sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A Mentira- Capítulo 26: O casamento parte 2




Os convidados circulavam pelo imenso jardim sem desconfiar do que se passava no interior da mansão. Grey, Jacob e Kate também estavam por lá, ansiosos. Não demorou muito para Grey e Jacob se encontrarem.
- Eu sabia! Você não tem vergonha de correr atrás da mulher dos outros?! – Christian gritou.
- Você é que tem de se envergonhar por a sua mulher correr para LONGE de você, Grey. Não cuidou do que tinha. Agora não reclame!

- Você não tem nada com isso! – Christian tentou avançar sobre Jacob, que estava muito mais calmo que o rival. Alguns homens os afastaram.  – Onde Ana está?
- Lá em cima. Vai acertar as contas com a priminha.
- Eu vou lá com ela!

            Jacob até pensou em segurá-lo. Certamente seria a escolha de Ana. Porém, era adepto da ideia de que para virar uma página, é necessário lê-la até o final. Se fosse para Anastásia e Christian realmente se separarem, eles teriam de esclarecer sua história antes. E ele esperava que fosse assim. Um ponto final definitivo que abrisse espaço para outra história.
            Ana sequer pensava em Grey nesse momento. O que Alice fez destruiu seu casamento, mas era muito mais. Eram primas, cresceram juntas, e isso não foi motivo suficiente para impedi-la de mentir descaradamente para sua família.
            - Que faz aqui? – Alice gritou ao entrar no quarto. – Saia!! Tiaaa.
            Ana não esperou a surpresa da outra passar e apenas a empurrou até fazê-la se sentar sobre a cama.
            - Acho melhor parar de gritar! A não ser que queira ter essa conversa com plateia! Não me custa abrir essa janela e grita pra todos os convidados o que tenho pra falar com você.
- Saia daqui! Não vou deixar você estragar meu casamento. Sua invejosa!
            - Eu? Não seria o contrário, prima?! Como você tem coragem de me acusar disso quando é você a culpada pelo Grey ter me odiado por tanto tempo e você sabe do que eu estou falando! Você teve um caso com o Emmett! Você abortou um filho dele! E fraudou o meu cartão de crédito fazendo todos acreditarem que eu era a culpada!
            Por um breve instante houve choque nos olhos de Alice. Ela não sabia que Ana tinha descoberto tudo. Mas estava tranquila porque o casamento já estava realizado e, mesmo que Ana fizesse um escândalo, os poucos que acreditassem, nada poderiam fazer.
            - Eu não sei do que você está falando! Está louca! – Gritou Alice.
            - Não? Vamos ver se você lembra então!

            Mas Ana foi interrompida por Grey, José e seus tios que invadiram o quarto. Viram Alice pálida e com a expressão assustada, e Anastásia avermelhada pelo ódio que sentia.
            - Que se passa aqui? E essa gritaria! Os convidados vão ouvir! – Tia Melissa falou. – Alice tem de se trocar...porque veio atrapalhar, Anastásia?
            - Alice pode contar o PORQUÊ! Diga, Alice! Diga o que eu vim te falar!
            Surpreendendo a todos, Alice se joga no chão e, dê joelhos, implora.
            - Me perdoa. Não estrague o dia do meu casamento. Eu peço. Por favor, prima.
            - Levanta daí e confessa. – Ana estava fria. Não teria perdão algum. – Você não teve nenhum remorso em destruir o MEU casamento.
            - Alice, isso tudo é verdade? – Ray pressionou. – O que se passa aqui?!
            - Eu...eu não sei...tia...tio...eu não sei. Ela entrou gritando e...eu acho que ela está com ciúme do José. Ela sempre o amou. Mas ele é o MEU marido agora. – Ela desistiu de pedir e ergueu-se do chão.
            Christian estava furioso com tamanha falsidade. Como pôde acreditar nela e desconfiar de sua Ana?
            - Anastásia é minha mulher, Alice. Não tem ciúme de José! Ela está aqui pelo que você fez ao meu irmão! Você o matou!
Alice ficou calada. E José estava perdido, sem saber o que fazer ou em quem acreditar.
            - Espere Grey! – Ray, muito nervoso, interferiu. – Não pode acusar assim minha sobrinha. Isso é verdade, Ana? Você acha que Alice tem algo a ver com a morte de Emmett Grey?
            - Isso é um absurdo! – Melissa interferiu. – Esse anjo está se casando hoje e vocês veem atrapalhar tudo.
            - Basta, Melissa. Deixe Ana falar! – Ray gritou.
            - Não, tio. Ninguém matou Emmett. – Ana encarou Grey. – Ele se suicidou. Mas fez isso após saber que a mulher que amava abortou um filho deles e o abandonou por outro homem, mais rico. – Ela encarou o primo. – Você José. Você estava voltando da Europa e Alice resolveu que era melhor que Emmett.
            - Isso é verdade, Alice? – Ele não conseguia acreditar que tudo fora um plano de Alice para casar com ele.
            - Não! Claro que não! – Choramingou a noiva.

