quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 26: Em choque


            Bella foi embora sem dizer muita coisa, talvez porque eu, em completo choque, também não pedi por muitas informações. Meu Deus! Grávida! Minha Bella está grávida! Meu filhos está à caminho! Minha mulher terá meu filho! Opsss minha ex terá meu filho. Isso seria um problema.
            Estava de pé, no centro de minha sala, sozinho e congelado. Não conseguiria me concentrar no trabalho então fui para casa. Não resisti e liguei para minha mãe.

            - Vó? Eu serei vovó? Que notícia maravilhosa Edward.
            - Sim mãe, eu nem consigo acreditar que é verdade. Pena que meu divórcio já foi oficializado.
            - Eieieiei o que isso tem a ver com seu filho? – Esme perguntou.
            - Ora mãe...eu e Bella agora estaremos para sempre unidos e o lugar de meu filho é comigo então seria muito mais fácil se...
            - Nem termine essa loucura! Filho não segura casamento e Deus sabe o que faz. Ela engravidou por conseguir ter tranquilidade longe de você. E nem venha pensar em usar aquele maldito contrato para pegar a criança! Ouviu bem Edward?!
            - Claro mãe. Nem pensei nisso. Não vou chantagear Bella com o contrato, mas não vou desistir de meu filho. Isso nunca! Ela nunca quis ser mãe, esse sonho era meu. Porque o bebê tem sempre de ficar com a mãe se, nesse caso, foi o pai que o amou mesmo antes dele ser concebido?
            - Eu entendo seu pensamento filho...e o seu amor pelo bebê, mas não faça uma guerra por causa disso. Você deve essa prova de respeito à Bella.
            - Eu não farei guerra mãe, mas vou lutar por meus direitos por meu filho.
            - Ok. Você tem esse direito.

            Depois disso eu dei um tempo para a poeira baixar, para curtir sozinho a alegria de se pai e também ansiosamente por outro contato de Bella. Infelizmente isso não aconteceu e eu tive entrar em contato com ela para saber como nosso filho estava.
            - Oi Bella, você está bem? – Disse assim que ela atendeu ao telefone.
            - Ahhh oi Edward. Sim, está tudo dentro do esperado.
            - Eu queria conversar com você...sobre tudo...ver como faremos para eu participar da gravidez e como será depois que o bebê nascer.
            - Eu acho melhor não Edward. – Ela foi firme.
            - Como assim? Eu tenho esse direito Bella.
            - Você...você me faz mal Edward. Eu não quero ter meu filho perto de você!
            - Não pode fazer isso Bella. EU VOU LUTAR POR MEU FIHO!
           
POR BELLA:

Desliguei o telefone chorando. Do fundo do coração não desejava nenhum mal a Edward, não queria vê-lo sofrer, mas não vou aceitar que me tome meu filho e, se ele participar da minha gravidez, certamente irá querer meu bebê. Então fui dura. Ele não vai participar além do básico. Contei que estava grávida apenas por uma obrigação e por sentir que era o junto, mas parava por aqui.

Algum tempo depois...

Hoje eu completava três meses de gravidez, segundo a estimativa da data de concepção que estimada pelos médicos. E eu acho que eles estavam certos. Engravidei na fazenda, nas muitas manhãs, tardes e noites de paixão que vivi com Edward. Só eu sabia como era triste não contar com ele na espera de nosso bebê, mas assim era melhor.
Minha barriga já apontava, talvez por eu estar muito magra. Perdi alguns quilos por todos os problemas pelos quais passei e também pelos enjoos fortíssimos que sentia. Como seria bom ter Edward ao meu lado para ajudar na superação desses problemas, mas o preço seria alto demais.

- Bom dia amiga. – Alice entrou no quarto trazendo uma xícara de chá, como fazia em todas as manhãs.
- Obrigada Ali. – Bebi o líquido quente a fim de acalmar meu estômago. – Não aguento mais vomitar.
- Estou preocupada com você Bella. Acho que não vou para Boston nesse final de semana.
- Nem pensar Alice! – Não podia atrapalhar a vida de minha amiga. – Vá passar o final de semana com Jasper, se divirta. Eu vou ficar bem. Enjoada, mas bem.
- E vou pensar Bella, vou pensar.

