sábado, 18 de abril de 2015

Alguém Para Amar - Capítulo 2



            A medicação muito fraca para o estágio de sua doença não ajudou muito. Emily acordou contorcendo-se de dor na manhã seguinte e jurando manter-se longe do vinho. Durante toda a madrugada em claro tinha revivido a consulta com Leonor, sua ginecologista há mais de 15 anos. Procurou-a quando percebeu que suas cólicas menstruais eram mais severas do que deveriam. O diagnóstico foi de endometriose. E manteve-se em tratamento, controlando a doença, por toda a vida, como a endometriose exigia.

            - Está pior. – Disse à médica – Antes eu podia ter uma vida normal no restante do mês. Agora tenho crises em qualquer época. E está doendo quando tenho relações sexuais, independente da fase do ciclo menstrual.
            - Já dividiu isso com seu parceiro?
            - Não. Choramingar não faz meu estilo, você sabe. Preciso melhorar, Leonor.
            - Nós duas sabíamos que podia alcançar esse estágio, Emily. – A médica de 55 anos entendia o desespero da paciente. Endometriose podia tirar qualquer mulher do sério. – Podemos fazer uma nova raspagem. Vai aliviar.

            Há três anos ela fez esse procedimento. Não pelas mesmas razões. Naquela época o desconforto era grande, porém restrito a dois dias antes de descer a menstruação. No restante do mês tinha uma vida normal. Mas estava no auge de seu relacionamento com Jonas e não desejava perder mais dois dias além dos da menstruação. Decidiu fazer a raspagem com a vaga esperança de livrar-se do problema. Então mentiu para todos sobre uma viagem a Milão, fez o procedimento e ficou escondida em casa por uma semana, recuperando-se. Ninguém soube. Tudo na esperança de ficar boa. Não conseguiu. Logo o problema voltou e só fez se agravar. A alternativa à cirurgia é o controle hormonal da evolução da doença. Precisava por um fim nisso tudo.

            - Aliviar não basta. Tem de haver uma forma. Até quando vou conviver com isso?
            - Durante toda sua vida fértil, ou seja, enquanto menstruar. – Quando a médica começou, Emily já desconfiava de como terminaria. – Emily, você já parou para pensar que aos 37 anos te resta pouco tempo para formar uma família, biologicamente falando, é claro? Ainda mais com endometriose, penso que você deveria pensar numa gestação.
            - Nem mesmo cogitar, Leonor. Tenho meus amigos, meu restaurante, uma vida sexual fantástica com Jonas. Tem de haver alternativa!
            - Há, é claro. Nós estamos fazendo uso delas há 15 anos. Mas, no seu caso, a gravidez poderia ser um ótimo tratamento. Não há garantias de que não voltará a sofrer com os sintomas da doença, mas você teria boas chances.
            - E o que eu faço com o bebê quando o ‘tratamento’ terminar?
            - Talvez ele diminua um pouco a solidão da sua vida. – Leonor arrependeu-se imediatamente. – Desculpe! Intimidade demais com paciente é péssimo. Eu não quis dizer isso.
            - Quis sim. Não tem problema, Leonor. Eu entendo...todos pensam assim. Mas não importa. Eu não posso engravidar e, se pudesse, não é esse o tipo de relacionamento que tenho com Jonas. Ele não quer filhos também.
            - Bancos de esperma existem pra isso. E você pode escolher as características do pai.


            Saiu da clínica com a ideia fixa em esquecer a orientação da médica. Que absurdo! Filho não é tratamento médico. E se não teve vontade de tê-los em 37 anos, não seria agora. Mas bem que seria divertido escolher as características do doador.
            - Alto, musculoso na medida certa, de olhos claros e cabelos negros. – Aquelas características não eram aleatórias. – Você seria um ótimo doador de esperma, Jonas. Ótimo!