            Irritada, Ana avançou sobre a prima e esbofeteou-a!
            - Fale a verdade! Assuma o que fez!
            Ray a segurou rapidamente. Estava sofrendo vendo aquela situação.
            - Chega, Anastásia! Trate de provar o que diz! Tem como provar, não tem? Não pode fazer uma cena dessa sem provar!
            Ana estava magoada com o tio.
            - Não posso, tio? Mas ninguém provou que eu era a culpada...e você acreditou que eu tinha feito um aborto. E nem veio falar comigo. Logo você, Ray, que me criou como filha, me condenou sem nem me dar a oportunidade de defesa.
            Ele sentiu o golpe da rejeição da sobrinha. Não sabia o que fazer. Amava o filho, amava as duas sobrinhas e só a ideia de que uma mentia descaradamente significava que ele errara feio na educação delas. Sentia que sua família estava se despedaçando.
            - É claro que ela não tem prova nenhuma! – Melissa se agitou novamente. – Você herdou demais de sua mãe, Ana! Ser criada por nós não lhe trouxe classe nem decência!
            - Basta Melissa! Já disse para se calar!

            Grey ficou indignado com a forma com Ana era tratada pela tia. Aquela mulher era tão enganada por Alice quanto ele foi no passado. Essa garota era um demônio com sorriso de anjo.

            - Vamos ver, tia, o que vai dizer quando eu terminar! Qual de nós, eu ou Alice, não terá decência na sua opinião!
            - Vamos acabar com isso, Ana. Se você tem provas, as apresente agora.
            - Está bem, tio. Se minha palavra não vale nada, aqui está. – Primeiro ela mostrou os dois broches. – Um, como todos sabem, é meu. Esteve sempre comigo. O outro é de Alice. Alguém consegue imaginar porque ele está comigo?
            - Ela o roubou! Eu dei falta há muito tempo. -  Alice gritou.
            - Sua ordinária cale a boca! – Ana tentou avançar sobre ela mais uma vez, porém não deixaram. – O broche de Alice estava na fazenda. Emmett guardava o presente que ganhou da amante.
            - Alice! Diga se é verdade. DIGA! – José saiu de sua passividade e agora exigia a verdade.
            - É mentira! Me roubaram o broche.
            Melissa observava a tudo calada. Nunca Alice tinha dito uma palavra sobre roubo. Começava a temer o término daquela conversa.
            - Alice! – Ray gritou puxando-a pelo braço. – Isso que Anastásia diz é verdade?
            - Não!
            - É claro que Ana está mentindo, Ray! Está no sangue dela mentir. – Melissa continuava a ofender a sobrinha mais velha.
            - Vamos embora, Ana. Você não precisa ouvir isso. Não tem de provar nada. – Grey a tocou no braço.
            - Não encoste mais em mim! – Foi a única vez em que ela lhe dirigiu a palavra. – Não vai confessar? Então vejam isso! – E mais uma vez a foto foi decisiva para convencer a todos.