O amor de Alice e Jasper começou lentamente e da forma mais imprevisível. Ele não gostava de comentar, mas foi atrás de minha amiga para se certificar que ela não me encontraria quando fui levada por ED. Mas a vida é sábia e Jasper se apaixonou assim que pôs os olhos sobre minha pequena amiga. E ela? Bom...Alice não tem olhos para outro homem. Pena que eram obrigados a viver em cidades diferentes. Por isso seria um crime se, por minha causa, Alice fosse obrigada a não ir visitar seu amado. Eles mereciam um final de semana romântico.
Não era um final de semana feliz, a solidão me deixava triste e os enjoos machucavam meu corpo. Alice deixou mil conselhos:

- Não esqueça Isabella: precisa comer, mesmo que não tenha fome! – Ela disse antes de sair.

Mas eu não consegui, nada passava por minha garganta. Não tomei café na manhã de sábado, apenas consegui forçar duas colheres de sopa no almoço e não jantei. Alice me telefonou durante a noite e eu, para não assustá-la, nada disse. A noite foi difícil, tive pesadelos e, ao acordar, uma enorme fraqueza tomou conta de meu corpo. Não tirei o pijama e fiquei atirada no sofá assistindo televisão. Não havia nada em meu estômago, mas isso não era por eu estar melhor e sim por ele estar vazio. Eu não comia há mais de 12 horas.
Senti minha boca seca e resolvi levantar para pegar um copo d’água. Senti minhas pernas perderem a força e me agarrei a um móvel para não cair. Respirei fundo e, por um momento senti medo por meu filho. Senti medo de passar mal sozinha ali e não ter ninguém para me prestar socorro. Senti falta de ter alguém com quem contar. Caminhando com certa dificuldade, zonza pela fraqueza que tomava conta de meu corpo decidi que precisava ir até a cozinha e força algum alimento em meu corpo, mesmo que servisse apenas para ter o que vomitar. Era preciso, meu bebê precisa de alimento. Quando estava a meio caminho, ouvi a campainha tocar. Fiquei feliz. Não tive medo de abrir a porta, o porteiro não deixaria qualquer um passar e...eu precisa de alguém. Mentira, disse a mim mesma, você precisa é dele. Seu filho precisa é do pai.
O destino pareceu concordar comigo e eu tive uma grande surpresa.

- Edward! – Foi só o que consegui dizer antes de perder os sentidos.

domingo, 22 de setembro de 2013

A Mentira - Capítulo 23: A verdade




            - Quem você pensa que é pra me deixar na rua? Você é um animal, Grey! – Descabelada, descontrolada e ainda com a roupa de ontem, Ana entrou na casa como um furação.
            Foi desesperador acordar sozinha no celeiro depois de, bêbada, transar com o marido. Sabia que tinha se rebaixado demais, não pensava em nada...era uma despedida. Agora se sentia ainda mais humilhada.
            - Nem venha bancar a santa, Anastásia. Eu peguei o que você estava oferecendo. Apenas isso. Vá tomar um banho e se acalme. – Disse saindo sem nem mesmo lhe dar atenção. Parecia estar com ainda mais raiva dela.

