domingo, 5 de maio de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 29: coração de pai


POV: Christian Grey

            - Mãe, por favor, entra com a Phoebe. – Disse ao sair do carro enfrente de casa.
            - Por que? – Questionou Ana, que trazia a bebê no colo. – Ela está comigo.
            - Eu vou te carregar pra dentro, Ana. – Ela ainda estava com a corte da cesariana muito sensível.
            - Não precisa...- Pelo meu olhar ela sabia que não ia adiantar.

            Levei-a com cuidado até o nosso quarto, tirei-lhe as sapatilhas, soltei seus cabelos e beijei-a de leve nos lábios. Estávamos felizes e realizados com nossa pequenina.

            - Está se sentindo bem?
            - Muito bem, Sr. Grey. Não precisa ficar com esses mimos todos. Eu estou bem...não sou mais uma mãe de primeira viagem.

            Sim...claro. Ela já sabia como era ter um bebê novinho em casa. Eu é que não fazia ideia da sensação de ter aquela coisinha linda e chorosa nos braços. Por melhor pai que eu pudesse ser para Phoebe, nada apagaria o mal que fiz a Teddy. Mas eu tentei com todas as minha forças me aproximar de meu filho e cuidar de Ana. E ela estava bem...nossa relação ia bem. Desde que eu havia mandado Helena se afastar de minha família estávamos vivendo em paz.
            Estava monitorando a vida dela e sabia que ela estava fora do país. Os negócios continuavam gerando bom retorno financeiro e isso era ruim já que seria bom ter uma desculpa para encerrar nosso vínculo definitivamente. Ela tinha me mandado um e-mail.

Querido;

            Entendo sua cegueira. Agora percebo o quanto desmereci Anastásia. Achei que ela seria apenas mais uma submissa de sua longa lista. Mas não. Trata-se de uma pequena aproveitadora. Ela cegou a você, fazendo-o não perceber que é um fantoche nas mãos dela. Eu o ensinei a comandar, você tinha o mundo em suas mãos. Anastásia o fez perder o controle de seu próprio corpo. Abriu mão até mesmo da resolução mais firme que tinha, criando duas crianças que você não desejava, mas Anastásia resolveu gerar sem seu consentimento. A verdade é que você se submete aos desejos dela, não o contrário. Talvez um dia você abra os olhos e veja que sua felicidade está em dominar, não em obedecer.

Da Sua  Elena

            Nem mesmo respondi. Sabia que o meu silêncio seria uma resposta muito mais dolorosa pra ela. Além disso, se isso era ser submisso, seria um escravo eterno de Ana e de meus filhos.
            Não contei nada sobre a mensagem dela. Ana já tinha tido estresses demais durante a gravidez. Merecia paz.

            - Alguma notícia de Elena? – Ela havia perguntado.
            - Ela faz parte do passado, meu amor.

            E assim seria para sempre.

            - CHRISTIAN...em que planeta você estava? – Ana gritou me tirando dos devaneios. – A Phoebe está chorando. Você pega ela? Deve ser fome.
            - Claro, claro. – Voltei com minha filha gritando a plenos pulmões. – Calma filha. Mamãe já vai te dar o peito.
            - É esfomeada feito o pai. – Ana brincou. – O Teddy foi um bebê mais tranquilo. Eu o deixava na cama comigo e foram pouquíssimas as madrugadas que ele não me deixou dormir.

            Fiquei observando minha filha sugar o peito da mãe com sua boquinha em forma de coração enquanto pensava em tudo o que perdi. Claro que já tinha olhado todos os álbuns de fotos dele, mas era duro não ter lembranças daqueles dias. Ainda mais agora que eu via todas as dificuldades que um bebê novinho trazia. Como Ana cuidou de tudo sozinha? As últimas semanas até o parto foram bem complicadas e cansativas. Ana não conseguia se levantar sozinha, teve tonturas e sentia as pernas mais inchadas no período da tarde.
            Esteve ao lado dela em cada momento. Fez massagens, passou óleo na pele para evitar estrias, segurou seu cabelo nos momentos de enjoo, controlou sua alimentação, disse que estava linda mesmo quando sua pele sofria com as alterações hormonais. E, mesmo assim, sentia que não tinha feito o bastante.

            - Ana, como você fez durante a gravidez do Teddy? Quem te ajudava nessas horas? – Perguntei enquanto pegava a neném para fazê-la arrotar.
            - Christian...deixa isso pra lá...ele está bem e feliz.
            - Mas eu quero saber.
            - Durante a gravidez ninguém...eu conseguia me virar sozinha.
            - Mas como?
            - Exatamente como muitas mães solteiras, Grey. Não era o meu sonho, mas foi assim. Paciência! E depois que Teddy nasceu, sua mãe e Kate me ajudaram muito. Nas duas primeiras semanas elas se revezavam comigo. Depois eu e Teddy nos viramos sozinhos.
            - Será que um dia você vai me perdoar? – Seria possível?
            - Chris, eu já deixei isso no passado. Claro que eu senti a sua falta em cada minuto. Eu o Teddy desejamos você lá em cada um dos dias, mas nós estamos felizes por você estar com a gente agora. O resto, é passado
            - Eu amo tanto vocês. – Depois de mais um beijo fui colocar nossa filha no berço. Ela era o coisinha mais linda do mundo.