            A família ficou em choque vendo que Alice realmente teve um relacionamento intimo com o irmão e Grey e, pior, armou para enganar a todos. Melissa quase desmaiou.
            -É, é verdade. Fui namorada de Emmett. Que pecado há nisso. Se ele se matou é problema dele! Eu simplesmente me apaixonei por José e terminei com Emmett. Que mal isso tem?
            - Porque não nos contou nada, Alice? – Melissa questionou.
            - O mal é que você ficou com dinheiro dele, abortou um filho e o fez entrar em depressão. E ainda jogou a culpa em mim. Eu fui maltratada por sua culpa! – Ana gritou e Grey mais uma vez sentiu o peso do arrependimento.
            - Eu terminei com ele. Se ele se matou é porque era um louco!
            - Então tia? Que me diz agora? Agora que essa estúpida confessou...será que ainda acredita que eu sou culpada de tudo de ruim que acontece nessa família?
            - Eu...eu não posso acreditar que a menina que criei para ser minha nora, mulher de meu filho, minha filha...fez algo assim.
            - Mas ela fez, tia. Alice é um monstro. E eu paguei por ela nesse infeliz casamento onde entrei. – Ana chorou.
            Melissa olhou para Grey.
            - Mesmo achando que você era culpada, nunca pendei que seria infeliz na fazenda. Eu não gostava de você da mesma forma que de Alice...mas te criei como filha também. Não pensei que ele te tirava de nossa casa para te judiar...achei que te amava.
            - E amo! Com todo o meu coração. Porém eu só tinha uma pista...e acreditei que era Anastásia a culpada. Por isso casei. Para me vingar. Tudo por culpa de você, Alice. – Grey acusou. – Você é a culpada da nossa infelicidade.
            - Do que você reclama? Casou para fazê-la sofrer. Conseguiu! Não reclame! Você é igual a mim, Christian! Não se faça de santo.
            - Eu não sou como você. Eu queria justiça!
            - Não! Você queria vingança!
            - Nisso você está certa, Alice. – Ana concordou. - Ele queria me fazer sofrer. E conseguiu. Tirou 10 com louvor na tarefa. Quer saber...foi uma pena, Christian, você não ter casado com a Alice. Vocês dois fariam o casal perfeito!

E Anastásia deixou o quarto e a mansão deixando a todos saberem o quanto estava magoada.

DICA DA AUTORA:  esse vídeo tem praticamente só essa cena. É meio longo (uns 34 minutos), mas vale pelas atuações maravilhosas e tipicamente mexicanas.

 

domingo, 10 de novembro de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 29: O inesperado acontece









Ter de aguardar seis meses para ter a certeza de que meus filhos e minha mulher sairiam dessa com 100% de saúde era uma agonia interminável. Ao menos eu sabia que tudo estava correndo bem. A fazenda era um lugar calmo e com total segurança. Isso, é claro, foi reforçado. Os problemas de minha vida foram tantos que eu acabei deixando de lado episódios estranhos e perigosos que ocorreram com Bella. Mas não esqueci! James teve a coragem de fechar aquele maldito portão e forjar a batida do carro dela e Tânia foi inconveniente muitas vezes. Meu pai foi bruto com ela e o tal Jacob apareceu num dos poucos momentos onde estávamos juntos e felizes. Foram atos desastrosos e decisivos para tudo de ruim ocorreu com eles e assim, tudo junto, coincidência demais.

- Alô, Jasper? Preciso de algo que só você pode fazer. É sigiloso!
- Se depender de Alice, eu não olho mais na sua cara. Sabe disse não é?
- Sei, mas ela deveria se lembrar que é por minha causa que vocês se conhecem. Ou você a viu pela primeira vez rezando na igreja? Não né? Foi na perseguição à Bella.
- Isso é verdade! – Meu amigo respondeu sorrindo.
- Vou encarar isso como um sim.
- Pode falar Edward. Não vou te deixar na mão.
- Quero que investigue umas coisas. Algo me diz que Tânia e James têm alguma ligação.
- Só pensou nisso agora? Depois de tanto tempo!
- Eu estava cego meu amigo, completamente cego.
- Ok, vou trabalhar nisso. – Eu podia perceber a agitação tomando conta dele. Jasper gostava de desafios. – E Bella, como está?
- Falei com ela hoje cedo. Está bem, está se cuidando. E eu estou louco para ficar com ela. Se pudesse eu largava tudo aqui e passava os próximos seis meses na fazenda alisando a barriga dela.
- Talvez esse afastamento faça bem.