           
             Antes de ir ao restaurante Emily resolveu visitar alguém muito especial. Nunca perdera o contato com Marta Fruett. Por vezes com uma visita, ou apenas com o envio de uma doação substancial ao orfanato dirigido pela senhora onde ela fora criada com toda a doçura e firmeza de uma verdadeira mãe. Certo é que jamais deixaria Marta no passado. Como poderia se aquela mulher lhe deu tudo, inclusive um sobrenome?

            - Linda! Como sempre. A minha Emily.
            - Oi Marta. É bom revê-la. Cheguei ontem de Milão. Lhe trouxe esse presente. – Era um lindo casaco italiano.
            - Não precisava. Sabe que prefiro vestir peças simples e dar tudo as crianças.
            - Eu sei. E por isso trouxe um cheque para ajudar nas despesas. Sabe que sempre trago.
            - Sim, eu sei. – Marta a conhecia muito bem. – Como você está? Sinto um ar de preocupação. É sua saúde?
            - Nada com que precise se preocupar. Sabe qual a sugestão de tratamento que Leonor me indicou?
            - Não. Espero que não seja nada muito invasivo.
            - Eu diria que é invasivo demais e com consequências brutais.
            - Está me assustando, Emily!
            - Gravidez! Dá pra acreditar?!?! – Surpreendentemente, Emily viu um sorriso surgir na face da idosa. – Não se empolgue! É 0% de chance! Eu não sirvo para ser mãe!



            - Discordo totalmente. Você é justa, sabe dar limites, tem uma vida estável e, principalmente, tem muito amor acumulado nesse coração. Seria uma boa mãe. Só precisa se abrir para isso.
            - Talvez, Marta. Quem sabe um dia, mais velhinha, eu adote um bebê. Mas hoje, nem pensar. E se não tive até agora, engravidar seria loucura! E nem um pai tenho! Essa coisa de escolher esperma em catálogo me parece absurda!
            - Mas aquele rapaz...aquele que nunca se dignou a me apresentar?
            - Ele não é para isso!
            - Não! Não! Não! – A idosa se rebelou. – Eu tenho 80 anos Emily! Sou do tempo em que quando uma mulher passa anos com um homem, ela confia nele para gerar seus filhos.
           
            Era algo complicado de explicar para Marta. Como dizer que Jonas era maravilhoso, mas servia apenas para ‘atividades carnais’? Não, melhor nem tentar.

            - Deixa pra lá Marta. É bobagem. Eu vim apenas pra trazer seu presente e te ver. Tchau! Se precisar de algo, é só ligar.
            - Não, você não veio só para isso. Veio ouvir minha opinião, se aconselhar com essa velha aqui. E eu te digo para pensar com carinho na ideia de abrigar um bebê no ventre. Pode ser um tratamento para alma, algo muito mais importante do que curar-se da endometriose.
            - Quer que eu dê uma chance ao catálogo de esperma?
            - Não! Claro que não! Eu sou velha, mas ainda lembro como é satisfatório o jeito tradicional. Porque não o bonitão?!?! Acidentes acontecem...todos os dias por aí.

___ § ___


            No sábado pela manhã Jonas chegou a Bento Gonçalves. Estava feliz e relaxado após passar a noite anterior com Emily. Saiu da casa dela direto ao aeroporto. E essa noite o tranquilizou. Após ela dispensá-lo logo depois de transarem na segunda-feira, Emily cancelou o encontro de quarta e ele chegou a pensar em pressioná-la a falar se estava envolvida com outro e por isso afastando-se. Mas sua consciência lembrou-o de que o relacionamento deles não previa cenas de ciúme. Se ele desconfia-se de algo deveria simplesmente dispensá-la.

            - Eu não estou pronto pra dizer adeus a você, Emily. Quando eu não a quiser mais a dispensarei. Mas ainda não.

            Então ligou e pressionou Bruno. Porém o investigador lembrou-o de que informações específicas, íntimas, como as que ele solicitava, levavam tempo. Ele precisaria esperar no mínimo três semanas, talvez um mês, para saber quem Emily visitava em uma clínica médica no centro de São Paulo.
            Na sexta-feira encontraram-se. Emily, como de costume, não deu longas explicações para o cancelamento do último jantar. Disse apenas não estar disposta na véspera. E que iria recompensá-lo.



