domingo, 8 de setembro de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 25: Grávida!




            Fui em uma clínica no centro da cidade rezando para ser o mais discreta possível. Não fui lá por vontade, apenas porque meu estômago não me deu alternativas. Nos últimos meses frequentei tantos hospitais que desejava férias desses ambientes. Foram tantos acidentes, além do trabalhoso tratamento hormonal que me daria mais chances de gerar o bebê tão desejado por Edward. Tudo jogado fora! Meus hormônios estavam ótimos, estavam em suas melhores condições para eu obter fecundação, mas a inseminação artificial não foi feita.

            - Isabella Swan, por favor, pode entrar. O médico a aguarda.

            Fui sem nenhuma vontade e contei tudo o que se passou comigo nos últimos meses. Ou a parte que podia contar. No final ele mandou eu fazer uma bateria de exames e eu fiquei perambulando pelo centro até a hora de buscar os resultados. Nada poderia ser mais surpreendente.

            - Senhorita Swan, você não está doente, está grávida.
            - Isso não é verdade, não pode ser verdade! – Por mais que eu desejasse que fosse.
            - Como pode ter certeza? Você fez um forte tratamento hormonal e manteve relações sexuais frequentes sem preservativos. Está grávida, não há dúvidas.
            - Mas eu tenho endometriose. Não posso engravidar naturalmente.
            - Não foi totalmente natural, afinal tomou muitas medicações.
            - Mesmo assim...- Eu não conseguia acreditar.
            - Isabella, acredite na bênção que recebeu de Deus. A reprodução humana é uma das áreas mais ricas da medicina. Já vi tantos milagres ocorrerem. Aproveite o seu.
            - Sim, é claro. – Antes eu só precisava decidir se estava feliz ou triste.
            - E se cuide. – Ele pegou algo da gaveta. – Aqui está o cartão de uma médica de minha total confiança. A doutora Catherine poderá atendê-la.
            - Obrigada!

Cheguei no apartamento onde vivia com Alice com uma tontura. Isso nada tinha a ver com o bebê que meu ventre abrigava, ao menos não fisicamente. Minha cabeça não aceitava o fato de que em poucos meses eu teria um bebê nos braços. Teria? Como ficava meu acordo com Edward? Meu bebê foi concebido em nosso casamento e, mesmo que nasça depois do divórcio estar oficializado, teria Edward o direito de ficar com ele?

- Não vou entregar meu filho!

Essa foi a primeira decisão que tomei. Por outro lado, não podia negar a Edward a notícia de saber que vai ser pai. Por mais descontrolado que meu marido tenha ficado, por mais loucuras que tenha feito, estaria cometendo o grande pecado de minha vida esconder isso dele. Sem falar que estaria negando ao meu filho a chance de conhecer e ter contato com um pai maravilhoso. Não posso negar isso ao meu filho, mas também não posso abandoná-lo.
Agarrada ao meu travesseiro, passei algumas horas sozinha, pensando no que faria. Talvez o mais inteligente fosse fugir, sumir no mundo e dar a luz longe de todos. Mas não, não faria isso. Alice entrou no meu quarto e ficou me olhando sabendo que eu tinha algo para contar. Dela eu não conseguia esconder nada.

- Estou grávida. Vou ter um bebê.
- Bella! Parabéns! – Disse minha amiga me abraçando. – Porque está com essa carinha triste? Você não o quer?
- Não é isso. É que eu nunca realmente pensei em ser mãe e esse filho é de Edward. Ele não abrirá mão dele.
- Tenho certeza que podem entrar em um acordo.
- Mas nossas vidas estarão atadas para sempre. – Eu me perguntava se isso era ruim.
- Estarão não amiga, já estão. O que vai fazer?
- Por enquanto nada. E preciso que você não conte nada para Jasper.
- Você não vai contar para Edward?
- Agora não. Preciso antes que saia o divórcio. Se eu contar antes, tenho medo dele não assinar o divórcio.
- Eu não falarei nada amiga.