Isso parecia a coisa que as pessoas mais gostavam de me dizer. Queria ver se fosse com elas! Mas a vida seguia relativamente comum, regada a muitas ligações para a fazenda.

- Eles mexeram?
- Uma ou outra vez. Mas não sinto muito. Acho que deve ser muito apertado. Aí eles ficam paradinhos.
- É, deve ser isso. E você? Está se alimentando bem?
- Claro! Não paro de comer, estou sempre com fome.
- Ótimo. É...Bella...o que você acha de eu ir aí no sábado...para ver você.
- Claro, pode vir.

Ficar com ela foi fantástico. No início até fiquei triste pensando que as lembranças da nossa lua de mel me fariam sentir falta de carinho. Não foi assim. Apensar de nos tratarmos apenas com cortesia, o dia foi muito agradável. Minha vontade era beijar sua boca e procurar cada mudança que meus filhos fizeram em seu corpo. Mas, não o fiz em respeito ao que ela decidiu.
Aliás, suas decisões me preocupavam cada vez mais. Bella pretendia sumir com meus bebês assim que eles nascerem e eu me tornaria um pai eventual, um pai que veria os filhos apenas no final de semana. Isso é inaceitável.
Por outro lado, depois de toda a crueldade com que a tratei, porque Bella iria confiar em mim para criar nossos filhos? Eu, no lugar dela, não os deixaria chegar perto de um maníaco capaz de trancá-la em um quarto ou expulsá-la de casa em um dia chuvoso. Era um milagre que ela tivesse conseguido segurar a gestação depois de passar por tantas dificuldades. Mas ela conseguiu. Minha Bella é uma guerreira!
A primeira coisa que notei ao chegar na casa da fazendo foram as flores que enfeitavam e perfumavam a grande sala principal. Bella havia mudado todo o lugar, o ambiente agora tinha o seu jeito e os empregados faziam todas as suas vontades. Eles não sabiam dos detalhes de nossa relação e a aceitavam como a patroa, como a dona da casa.

-Como você está? – Não sabia bem se podia, mas a abracei assim que cheguei.
- Tudo bem. Os bebês parecem bem calminhos.
- Isso é ótimo, mas eu perguntei de você. Quero saber como se sente, se está sendo bem tratada, confortável?
- Sim, é tudo perfeito aqui. – Ela ficou encabulada. – Bom, a casa é sua. Não me sinto confortável em lhe oferecer nada.
- Pode ser minha casa, mas é o seu lar. Mas não se preocupe, depois vou ver o pessoal na cozinha e na estrebaria. Agora quero tomar um banho e descansar da viagem.
- Claro! Eu vou me sentar um pouco lá fora, depois conversamos.

Eu queria muito conversar com ela, mostrar que não era aquele mostro que aparentei. Ao menos, não em tempo integral. Iria me comportar bem! Tinha até trazido um presente. Nada demais, apenas uma lembrancinha afinal ela não aceitaria uma joia. Tomei banho e desci com a caixa nas mãos. Encontrei-a sentada na varanda, olhando o sol se por e alisando a barriga já bem arredondada apesar de não ter completados nem quatro meses de gestação.

- Trouxe um presente. Espero que goste. – Coloquei a caixa em seu colo.
- O que é? É para os três?
- Não, é para a mãe deles.

Ela voltou a corar. Sorriu apenas ao abrir o pacote e ver o kit com vários cremes para gestantes.
- A vendedora disse a futuras mamães devem cuidar da pele. Espero que goste.
- Eu gostei, é claro. Mas sabe que não precisa me dar nada.
- Acho que precisa não é a palavra correta Bella. Eu...quero muito poder cuidar de você e minimizar o mal que te fiz.

Ela não respondeu e logo falávamos de outros assuntos. Passeamos pelas estrebarias e Bella me apresentou a Cesare, um potro nascido a pouco com pelo castanho.