            Na verdade Grey estava com ódio de si mesmo. Não deveria ter tocado Ana. Jurou que não faria mais isso. Ficava longe de casa cada vez mais tempo justamente por isso.
            - Porque essa feiticeira tinha que ser tão linda e gostosa?!
            Ana o havia comovido com lágrimas e declarações forçadas e ele, burro, caiu, deixou-se levar pelo seu encanto e tornou e amá-la da forma mais baunilha de todas. Não deveria tocá-la sem que fosse no quarto de jogos...deveria estar disciplinando-a duramente. Se tivesse seguido o plano, Ana estaria rastejando. Ao invés disso, tinha passado a noite beijando seu corpo.
            - Quando está nos meus braços eu esqueço de tudo.
            Mas estava decidido a levar tudo as últimas consequências. Ao acordar, viu que ela ainda dormia sobre o feno e sem pensar muito deixou-a lá. Ela ia tentar chamar o tio e partir...poderia ir...mas antes seria mais castigada.
            Saiu à procura de Jéssica. Tinha lhe pedido para descobrir um casebre qualquer, podia até ser uma cabana. Só tinha se ser muito afastada, no meio do serrado. Um lugar de onde Ana não tivesse sequer coragem de tentar escapar.
            - Achou?
            - Sim, patrão.
            - Então me leve até lá. Agora.

            Foi um longo caminho cavalgando. Era realmente afastada e simples. Provavelmente Ana nunca viveu com tamanha humildade.
            - Temos que trazer mantimentos. Traga bastante água potável e comida.
            Jéssica virou a cara.
            - Já vai começar a mimar ela?
            - Eu nunca farei ninguém passar fome. Isso nunca. – Respondeu afastando as lembranças ruins. – Traga tudo ainda pela manhã.
            - Vai trazer ela hoje, patrão? Vai prender a patroa aqui muito tempo?
            - O tempo necessário. – Caminhou pelo lugar analisando que teria que trazer algumas coisas do quarto de jogos. O lembrete de Elena o alertando de que uma sessão sádica só poderia ocorrer com o escravo desejando participar ainda o fazia esmorecer. – Só o necessário.
            - Se o padre ou o Jacob descobrirem...vão ligar pra família dela. Ou pra polícia!
            - Que façam isso!
            - Não quero que seja preso, Patrão. Ela não merece isso. – Jéssica abriu a própria blusa. – Não precisa dela. Eu...to aqui...eu te satisfaço. – Ela se aproximou e foi abrindo a fivela do cinto dele.
            - Chega, Jéssica! – Afastou-se. – Se vista!
            - Ela não é mulher para...       
            - Ela é a minha mulher! E chega de papo! Vá buscar os suprimentos. Se for para eu ser preso, que seja!

            Ana estava mais calma e procurando uma alternativa para resolver seus problemas. Não queria ir embora deixando-o pensar que era culpada, mas não parecia ter alternativa. Kate veio lhe trazer um bilhete. Era de Jacob.
            - Ele teve que viajar. – Falou para a amiga.
            - E te avisou disso?
            - E disse que o barco ficou ancorado aqui...para o caso de eu precisar ir embora. – Era uma possibilidade. – Eu contei pra ele que não estava feliz.
            - Ele gosta de você. – No fundo Kate sentia um pouquinho de inveja da amiga. Era bom ter alguém que gostasse dela e Ana tinha Jacob e José, além do marido.
            - Eu já tenho problemas o suficiente, Kate.

            Sem saber muito o que fazer, Ana resolveu ir visitar Gail. Ela ainda estava preocupada com a amiga que aparentemente tinha problemas conjugais ainda mais graves. Sabia que ela havia sido agredida. Talvez fosse com frequência. Sabendo que James não estava em casa ela bateu na porta.
            - Oi, Gail. Vim ver como você está. – Sem nenhuma maquiagem e com os cabelos presos era possível ver o machucado no rosto e Ana podia apostar que a roupa escondia muitos outros. – Ele te bateu por minha culpa? Foi porque eu pressionei perguntando sobre o Elliot?
            - Não, Ana. Não se preocupe. – Ela estava envergonhada. Gail era uma mulher muito fechada. Vivia amarrada pelo medo que sentia do marido. – Quando James bebe ele procura um motivo. Se não fossem as suas perguntas, seria outra coisa.
            - Por que você aguenta isso?
Primeiro Gail apenas observou Ana. Depois perguntou.
            - Porque você suporta tudo o que Grey lhe faz?
            - Somos umas tolas, Gail. Não devíamos suportar isso. Temos que mudar isso.
            - Você é mais jovem, Ana. Eu não tenho mais o que esperar...da vida.
            - Gail! Você tem o que...45 anos? Não é tão velha?
            - Tenho 39, Ana. – Ana se envergonhou pelo erro, mas Gail aparentava ter mais idade. A vida difícil a deixou assim. – Mas o que eu faria se pedisse o divórcio? Como eu me sustentaria? Ninguém me daria emprego. Deixa isso pra lá. E você? Como vai?
            - Eu vou ter que ir, Gail. Cada vez me convenço mais. Parece que algo me prende aqui. E me pergunto o que eu ainda faço aqui.
            - Eu sentirei sua falta.

