lá com uma refeição pronta, ela estava cozinhando feijão. Ele disse todo feliz que a menininha adorou as batatas fritas.
            - O feijão era bom? – Emily perguntou tendo uma ideia.
            - Não sei. Encantado como está, acharia gostoso até pedra.
            - É só por me amar que você gosta da minha comida então? Bom saber.
            - Não é isso. Você sabe! Mas por que você quer saber do feijão?
            - Nada. Deixa pra lá. Não implique com seu irmão, Jonas!
            - Eles vivem em mundos diferentes.
            - Mas que podem se complementar. Eu lembro de comer massa com salsicha no orfanato quando as verbas do governo atrasavam e Marta não tinha como nos oferecer nada melhor. Às vezes só o que a gente precisa é de uma oportunidade.
            - É. Mas e se Jéssica apenas usar Lorenzo como oportunidade? Ele diz que ela não quer seu dinheiro, mas, mesmo assim, acho arriscado. Ele quer que a empresa terceirizada que contratou Jéssica pague melhores salários.
            - É ótimo que ela não queira que ele a banque. Ela precisa de um salário digno.
            - Não é tão simples. Existe um contrato com a empresa terceirizada.
            - E quem da JRJ cuida desses contratos?
            - Juliana é a diretora administrativa. Ela já me adiantou que não seria simples rever isso com a terceirizada.

            O nome de Juliana não fez nenhum bem ao humor de Emily. Não gostava da ideia daquela mulher trabalhando junto de Jonas todos os dias. Enquanto ela estava envolta com suas panelas e especiarias, Juliana estava ao lado dele.

            - Deveria você mesmo revisar esses contratos. Não gosto dessa Juliana.

            Jonas sorriu, encantado. Adorou ver aqueles olhos brilhando de desconfiança. Emily, sempre tão elegante e segura, perdia a compostura por sua sócia. Ele sabia o motivo. Melissa havia falado demais e contato que ele e Juliana tiveram um relacionamento. Aquilo, porém, fora tão sem importância que não fazia sentido brigar.

            - Isso é ciúme! Emily Fruett com ciúme?!?! Isso é uma ocasião especial! – Ele puxou-a ainda mais para seus braços. A perna dela por cima de sua cintura, colando-os.



            - Não sou ciumenta. Apenas cuido do que é meu.
            - Ei! Essa frase é minha!

            Eles continuaram na cama por algum tempo. Até que Emily lembrou a Jonas que não poderia passar aquela noite toda com ele, em seus braços, por mais que desejasse. Ao contrário da maior parte das profissões, não tinha folga domingo. Ela precisava ir trabalhar.

            - Mas nós já estamos na cama. – Jonas reclamou.
            - Nós passamos a tarde toda na cama, Jonas. Eu preciso ir. Não faça essa cara de surpreso. Amanhã é segunda, o restaurante não abre e vou ficar em casa enquanto você tem suas reuniões. Não vou pedir para você não ir.
            - Podemos negociar. Você não vai hoje e eu também não vou amanhã. Que acha?
            - Nos tornaríamos uma bela dupla de desocupados.
            - Garanto que seria muito agradável. – Jonas ofereceu.

            Para evitar brigas, Emily sugeriu que eles ficassem juntos no restaurante. Enquanto ela comandava a cozinha do restaurante, ele poderia jantar. Como sozinho não era agradável e ela não poderia ficar lhe dando atenção, ele marcou com Rafael e Melissa. O casal veio lhe fazer companhia enquanto se deliciava com os pratos oferecidos. Quando sobrava um tempo Emily vinha até eles. Não que isso impedisse Jonas de desejar tê-la com ele o tempo todo.

            - Não adianta você ficar assim Jonas. Emily ama seu trabalho e não vai, por nada, abandonar o restaurante. Ela ama esse lugar.
            - Eu sei. E não quero que ela abandone nada. Apenas sinto falta dela quando está trabalhando. – Ele respondeu.
            - Eu compreendo Jonas. – Rafael afirmou. – Adoro o fato de chegar em casa e encontrar você em casa, Mel.
            - É diferente. Eu fui modelo. Fiquei velha demais. Emily trabalhará por toda a vida.
            - Eu consigo lidar com isso. Só espero que Emily consiga tirar uma licença quando nosso filho nascer. Ao menos isso. – Jonas não se importava dela trabalhar apenas se preocupava com os problemas de saúde da noiva. E assustava-se com a possibilidade dela piorar e não conseguir realizar o sonho de ser mãe.



            Eles voltaram para casa juntos e confiantes que a vida iria ser boa para eles. Que conseguiriam conciliar a vida profissional e a familiar. E superar os problemas causados pela endometriose de Emily. Ambos já faziam planos para aquele bebê. Imaginavam se era menino ou menina. Sonhavam em tê-lo ali. E ele sentia uma grande apreensão pela possibilidade daquela inseminação não ter dado resultado. O sofrimento que aquilo traria a Emily seria imenso. Por trás de toda aquela força, Emily era frágil. Só não gosta de mostrar sua fraqueza. E Jonas desejava afastá-la de tudo que pudesse lhe trazer dor, física e emocional.
            Não conseguiu. Dias depois, espantou-se ao chegar em casa por volta das 19hs e encontrar Emily. Ela estava no banho e ele achou muito estranho tê-la ali a essa hora da noite. O mais normal era ela vir no meio da tarde, durante o intervalo do movimento de almoço e janta no restaurante e retornar depois. Naquele momento ela sempre já estava de volta às suas ocupações.


            - Emily? Tudo bem? – Ele gritou batendo na porta trancada.
            - Eu já vou sair. – Ela respondeu sem dizer que tudo estava bem.

            Quando veio para junto dele, Emily usava uma camisola discreta, longa e parecia pronta para se deitar, apesar da hora. Sua pele estava corada pela água quente, mas não escondia os olhos inchados pelo choro. Ela esteve em prantos e ele já desconfiava o motivo. Só ressentia-se dela ter preferido chorar sozinha a lhe telefonar.

            - O que aconteceu? Fale comigo Emily. Por favor.
            - Nada. Só que comecei a sentir cólicas. Está descendo minha menstruação. Só isso.

            Não era ‘só isso’. Era simplesmente o seu sonho sendo desmanchado sem que ela tivesse a menor chance de impedir. Estava destruída. E não queria que ele a visse assim. Ninguém via, nunca permitia. Precisava passar por aquilo sozinha.

            - Me deixa quieta um pouco, Jonas. Por favor. Eu preciso.
            - Não, precisa ficar comigo. Esse bebê é desejado por nós dois. – Ele não entendia como ela podia preferir sofrer sozinha.
            - Por favor! Deixa-me sozinha. Só um pouco. Eu preciso assimilar essa dor. Aprender a suportar. E eu só sei encarar isso sozinha.
            - Está bem. Não tranca a porta. Eu vou preparar um chá para você e já volto. – Ele disse e, contra sua vontade, saiu.



            Sentada na própria cama, Emily abraçou o corpo e o sentiu tremer. As lágrimas rolaram novamente por seus olhos. Na frente dele não conseguia chorar. Sozinha o sofrimento fluía. A dor física da cólica que lhe apertava o ventre, mas a emocional trazida pelo sonho desfeito era realmente insuportável.





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