- Cesare é muito simpático e já ganhou o coração de todos por aqui. Das crianças, em especial.
- Crianças?
- Alguns de seus empregados têm filhos Edward. Não sabia?
- Sim, claro. – Sabia mesmo. Apenas não pensava muito nisso.
- Eles vêm pra cá, brincam, acariciam e mimam Cesare o tempo todo. Deve ser o potro mais mimado planeta.
- É, as crianças têm um carinho e repeito especial pelos animais. – Imaginei três lindas crianças de olhos cor de chocolate correndo pela fazenda e meu coração bateu a galope. – Os nossos também vão amar esse lugar e mimar os animais. Você verá.
- Eu imagino que sim, mas não acho que eu vá ver.
- Porque diz isso Bella?
- Ora Edward...não pretendo impedi-lo de ver nossos filhos ou trazê-los para passar férias ou finais de semana aqui, mas eu não farei parte desses momentos. Na segunda feira, quando você deixá-los em casa, apenas ouvirei as milhares de histórias de suas aventuras com o pai.

Esse cenário onde nossos bebês mais pareciam encomendas entregues pelo correio não me agradava. Eu tinha a obrigação moral de oferecer à essas crianças. Além disso, a ideia de nunca mais ter Bella era dolorida demais.

- Bella, você não acha que nós podemos...tentar? Mais uma chance...é só o que te peço. – Supliquei.
- Não, Edward. Nós estamos separados e assim ficaremos, mas não se preocupe, meus filhos vão morar comigo, com a mãe, como é o certo, no entanto, jamais vou afastá-los de você. Garanto que saberão o pai maravilhoso que você é.
- Pena que esse pai maravilhoso não soube ser um bom marido. – Disse e me retirei para o quarto.

No dia seguinte tentei várias outras aproximações e nada funcionou. Estava convicto de que, desta vez, havia perdido Bella definitivamente. O sábado e o domingo passaram rapidamente. Quando estávamos jantando e minha mala já estava ao lado da porta para logo eu partir quando Bella disse:

- Quero muito que seja feliz Edward, mesmo depois de tudo de ruim que minha chegada em sua vida trouxe.
- Não diga bobagens Bella. Você é quem está me presenteando com o único presente que realmente já esperei na vida.
- Quero te dizer uma coisa...na verdade quero te contar o que se passou na noite do nosso casamento.
- Diga.
- Eu lhe contei que ainda muito jovem descobri minha infertilidade. – Chegava a ser cômico ouvir Bella dizer isso com o ventre volumoso por três bebês. – Eu me preparei para jamais gerar, sempre soube que era impossível então jamais me permiti sonhar com a maternidade.
- Entendo.
- Meu pai nunca foi santo e eu sempre soube que não podia confiar em suas tramoias. Só que era o meu pai, a única pessoa com quem podia contar e, quando ouvi sobre seus problemas financeiros, não resisti. Além do mais eu...e...eu...
- Diga Bella, pode confiar em mim.
- Eu tinha uma certa...paixonite por você, eu o queria.

Sei que não deveria ficar feliz, mas fiquei. Bella me queria antes mesmo de nos conhecermos!

- Só que depois fiquei com muita raiva de seu pai e acabei transferindo um pouco desse sentimento ruim por você. Eu estava sendo comprada! No início só sabia que você queria uma esposa e...que pagaria bem por isso. Depois veio a história de que eu teria de parir uma criança sua e...abandonar. Pode lhe parecer insano, mas foi muito fácil mentir e dizer que teria um bebê e o deixaria com você para nunca mais velo porque eu sabia que jamais esse plano imoral seria concretizado.
- Imoral não é a palavra certa. – Defendi o desejo de meu pai...e meu.
- Imoral sim! Que nome você dá para o ato de vender uma vida?!
- Continue Bella, por favor. Isso não esclarece sua fuga precipitada. Afinal, se você me amava ou me desejava, deveria ter ficado para consumar nossa união.
- Eu contava com que você descobrisse minha infertilidade só depois e daí eu fingiria que também não sabia.

Pensar nessa Bella ardilosa e fingida era doloroso.