            Depois de almoçar com Gail, calmamente Ana voltou para a fazenda. Foi surpreendida por Jéssica no meio da estrada. Não queria conversa. Muito menos com ela. Mas garota insistiu que precisava levá-la para outro lugar. Achou estranho, mais foi com ela e cavalgaram até chegar. Cavalgaram muito.
            - Que lugar é esse? Porque me trouxe aqui?
            - Entra na casa. – Disse a jovem empregada.
            - Que casa? Isso é uma casa? – Mas entrou e viu um lugar muito humilde. – O que você quer, Jéssica.
            A garota demorou para responder.
            - O patrão quer te prender aqui. Ele vai te trazer hoje a noite! Eu só to te mostrando porque não quero que ele seja preso. Ele é obcecado por se vingar de você e vai te trazer aqui e...fazer coisas que eu nem sei o que é. Mas não é coisa boa.
            Ana não queria acreditar, mas viu sobre um móvel um pequeno chicote de montaria. Reconheceu-o. Era do quarto de jogos. Era verdade.
            - E você está me ajudando pra ele não ser preso?
            - Sim.
            - Obrigada, Jéssica. Mesmo não sendo em mim que você está pensando. Parece que meu casamento não tem mais jeito...e você vai ficar com ele.
            - Não patroa...ele não me quer. Ele tá louco pela senhora. Louco como Emmett ficou pela outra. A que o patrão acha que é você...mas eu sei que não é.
            - Como sabe?
            Jéssica abaixou a cabeça timidamente.
            - Fale garota!
            - O patrão Emmett tinha outra foto da mulher, uma que tava junto do corpo quando nós encontramos. Essa não tá rasgada. E a cara da mulher não é igual a sua. Olha! – Jéssica estendeu a foto amassada e Ana viu Alice e Emmett abraçados.
            - É Alice, minha prima. Foi ela! Ela se envolveu com Emmett...e terminou com ele quando José avisou que voltaria para casa. – Tinha que alertar José que ela era um monstro. – Você sempre soube! Sempre! E deixou eu viver um inferno aqui!
            - Eu queria que o patrão a mandasse embora e se ele soubesse da verdade não ia fazer isso! Ele ia amá-la cada vez mais!

            Jéssica ficou ali chorando e Ana saiu em cavalgada. Iria esfregar na cara de Christian a verdade e depois iria embora. Não ficaria com um homem capaz de organizar um calabouço daqueles só para fazê-la sofrer. Iria embora ainda hoje.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Mentita - Capítulo 22: Prazer e decepção




            A ideia de Anastásia era provar a Grey que não era ela a tal amante responsável pelo suicídio de Emmett, mas, na realidade, achava que mulher alguma era culpada por isso. Como um homem iria acabar com a própria vida simplesmente porque uma mulher não quis ficar com ele? Emmett só podia estar muito doente.
            Sabia que apenas com conversas não iria conseguir. Infelizmente, Grey só acreditaria em provas. A única coisa que poderia fazer era falar com quem conviveu com Emmett e perguntar. Foi procurar por James. O marido de Gail podia ter alguma informação.
            Só que ele não tinha a mínima intenção de ajudá-la:

