sexta-feira, 31 de maio de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 15: Acidente ?????


James não atendia ao celular. Minha mãe não quis dar notícias e quando liguei para casa fui informado que Ana não estava, ficou no hospital fazendo companhia a Esme. Cheguei aos EUA totalmente no escuro quanto ao que acontecia com minha mulher. Para piorar, fui recepcionado por flashes de paparazzis no saguão do aeroporto. Para tentar me fazer reagir eles faziam perguntas desrespeitosas: “Será que ela o estava deixando novamente?”, “ Ela ia se encontrar com algum cara?” e “ E loira que estava com você? Ficou no México?”
A última pergunta me intrigou mais do que enfureceu. Loira? Que loira? Eu viajei sozinho e não me encontrei com mulher alguma por lazer ou diversão. Parecia que o acidente não era o único boato circulando com o nome de minha família. Mas isso era assunto para depois.

- Hospital Geral, por favor. – Disse ao taxista.

Aproximadamente 15 minutos depois eu estava falando com a recepcionista do hotel que indicava o andar onde Bella estava sendo atendida. A avistei na sala de espera junto com Ana.

- Menino, que bom que veio. – Fui saudado por Ana.
- Podem explicar o que ocorre? – Elas se olhavam e eu elevei a voz. – AGORA MÃE!
- Algo aconteceu depois que chegamos. Ela estava bem, feliz e tranquila em nosso passeio. Quando chegamos fomos cada uma para seu quarto para se refrescar e quando saí de meu banho Ana já estava gritando por socorro.
- Você viu o que houve? – Me dirigi a Ana.
- Não tudo. Estava na ala leste da casa com James quando o alarme do portão eletrônico que ele carrega soou informando que ele estava sendo aberto. Ele perguntou se alguém era esperado e eu respondi que não. Então sua feição mudou, ele ficou desconfiado e, quando ouvimos o motor de um carro rugir da nossa garagem, saiu correndo. Fui atrás e vi quando a menina estava quase no meio do caminho até a saída e James corria para cozinha querendo alcançar a chave geral do portão. Qualquer um que visse saberia que aquilo acabaria em acidente. Não sei se Bella o viu ou se ouviu meus gritos, mas ela acelerou ainda mais e eu torci para que saísse, para que desse tempo. Não foi possível, o portão se fechou e ela bateu contra a grade.

- Que notícia temos dela? Posso vê-la?
- Não, meu filho. Ela está sendo tendida. Passando por uma pequena cirurgia.
- O que? – Cirurgia? Como? Ninguém é operado por nada grave. – O que há com ela?
- Calma Edward. Não é nada sério. Parece que ela tinha as duas mãos segurando fortemente no volante e como a batida foi frontal, teve lesões nos pulsos.

Nenhuma daquelas palavras foi capaz de me deixar tranquilo. De qualquer forma eu não considerava a possibilidade de deixar o hospital antes de conversar com o médico e me certificar de que ocorreu tudo bem na tal operação. Quase 40 minutos depois fui chamado na sala do traumatologista responsável pelo hospital.

- Bom dia Senhor Cullen. Eu sou o Dr. Riley Biers. – Achei ele um pouco jovem demais, mas nessas circunstâncias, correndo tudo bem, não faria oposição.
- Espero que tenha corrido tudo bem com minha esposa?
- Sim, tudo ocorreu da melhor forma possível.
- Não sei por que, mas essa resposta não me passou confiança.
- O corpo humano infelizmente não se recupera totalmente de uma hora para outra. A cirurgia correu bem, mas ainda levará algum tempo para ela se recuperar plenamente. Ossos não se curam automaticamente.
- Pode dizer exatamente o que se passou. Ela chegou aqui com ambos os pulsos machucados, além de escoriações e do hematoma provocado pelo cinto de segurança. O punho esquerdo teve apenas uma luxação e não deve demorar mais do que 3 semanas para estar normal. O direito foi mais agredido e era nele que eu trabalhava na operação. Ele está com duas fraturas e serão no mínimo três meses até ela ter totais movimentos nessa mão. Talvez precise de fisioterapia.
- Mas não houve nada mais grave? Fizeram todos os exames? A coluna, as pernas dela? Está tudo normal, perfeito?
- Tudo 100%, senhor Cullen. Quando sua esposa sair da sala de recuperação poderia dançar pelo hospital, desde que não mexesse as mãos.
- Ok. Posso ver minha mulher?
- Ela deve dormir por toda essa noite. Aconselho ao senhor que vá para casa e venha lhe fazer companhia amanhã cedo.