            - Eu não quero pensar em mais nada, Jonas. Você vai me tocar e beijar com tamanha intensidade que eu não vou ter energia para mais nada. – Lhe disse.

            A noite foi intensa. E ele certificou-se de que ela tivesse orgasmos verdadeiros. Não foram gemidos falsos que visavam enganá-lo. Ela visitou o paraíso em seus braços naquela noite, primeiro no chuveiro, depois na cama. Alongou o sexo para garantir o prazer dela. Enlouqueceu-a com beijos e carinhos íntimos, tinham intimidade o bastante para nada ficar de fora. Timidez para que quando conhecia cada milímetro daquele corpo?
            Ouviu-a gritar seu nome em desespero quando, após o banho, viu-se deitada na cama com as pernas afastadas e sendo presenteada com o mais íntimo dos beijos. Ele devorou-a sem piedade e a impediu de unir as coxas ou erguer o quadril. Ela teve de lidar com o próprio prazer sem ter para onde fugir.

            - G-O-S-T-O-S-A. – Jonas disse sentindo-a explodir em sua boca.
           
            Já relaxada e deliciosamente satisfeita, Emily sentiu Jonas penetrá-la. Estava um pouco apreensiva. Esperou a dor vir. A ardência intensa no colo do útero que a impedia de se deliciar por completo naquele homem. Mas hoje não. Hoje sentiu-se plena ao ter o corpo preenchido por ele.

            Quando amanheceu e o alarme acordou-os a tempo de Jonas não perder seu avião, fizeram amor mais uma vez e Emily ofereceu-se para devolver o carinho da noite anterior. Gostava de fazê-lo perder o controle em sua boca. Mas ele lhe negou.

            - Meu prazer dessa vez foi assistir você perder a linha.

            Agora ele entrava na propriedade dos Vicentin e via as parreiras carregadas de uva que daqui algum tempo entrariam em época de colheita para transformasse em vinhos de qualidade.



            Ali o ar era mais puro e as pessoas bem mais verdadeiras. A vinícola não lhe dava pessoalmente tanto dinheiro quanto a construtora, mas, mantinha sua família bem instalada. Uma grande família. E tipicamente italiana. Jonas é filho de Leonel e Giovanna. Ambos nascidos na Itália, mas criados no Brasil quando os pais vieram tentar nova vida nas terras do Rio Grande do Sul.
Os avós maternos de Jonas já estavam falecidos, mas os paternos eram um casal ainda ativo e maravilhoso. Francesco e Ângela tratavam os netos como se não fossem crescidos e criados. Isso porque os idosos não tinham a maior alegria de um italiano: muitas crianças ao seu redor. Além de Jonas jamais ter se casado nem ter planos para tal, Lorenzo, filho mais velho de Leonel e Giovanna, chegara aos 44 anos divorciado e sem filhos. Já Milena, a irmã caçula de 31 anos, dizia ainda não ter encontrado o pai ideal para seus filhos.

- Buongiorno, Padre. – Ele parou junto ao campo ao avistar seu velho pai provando de algumas frutas.
- Buongiorno, mio figlio. – Eles não falavam italiano em casa, mas o cumprimento era sempre feito no idioma natural dos mais antigos na casa. – Foste bem de viagem?



            - Muito. E por aqui? Está tudo bem?
            - Sim. Sua mãe foi a cidade. Sua irmã está verificando os novos tanques de fermentação e Lorenzo está no alojamento, conferindo os lotes que estão envelhecendo nos barris de carvalho
            - Ótimo. El abuelo y la abuela?
            - Seus avós estão ótimos. Apesar de se negarem a ir ao médico. Eles têm de fazer a revisão, mas você os conhece.
            - Sim. Eu falarei com eles. – Repetindo o hábito de infância, Jonas pegou um grão de uva. – Doce na medida certa. Teremos uma grande safra.
            - Sim. Será uma produção fantástica nesse ano. Vá descansar, meu filho. No almoço, à mesa, como todo bom italiano, falamos mais.