            - Eu não sei de nada! Não envolva a eu e minha mulher nos seus problemas, Srª Grey!  - Só quando ele gritou é que Ana percebeu que James havia bebido.
            - Desculpe, não quis ofender...é que imaginei que pudesse me dar uma pista.
            - Não! Já disse.
            - James...por favor. Tenho certeza que Ana não quis... -  Ela gaguejou antes de ser interrompida.
            - Cale a boca! Não se intrometa quando falo! Se eu disse não é não ora! – Ele nem olhou para a esposa. – A amanhã conversarei com Christian sobre suas perguntas!
            Ana ficou com raiva.
            - Fique sabendo que eu não tenho medo de meu marido. – Avisou.
            - Esse é o seu problema.

            Ainda ouvindo-o esbravejar com Gail, Ana saiu da casa do médico. Daquele homem grosseirão não conseguiria nada. Jéssica poderia fornecer alguma opinião, mas ela não tinha nenhuma boa vontade. Teria que procurar outra alternativa.
            Para completar, Grey estava ignorando-a terrivelmente. Ele era difícil controlador, mas frio era ainda pior.
            - Oi. – Disse assim que ele chegou. – Não te vi o dia todo. Como foi seu dia?
            - Bem. – Ele lhe olhou duramente. – Passei o dia cuidando da rede do telefone. Antes que o seu priminho volte.
            - Se não quer que eu volte pra minha família, podia me tratar um pouco melhor, Grey. Se eu estiver feliz eu não vou querer ir embora.
            - Eu quero você aqui sim, Anastásia, mas felicidade nunca fez parte disso. Achei que já tivesse entendido.
            Não foi só o telefone que o manteve ocupado. Estava acertando algo que surpreenderia muito Ana. Ela estava muito confortável naquela casa e ainda reclamava. Um final de semana sem esses confortos seria uma belo de um castigo.  No corredor em direção ao quarto encontro Jéssica.
            - Conseguiu o que te pedi? – Falou em tom baixo para Ana não ouvir.
            - Ainda não Patrão. Tem que ser uma casa abandonada e afastada pra ela não poder fugir.
            - Avise assim que conseguir!
           
Alguns dias depois...
            Foram convidados por Jacob para inaugurar um barco, algo que ia facilitar muito a saída daquele povoado. Por água era bem mais fácil que por terra. Gail e James também foram convidados. Ela usava o cabelo diferente, penteado para o lado...escondendo um hematoma no rosto.
            - Mas o que foi isso? – Ana perguntou na frente dos homens.
            - Nada que seja da sua conta. – James respondeu enquanto Gail permaneceu calada.
            - Menos James...veja como fala com minha mulher. – Na verdade Grey não gostava de saber que o sócio agredia a esposa daquela forma...ele gostava da dor física no sexo. Mas era uma dor sensual. Estava claro que Gail tinha sido espancada.
            Sem poder intervir em nada e não desejando causar mais problemas à amiga, Ana se calou. Já lhe bastava o mau humor de Grey simplesmente por virem a esse almoço de inauguração. E Christian ficou ainda mais ranzinza quando Jacob contou qual seria o nome do barco.
            - Se chama Anitta! – Na hora todos pensaram que era referência a Ana, mas ele negou. – Minha avó era italiana e tinha esse nome.
            - É o seu nome...não é Ana? Só que em italiano. – Gail comentou.
            - Sim, é. Uma feliz coincidência.
            Christian não achou tão feliz.
            Um passo para frente e dois para trás. Era assim que Ana sentia o seu casamento. Ficava provocando Grey, as vezes ele sedia, na maioria não. Ele a ignorava a maior parte do tempo e agora, para piorar, parecia ainda ter segredos com Jéssica. Fazia quase duas semanas que ele não a tocava. Hoje, mais uma vez ele a deixou sozinha. Kate ficou sabendo que ele avisou aos empregados que ficaria fora até tarde. A garrafa de cachaça produzida na fazenda nunca pareceu tão atraente. Estava triste, magoada e carente de Grey.
            Bebeu...um, dois, três copos...parou de contar e já enxergava tudo meio embaçado quando ele apareceu. Por que ficar com um homem que não a desejava? A chamava de imbecil e sempre que podia a humilhava para, depois, lhe oferecer uma migalha de atenção. A cada copo de bebida as mágoas pareciam doer um pouco menos.
            - Eu sou mesmo uma estúpida...uma imbecil! – Falava para a garrafa de bebida. – Porque eu fico aqui? Eu não tenho amor. Não sou bem tratada. Ele está mais interessado na Jéssica do que em mim. O que eu fiz de errado para merecer isso?
            - Pare de beber Anastásia. – Ele a observava da porta.
            Ela apenas olhou-o com olhar vazio e uma tristeza profunda.
            - Eu achei que você ia mudar, que ia me pedir perdão e nós seríamos felizes...mas não. Você só serve pra me fazer infeliz...eu tenho que pagar, pagar e pagar por seja lá o que eu fiz. Só isso. – Já estava tão tonta que nem sabia o que falava.
            - Vai dormir Ana.
            - Não...vem você beber comigo. – Subitamente ficou animada. – Eu me sinto melhor bêbada! É que você não quer que eu me sinta melhor né? Eu não tenho autorização pra ser feliz aqui! Tenho só que ser infeliz pra pagar o que te devo.
            - Ana...
            - Diz quando eu vou acabar de pagar...aái..a...aí a gente via amigo. E como aaamigos eu vou embora. Vou ser feliz em algum lugar...