POR: Edward

            - As semana têm passado lentamente. Por mais que antes eu achasse que Bella apenas atrapalhava minha vida, agora eu sentia como se minha vida fosse vazia. Eu vou para o trabalho, assino documentos, participo de reuniões, cuido de centenas de empregos, mas tenho a sensação de que nada faço de realmente importante.
            - Você sabe que não é assim. Sabe que tem responsabilidades. – Disse Aro, meu terapeuta.
            - Responsabilidades não me faltam, tenho de sobra. Me falta é um motivo para viver, eu joguei minha chance de ser feliz fora.
            - E antes de Bella, Edward, como era? Com suas antigas namoradas?
            - Passaram muitas mulheres por minha vida. Peguei muitas em festas, em viagens, nunca durava muito.
            - Mas você teve uma companheira enquanto esteve afastado de sua esposa. – Ele insistiu.
            - Sim Tânia, mas não era uma companheira, era apenas sexo. E no fim, nem era tão bom. Tânia jamais conseguiu me entorpecer como Bella e eu nem sei onde ela anda. No final ela percebeu como eu nunca deixei de amar minha esposa e sentiu muito ciúme. Acabou armando para nos separar e eu a coloquei para fora de minha vida.
            - E você não acha que precisa deixar outra mulher entrar em sua vida? Seguir em frente com Tânia ou com qualquer outra.
            - Não! – Isso não. – Não seria justo com essa mulher. Eu estaria com ela pensando em Bella.
            - Ok. Você chegou a avisar ela do divórcio?
            - Sim. E mandei todas as suas coisas para o apartamento que dividi com uma amiga. Mandei também um e-mail explicando, mas ela não respondeu.
            - E o que você sentiu ao escrever para ela?
            - Morto. – Porque os terapeutas pensam que a gente entende os próprios sentimentos? Se entendesse não precisaria de um.
            - Não pode pensar assim. Tem de seguir com sua vida. – Ele insistiu. – Deu andamento no divórcio?
            - Sim. Em três semanas a documentação estará pronta e eu enviarei para ela assinada. Será o ponto final e eu estou decidido a nunca mais atrapalhar a felicidade dela.

            E assim eu fiz. Segui com minha vida, mesmo sem nenhuma vontade de viver. Emment tentou me mostrar algumas de suas amigas e eu neguei a todas. Um dia me chamou para jantar com ele e, para minha surpresa, apareceu uma moça chamada Victória. Linda, ruiva, independente, definitivamente fantástica. Pena que não era minha Bella. O jantar foi agradável, talvez eu devesse dar uma oportunidade a Victória.


            As três semanas passaram e os papéis chegaram. Os peguei das mãos de meu amigo e advogado Emment. Assinei com lágrimas me enchendo os olhos e os devolvi para Emment com a ordem de que deveriam correr os tramites com a maior agilidade possível. Duas semanas depois Emment me ligou para informar que estava feito.

            - Você está oficialmente divorciado. -  Saiu o advogado e chegou o amigo. - Que tal sair para comemorar sua solteirice?
            - Não tenho motivos para isso Em, mas obrigado. Bella já foi informada?
            - Sim. E ela não aceitou nenhum retorno financeiro. Nem a pensão ou o apartamento oferecidos por você.
            - Ok. – Teimosa.

            Pela primeira vez nesses dois meses de afastado de minha agora ex-mulher, dormi bem. Estava em paz com minha consciência. Depois de tanto  tempo só errando, havia finalmente feito algo certo na vida. Nos dias que se seguiram eu até consegui alguma felicidade. Trabalhava com mais ânimo, saía com os amigos, continue com as consultas com o terapeuta e saí em uma noite com Victória. Ela foi uma companhia agradável, na hora de encerrar a noite trocamos um beijo tranquilo e eu fui embora surpreso por ela não ter tentado me convencer a subir para seu apartamento. Era realmente uma mulher fantástica. Pena que a conheci na hora errada. Mas nada me deixou mais feliz do que atender do que atender o telefone e ouvir de minha secretária:

            - Senhor Cullen, sua esposa... desculpe, sua ex-esposa está aqui e desejava lhe falar.
            - O que? Bella está aqui? Aqui em Boston? – Eu devo parecer um idiota.
            - Aqui na recepção de sua sala. Devo deixá-la entrar ou chamo os seguranças para retirá-la?
            - Peça que entre, Sarah, por favor!

Alguns segundos depois vi Bella entrar em minha sala e perdi a voz.

            - Olá Edward, é bom rever você. – Ela entrou usando um vestido longo, larguinho na cintura, com jaqueta e botas. Estava linda, parecia ter um brilho diferente, a liberdade lhe fez bem.
            - Fico feliz em vê-la. – Por mais que desejasse, não me aproximei para tocá-la.
            - Vim cumprir uma obrigação. Não podia deixar de fazer isso. – Ela disse abrindo a bolsa.
            - Bella se você veio aqui devolver as joias que te encaminhei, não faça isso, são suas, foram presentes.
            - Edward, não é desses presentes que eu estou falando, você me deu uma coisa muito mais especial. – Bella tirou um envelope da bolsa e me entregou. – Leia você mesmo.

            Eu peguei o conteúdo do envelope e li. No início não entendi nada. Até que focalizei o canto superior esquerdo onde dizia:

CONCLUSÃO PARA GRAVIDEZ:    POSITIVO

            Não disse nada, apenas abracei Bella.

Nenhum comentário:

Postar um comentário