            Mesmo sem passar muito tempo longe daqui, Jonas sempre se sentia melhor ao rever o lar. Cresceu ali, correndo com Lorenzo e Milena entre os parreirais. Naquela fazenda aprendeu a as três coisas que mais valorizava na vida: honra a palavra dada, respeito à família e a honestidade acima de tudo.
            Com um leve aceno à Ana, empregada já com a idade avançada que o viu bebê, seguiu para seu quarto. Descansaria antes de ir rever seus avós. Certamente estavam em repouso antes do almoço. Ele sorriu ao entrar em seu quarto. Aquela casa era tão diferente de seu apartamento em São Paulo e, estranhamente, ali não sentia falta do luxo nem da modernidade. Nem poderia quando as primeiras coisas que tirou da mala foram seu smartphone, tablet e notebook. Não vivia sem seus eletrônicos e a internet wifi funcionava perfeitamente, permitindo-o manter-se conectado à construtora e, ainda assim, estar ali, junto da família. Ainda assim, os móveis rústicos, na cor natural da madeira, tinham algo mais quente do que o frio mármore e metal que imperavam na decoração de seu outro lar.
Tinha ainda o barulho. Seu apartamento, de solteiro, era silencioso. E isso é ótimo para ler um livro ou assistir filmes. Mas às vezes ouvir a voz de sua irmã cantando pelos corredores ou o latido do cachorro no quintal era agradável. Ou, ainda, os sons vindos da cozinha. Eles antecediam uma maravilhosa refeição. Além disso, as roupas simples nos armários lhe davam uma felicidade sem tamanho. Ali não havia razão para ternos ou gravatas. Quando saiu do quarto para almoçar usava calça jeans e camiseta branca. Estava em paz.



            - Ana! Como sempre, estou com saudade da sua comida.
            - Menino, menino...então não vá mais para aquela selva de pedra. Sempre que volta, está mais magrinho.
            - Ao contrário, Ana. Sempre que fico aqui engordo.

            E há razão para isso. Uma casa italiana jamais estava completa sem uma bela e farta mesa. Pães, massas, molhos, queijos, salames e tudo regado a muito vinho. Eram comidas simples, mas fartas em sabor, quantidade e amor no preparo. Emily ficaria encantada com todos aqueles sabores.

            - Jonas? Menino? Onde estão seus pensamentos? – Ana chamou-o.
            - Me distraí. – Perguntava-se como Emily chegou àquela cena. Ela não pertencia àquela parte de sua vida. Quando voltasse para São Paulo marcaria outro encontro com ela. Era isso. Apenas isso. – Como sempre. Está uma linda mesa, Ana.
            - Quando soube que viria defini o cardápio: Espaguete à carbonara. Seu favorito.
            - Maravilhoso! – Ele beijou a senhora que o amava como a um filho.
            - O que deseja para amanhã?
            - Por Deus Ana! Assim vou ganhar peso. – Ainda nem apreciara aquela refeição e a cozinheira já pensava na do dia seguinte.
            - Bobagem, Ana! Ele volta de São Paulo sempre mais magro. – Sua mãe entrou na sala e veio beijar o filho em ambas as faces, como era costume dos italianos. – Faça risoto de ervas finas. E também filés à parmegiana.
            - Sim, senhora. E de sobremesa? Gellato ou tiramisù?
            - Eu prefiro tiramisù. – Jonas disse.
            - Então está decidido. – Giovanna disse sorrindo e batendo as palmas das mãos. – Se meu filho deseja tiramisù, ele terá. Mas por enquanto, sente-se à mesa para provar o Espaguete à carbonara. Vou chamar os outros.

            Como era costume, Jonas só começou a comer com a mesa completa. Todos à sua volta serviram os pratos e cálices. E falavam enquanto comiam. Falavam e gesticulavam agilmente. Eram várias conversas paralelas, mas, de alguma forma, todos compreendiam o assunto geral. E, de alguma forma inacreditável, o assunto sempre acabava da mesma forma.