            Até bêbada ela sonhava em deixá-lo. Isso doeu fundo em Grey. Ela parecia tão vulnerável que ele se sentiu o pior dos carrascos.
            - Eu pensei que você me amasse. Não era verdade?
            - Bom...já que amigos têm de falar a verdade eu vou te dizer...sim Grey! EU TE AMO – Disse com a empolgação dos bêbados. – Muito. Sabe o seu plano foi muito bom...foi PERFEITO. Queria me seduzir só pra me castigar...me deixar louquinha por você consegui. Eu te amo!
            Caminhado com a garrafa ela tropeçou e Grey a segurou, aproximando-a de seus braços.
            - Então por que quer me deixar?
            - Porque por mais que eu te ame, tem coisas que eu não posso permitir. – Ela beijo-o forte como se quisesse guardar o seu sabor. – Agora me deixa ir. Eu vou embora!
            Sem pensar direito Ana saiu para o pátio da casa. Bêbada desse jeito ela não chegaria nem na porteira. Foi andando em direção aos estábulos com Grey em seu encalço. É claro que ele não a deixaria sumir no cavalo naquele estado.
            - Ana, venha. Não quero que você vá embora. – Dessa vez foi ele a beijá-la.
Ela olhou-o confusa.
            - Por que quer me manter aqui? Por que me beija? É um beijo de despedida?
            - É...de despedida.
            - Então vem! – E Anastásia se atirou nos braços dele exigindo tudo o que ele prometeu por tantos meses. Amava aquele homem e essa fosse a última noite, ela a aproveitaria.
            Fizeram amor no estábulo, sobre o feno dos animais. E animais era também o que eles pareciam tamanha era a fome que um tinha da pele do outro. Somente os equinos puderam ouvir os gritos e gemidos dos dois.
            Na manhã seguinte...

            Christian abriu os olhos e viu Ana  dormir pesadamente, provavelmente por efeito da bebida. Ela tinha se declarado, mentido ainda mais, provavelmente. E ele se deixou levar. Amou-a com carinho.
            - Você me enfeitiçou mais uma vez.

            Não querendo mais olhá-la, atirou sua camisa sobre o corpo nu e saiu do estábulo deixando-a lá.
           




Ana acordaria sozinha e com a triste sensação de que foi usada e jogada fora. 


NOTA DA AUTORA:  Pra quem quiser 'ver' a Ana bêbada coloco o vídeo da cena. 

minuto 24:25 até 35:33 é ilárioooo