Foram duas fraldas sujas, três mamadas rápidas e muita manha na primeira noite em casa. Phoebe não se agradou muito de seu quarto de princesa e preferiu dormir com a gente. Isso não foi muito bom porque Ana estava muito cansada e precisava dormir, mas nossa filha só queria atenção.

            - Papai está aqui filha. Calma, calma. Vamos conversar? A mamãe dorme e a Phoebe fica com o papai.
           
            Ficamos então eu e minha filha caminhando pela casa, ouvindo uma música baixinha. Uns 40 minutos depois ela cansou e acabou dormindo no meu peito. Ela gostou bem mais que do berço. Pela manhã, ela estava sorridente e eu acabado.

            - Você dormiu no peito do papai, Phoebe? Esse papai gosta de te mimar. – Acordei com Ana falando e Phoebe se mexendo no meu peito. Estranho...há alguns anos eu jamais deixaria alguém me tocar ali, hoje minha filha dormia no meu peito. – Bom dia papai.
            - Bom dia garotas! Dormiram bem? – Beijei ambas. Iiiii eu acho que alguém sujou a fralda. Vou trocar ela, amor. Você consegue se levantar e trocar sozinha?
            - Claro. Depois acorda o Teddy? Quero que ele tome o café com a gente e depois vá pra escola. A rotina dele tem que seguir.
            - Tá bom.

            Depois de trocada e alimentada, Phoebe caiu no sono novamente. Os três tomaram o café feito por Gail.

            - Mas ela só dorme. – Reclamou Teddy.
            - Bebê quando dorme, cresce, Teddy. Logo ela vai poder brincar com você. – Explicou Ana.

            Teddy iria para a escola, eu tinha que dar uma passada rápida no escritório e Ana ainda ficaria alguns meses de licença. Seu único compromisso era com a família...e em visitar o Flynn uma vez por semana. Por mais que ela desgostasse de ir lá, nosso médico psiquiatra e amigo não havia lhe dado alta.

            - Ana tem uma tendência a não ver o quanto é bonita, boa esposa, mãe e profissional dedicada. Ainda quero explorar algumas coisas com ela. – Disse Flynn quando conversamos.
            - Mas e quanto a Jack?
            - Ela não esqueceu...acho que jamais esquecerá. Mas superou e a filha lhe dará cada vez mais força para seguir em frente. Vocês vão seguir com a vida.

            Seguir a vida...família...compromisso...filhos...casamento! Isso ainda estava errado.

            Cinco dias depois Ana foi surpreendida. Christian a buscou após a consulta com o Dr. Flynn, mas não a levou para casa como seria obvio fazer. Foram para a marina onde um barco os aguardava.

            - Chris...a Phoebe tem que mamar em uma hora...e...você sabe que eu ainda estou de resguardo.
            - Sim, meu amor, eu sei. E por mais que adorasse a ideia de fazer amor com minha mulher aqui mesmo no deque, posso aguentar por mais algumas semanas.
            - Então...o que vim fazer aqui?
            - Passar uma tarde agradável com seu NAMORADO, não é uma opção?
            - Não quando temos um bebê de poucos dias em casa e um filho que logo chega da escola.

            Brindou-a com seu melhor sorriso torto.

            - Aí está o problema de NAMORAR o pai dos seus filhos.
            - O que você está querendo, Grey?
            - Logo mais você vai saber.

            Eles entraram e se sentaram na linda mesa de café montada na luxuosa embarcação. Tudo lindo...mas ela ainda queria saber o que se passava.

            - Ana...eu preciso te dizer uma coisa.
            - O que? – Ela estava apreensiva.
            - Eu sei que você tem todos os motivos para dizer não. Eu sei que nunca poderei te recompensar por meus erros. Eu sei que meu filho jamais terá o que eu tomei de sua primeira infância. Eu sei que você não precisou de mim para criá-lo e sei que Phoebe é um presente que eu não merecia. Mas tem uma coisa que eu não sei...e eu preciso saber. – Caminhei até o outro lado da sala e descobri um imenso boque de flores que estava camuflado. Levei-o até ela junto com uma caixinha. Não era uma nova joia, mas sim o anel de noivado que ela já tinha utilizado antes. Aquele já tinha significado para nós. – Casa comigo novamente? Eu adoro ter você como namorada, mas quero que seja minha esposa.

            - SIM. – A resposta foi breve e selado com um beijo.

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