            - Vovó, vovô...como estão? Papai me disse que têm checape médico à fazer. – Jonas começou.
            - Bobagem. – Francesco comentou. – Tenho 90 anos e sei o que me mantém firme. É essa mesa. Não os remédios que esses médicos insistem em me receitar.
            - É necessário, pai.  O senhor sabe. Não seja rabugento. – Leonel insistiu. – Você e mamãe precisam ir ao médico.
            - Não. Não precisamos. – Ângela respondeu entre uma garfada e um gole de vinho tinto. – Não se preocupem com esses velhos.
            - Como não nos preocuparemos? – Milena disse. – Vocês dois são muito importantes nessa família.
            - Nós sabemos minha neta. Nós sabemos. Mas deveriam preocupar-se com a próxima geração, não com a mais antiga.
            - Eu sabia que terminaria nisso. – Lorenzo riu. – Nós três já sabemos que estamos em falta com vocês. Mas não há bebês a caminho.
            - Como se eu não soubesse! – Dona Ângela estava irritada com isso. – Ouçam essa velha. Eu me nego a morrer sem conhecer meus bisnetos. Então tratem de fazer bebês. Vocês três já passaram da idade!
            - A senhora viverá muitos anos ainda, vovó. Então ainda temos tempo. – Jonas respondeu.



            Durante a tarde Jonas foi visitar seu local favorito em toda a propriedade. Ficava mais afastado e poucas pessoas tinham acesso. Construído em pedra bruta e com um grande investimento no sistema de refrigeração, ali ficavam alojados os imensos barris de carvalho onde o vinho envelhece. Depois de tudo o processo de fermentação, estava pronto. Agora bastava o tempo cumprir sua missão e aprimorar o sabor da bebida.

            - A juventude tem um frescor especial, mas o tempo traz maturidade e exalta os sabores mais íntimos e intensos. – Disse sentindo o cheiro do vinho e da madeira tomar o ambiente.

            Jonas gostava de ficar sozinho ali. Sentia-se bem, sentia-se livre. Mas não estava só naquele momento. Lorenzo veio relaxar na privacidade do mesmo lugar. E percebia em seu irmão algo diferente. Jonas já não era mais o mesmo rapaz. Ele estava mais pensativo, mais consciente de suas atitudes.

            - Estava falando só do vinho ou de alguma mulher?
            - Não vi você aí. – Nem gostava de ter de responder esse tipo de pergunta.
            - O tempo amadurece muito mais do que o vinho, não é mesmo? Também passa para as pessoas.
            - É. Olhe para nós, Lorenzo. Estamos envelhecendo.
            - Sim. Mas com 40 e 44 anos, acho que podemos nos considerar jovens ainda. Vovô está ótimo com 90! Relaxa Jonas!
            - Sim. Estou relaxado. É só...um pensamento. – Seu avô havia sido pai pela primeira vez aos 21 anos. Ele e Lorenzo não quiseram isso tendo mais do dobro de vida. É, eram outros tempos. – Você ainda quer ter filhos?



            - Eu os quis, Jonas. Mas a vida me tomou essa chance quando levou Alice tão cedo. Hoje não quero mais. E você?
            - Não sei...não me imagino como pai.
            - Não caia na pressão da vovó. Se for para acontecer, ótimo. Se não, deixamos para Milena essa tarefa. Toda mulher, um dia, sente esse desejo. Milena dará crianças para a família. Pode apostar.


Quando a noite caiu Jonas viu-se sozinho na sala junto de uma garrafa de vinho. A frase de seu irmão ainda estava viva em sua mente. “Toda mulher, um dia, sente esse desejo”. Seria possível? Não. Milena, talvez. As mulheres do interior, criadas em família, sim. Mas não todas. As da cidade, com suas carreiras para cuidar, não ligavam para isso. Emily não tinha interesse nenhum por bebês. Nunca a ouviu falar em crianças. Isso não era para ela.

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