- E o que a fez mudar os planos? – Perguntei.
- Tânia!
- Tânia?! – Fiquei pasmo. Tânia ficara sabendo do casamento e não esboçara nenhuma reação. Seus olhos eram como pedras de gelo no momento em que afirmei que iria me casar com outra e que essa outra seria a futura mãe de meus filhos. – Mas nem ligou para o fato de eu me casar com você. Éramos apenas amantes, sem nenhum compromisso.
- Ora Edward, você mexeu com o orgulho dela. Tânia pode até não amar você, mas jamais deixaria barato o fato de ser desprestigiada. Se sentiu humilhada e soube revidar sem que você sequer desconfiasse. Não sei como, mas ela investigou minha vida, descobriu meu segredo e me ameaçou durante nossa festa. Eu tentei afastá-la, mas ela se aproximou e mostrou uma cópia do exame que confirmava minha doença. Fiquei desesperada porque sabia que você e seu pai iriam ficar furiosos com a verdade. Tânia disse que vocês tinham marcado um encontro para aquela noite e, além de uma rapidinha, ela lhe daria a prova da minha mentira. Eu fugi.
- E conheceu Jacob? – Esse era outro que não me descia na garganta.
- Sim, ele me deu uma carona. Eu precisava fugir para qualquer lugar e ele me ajudou muito. Nós chegamos a namorar, mas, para mim, ele é apenas um amigo.
- Mas não para ele...
- Não, para ele não. Mas ele não representa nenhum problema. Foi uma coincidência ele estar no baile e só me beijou porque estava um pouco bêbado.
- Sei...- Eu não confiava nisso.
- Daí conheci Alice, começamos a trabalhar juntas e minha vida tomou um rumo tranquilo.
- Até eu aparece e destruir tudo o que você conquistou. Bella eu...eu fico feliz em agora saber o que se passou. Vou fazer de tudo para recompensar o que lhe fiz e ajudá-la na educação de nossos filhos. Você sabe que eu te amo e se mudar de ideia...meu coração é seu.

Ela me olhou profundamente e, por um instante, achei que ia me aceitar de volta. Mas não foi assim.

- Melhor seguirmos assim Edward.

Logo depois, quando ela me acompanhava até a porta para ir embora meu telefone vibrou. Era Victória. Olhei para Bella que estava desconfortável com minha presença e achei que o melhor a fazer por nós dois era seguir minha vida.

- Oi Vic! Como está?
- Bem eu...estou com saudades suas. Podemos nos ver...quem sabe?
- Claro... eu estou na minha fazenda, mas volto ainda hoje para Boston. Podemos jantar juntos amanhã. Que acha?
- Eu adoraria.

Me despedi de Victória e dei um último abraço em Bella. Ela me olhava estranho após ouvir minha ligação. Não achei que lhe devia alguma explicação.

Por: Bella

Victória? Quem é essa tal de Victória? Seja quem for não era da minha conta. Minha prioridade agora era cuidar de meus três bebês e fazê-los vir ao mundo lindos e fortes.

Três meses depois...

Alice estava me fazendo uma visita e desembarcou na fazenda cheia de pacotes. Nada surpreendente se tratando de Alice.

- É tudo triplo! Não posso presentear mais uma do que outro Bella!
- Ali, você se superou dessa vez! Não sei como o helicóptero não caiu de tão cheio.
- Que nada amiga! Se tivesse algum risco eu tinha feito duas viagens. Sem presente meus afilhados amados não ficariam. – Alice havia exigido ser a madrinha dos três, exagerada como sempre.
- E aí mamãe do ano... não vai me contar como vai esse coração?
- Batendo.
- Pelo pilantra ainda?
- Não fale assim Alice! Ele é o pai dos meus filhos e...nessa história eu também errei muito.
- Já vi que continua caidinha por ele.
- Não é isso e ele já está com outra mulher e...acho que ela é bacana. Está fazendo bem a ele.
- Eu sei, Jasper me falou que ele anda saindo com a tal Victória. Disse que ela é chique e elegante, mas um pouco fria. Falou também que o Edward a considera uma companhia agradável, mas que não a ama.
- O amor não nos fez darmos certo. Talvez uma relação ‘mais fria’ seja o melhor.
- Você não acredita no que está falando Bella.
- Chega Alice! Isso não me diz respeito. Ele que fique com a ruiva fria então ou volte para Tânia. Problema dele! – De uma forma ou de outra, ele não estaria comigo e eu estava fervendo de ciúme. Mas isso eu não vou confessar nem para Alice. – Tenho uma dúvida ainda mais séria.
- O que há? -  Ela segurou em minhas mãos.
- Eu não sei se...posso ficar com os bebês e não realizar o sonho dele. Ali...ele merece viver com os filhos, ele os ama demais. Eu estou me sentindo mal por afastá-los. – Sem querer comecei a chorar.
- Calma Bella! Amiga, você não vai afastá-los! Edward poderá ver os filhos sempre que desejar.
- Ver não é o mesmo que conviver. Alice, você não vai me entender...é que a cada vez que Edward vem aqui eu vejo ele se realizar ao se envolver com seus filhos.
- E você também os ama Bella.
- E eu achei que jamais poderia ter sequer um filho. Deus me presenteou com três bebês e agora eu me sinto uma pessoa ruim, egoísta e má por não oferecer essa benção ao pai de meus filhos.
- Você está pensando em abrir mão deles Bella?
- Eu não sei!