Fui para casa com minha mãe e Ana. Todos voltaríamos bem cedo para ver Bella acordar. Quando ambas já haviam se recolhido e ainda estava na sacada da casa tentando entender o que se passou. A revista sobre a cama chamou minha atenção. O texto provocou minha ira. Em resumo era dito ali que eu estava no México com uma loira de curvas esculturais aproveitando as praias da região. Obviamente não haviam fotos daqueles momentos inventados pela publicação, mas só as palavras já podiam causar grande estrago em minha reputação de empresário confiável. Afinal, todos em minha empresa acreditavam que eu ia ao México para fechar importantes negócios e não para namorar.
Estava muito claro que aquela notícia foi plantada por alguém que ganharia muito me desmoralizando. E era coincidência demais eu ter terminado com uma loira escultura apenas dias antes dessa bomba ser publicada. Ali tinha dedo de Tânia e ela pagaria por inventar histórias que certamente causariam problemas profissionais e familiares. Já criou, afinal a revista não chegou ao meu quarto por nada. Isabella leu sobre minha aventura em solo mexicano e saiu em disparada contra um portão. Eu teria que descobrir as razões. Mas amanhã porque hoje o cansaço queria me desmontar.
Acordei cedo na manhã seguinte e fui atrás da verdade do que se passou em minha cada na ausência do dono. Estávamos todos tomando café quando Ana informou que James estava na cozinha aguardando ordens para o que fazer no dia de hoje.
- Mande-o ao meu escritório. – Eu tinha uma surpresa aguardando por ele lá. As imagens de câmera de segurança mostravam que ele fechou o portão vendo o que se passava. Ele não tinha motivo algum para isso, mas sabia que com aquela atitude poderia matar Bella.
- Eu não demorarei mais que alguns minutos para resolver isso. – Informei Esme.

- Mandou me chamar, patrão?
- Sim, é claro. Afinal Ana só faz o que mando.
- Exatamente como todos os seus empregados. No que eu me incluo.
- Será James? – Eu tinha a voz bem controlada e se James estava nervoso, sabia disfarçar. – Eu não me recordo de tê-lo orientado a matar minha mulher.
- Ela está viva senhor. Eu sempre soube que aquela pancada não a mataria, no máximo quebraria uma unha de sua mulher.
- Uma unha? Pois fique sabendo que minha esposa passou por uma cirurgia ontem está com sérias lesões em ambas as mãos.
- Ela arriscou um acidente quando roubou uma chave e tentou fugir.
- Não podia ter permitido isso.
- Não permiti. Ela tentou, mas não fugiu.
- Podia estar morta! – Desta vez eu ergui a voz. Rodei o vídeo em sua frente. – Veja, você via o quanto ela estava próxima e mesmo assim fechou.
- O senhor teria feito o mesmo. Se deixasse ela sair, Isabella sumiria no mundo novamente ou o senhor já se esqueceu do quanto ela é esperta?
- Não se meta em minha vida ou em minhas decisões! Você é meu empregado e obedece minhas ordens.
- E assim o fiz. Ou se esqueceu quando disse: “ Se ela tentar fugir, caberá a você impedir.” Eu apenas fiz meu trabalho.
- Não acha que se acedeu?
- Nem um pouco. Ela teve o que mereceu.

Meu sangue ferveu.

- Está despedido. Deixe minha casa agora!

Assim que ele o fez peguei minha mãe e Ana e rumei para o hospital deixando os demais empregados avisando que James estava proibido de entrar em minha casa novamente.

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