Depois de chorar mais um pouco nos braços de minha amiga, fui dormir pensando em que atitude tomaria. E seria logo, sentia que não tinha muito tempo para decidir. Isso, apesar de ainda ter três meses até o parto. Eles estavam fazendo uma espécie de rodízio para não me deixar sem visitas em nenhum final de semana. Mas nessa semana Edward teria uma surpresa. Combinei com Alice que iria com ela no domingo a noite e ficaria num hotel em Boston. Ela disse que deveria avisar Edward ainda naquela noite, mas eu não quis. Ele poderia estar com Victória eu não desejava atrapalhar a noite deles. Na verdade, querer eu queria, mas não o faria.
Então, na segunda-feira no início da tarde entrei com minha enorme barriga no prédio onde Edward trabalhava. Quando a secretária me anunciou ele a deixou falando sozinha e logo corria abrindo a porta e vindo nos abraçar, eu e aos seus filhos.

- Que faz aqui? É a alguma consulta médica que eu esqueci?

Eu entendi a pergunta. Todas as vezes que deixei a fazenda ele estava comigo. Acompanhou cada consulta e cada exame com uma dedicação única. Ele chorava ao meu lado no dia que vimos que se tratava de duas meninas e um menino.

- Não.
- Ficou com saudade da cidade então?
- Na verdade Edward...vim para conversar com você. – Somente naquele momento eu resolvia o que fazer. Seria doloroso, mas era o certo.
- Então vamos sair para conversar. Abriu uma confeitaria aqui perto com umas tortas que você vai adorar.
- Eaaa Sr. Cullen na verdade...a sua agenda está lotada. Alías, o advogado que tem reunião marcada já deve estar chegando. – Disse a secretária.
- Então é bom irmos logo Bella, antes que ele chegue. – Ele se virou para a funcionária. – Para que o advogado não perca a viagem, peça que Emment o atenda. Vão se entender bem, estou certo. Os demais compromissos você cancela. Hoje eu não retorno ao escritório.
- Ok.

Já na fantástica confeitaria e com uma enorme fatia de torta de chocolate à minha frente eu comecei a explicar minha decisão. Comecei dizendo que sabia o quanto ele seria importante aos nossos filhos.
- Bella, sinto que você está protelando algo. Fale logo o que é tão importante para você ter feito essa viagem só para conversarmos.
- Decidi que não posso tomar seus três filhos e apenas deixá-lo visitá-los. Você merece ter a experiência do dia-a-dia, ser presente e não apenas uma visita.
- E???
- Sei também que ter um filho homem para assumir seus negócios é muito importante e decidi que.
- Esqueça os negócios Bella! Eu me preocupo com isso. Deve se preocupar apenas com nossa família e a felicidade de nossos filhos.
- Eu sei e para um menino o pai é tão importante, ele terá você como um guia. Edward eu...eu decidi que nosso menino deve viver com você e nós vamos fazer com que eles convivam e, mesmo assim, sejam unidos.

Edward não disse nada. Apenas chorou por alguns minutos sem se preocupar com estarmos em um lugar aberto cheio de pessoas nos vendo. Sem pensar ele se levantou, veio até mim e se abaixou para beijar minha barriga.