sexta-feira, 31 de maio de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 15: Acidente ?????


James não atendia ao celular. Minha mãe não quis dar notícias e quando liguei para casa fui informado que Ana não estava, ficou no hospital fazendo companhia a Esme. Cheguei aos EUA totalmente no escuro quanto ao que acontecia com minha mulher. Para piorar, fui recepcionado por flashes de paparazzis no saguão do aeroporto. Para tentar me fazer reagir eles faziam perguntas desrespeitosas: “Será que ela o estava deixando novamente?”, “ Ela ia se encontrar com algum cara?” e “ E loira que estava com você? Ficou no México?”
A última pergunta me intrigou mais do que enfureceu. Loira? Que loira? Eu viajei sozinho e não me encontrei com mulher alguma por lazer ou diversão. Parecia que o acidente não era o único boato circulando com o nome de minha família. Mas isso era assunto para depois.

- Hospital Geral, por favor. – Disse ao taxista.

Aproximadamente 15 minutos depois eu estava falando com a recepcionista do hotel que indicava o andar onde Bella estava sendo atendida. A avistei na sala de espera junto com Ana.

- Menino, que bom que veio. – Fui saudado por Ana.
- Podem explicar o que ocorre? – Elas se olhavam e eu elevei a voz. – AGORA MÃE!
- Algo aconteceu depois que chegamos. Ela estava bem, feliz e tranquila em nosso passeio. Quando chegamos fomos cada uma para seu quarto para se refrescar e quando saí de meu banho Ana já estava gritando por socorro.
- Você viu o que houve? – Me dirigi a Ana.
- Não tudo. Estava na ala leste da casa com James quando o alarme do portão eletrônico que ele carrega soou informando que ele estava sendo aberto. Ele perguntou se alguém era esperado e eu respondi que não. Então sua feição mudou, ele ficou desconfiado e, quando ouvimos o motor de um carro rugir da nossa garagem, saiu correndo. Fui atrás e vi quando a menina estava quase no meio do caminho até a saída e James corria para cozinha querendo alcançar a chave geral do portão. Qualquer um que visse saberia que aquilo acabaria em acidente. Não sei se Bella o viu ou se ouviu meus gritos, mas ela acelerou ainda mais e eu torci para que saísse, para que desse tempo. Não foi possível, o portão se fechou e ela bateu contra a grade.

- Que notícia temos dela? Posso vê-la?
- Não, meu filho. Ela está sendo tendida. Passando por uma pequena cirurgia.
- O que? – Cirurgia? Como? Ninguém é operado por nada grave. – O que há com ela?
- Calma Edward. Não é nada sério. Parece que ela tinha as duas mãos segurando fortemente no volante e como a batida foi frontal, teve lesões nos pulsos.

Nenhuma daquelas palavras foi capaz de me deixar tranquilo. De qualquer forma eu não considerava a possibilidade de deixar o hospital antes de conversar com o médico e me certificar de que ocorreu tudo bem na tal operação. Quase 40 minutos depois fui chamado na sala do traumatologista responsável pelo hospital.

- Bom dia Senhor Cullen. Eu sou o Dr. Riley Biers. – Achei ele um pouco jovem demais, mas nessas circunstâncias, correndo tudo bem, não faria oposição.
- Espero que tenha corrido tudo bem com minha esposa?
- Sim, tudo ocorreu da melhor forma possível.
- Não sei por que, mas essa resposta não me passou confiança.
- O corpo humano infelizmente não se recupera totalmente de uma hora para outra. A cirurgia correu bem, mas ainda levará algum tempo para ela se recuperar plenamente. Ossos não se curam automaticamente.
- Pode dizer exatamente o que se passou. Ela chegou aqui com ambos os pulsos machucados, além de escoriações e do hematoma provocado pelo cinto de segurança. O punho esquerdo teve apenas uma luxação e não deve demorar mais do que 3 semanas para estar normal. O direito foi mais agredido e era nele que eu trabalhava na operação. Ele está com duas fraturas e serão no mínimo três meses até ela ter totais movimentos nessa mão. Talvez precise de fisioterapia.
- Mas não houve nada mais grave? Fizeram todos os exames? A coluna, as pernas dela? Está tudo normal, perfeito?
- Tudo 100%, senhor Cullen. Quando sua esposa sair da sala de recuperação poderia dançar pelo hospital, desde que não mexesse as mãos.
- Ok. Posso ver minha mulher?
- Ela deve dormir por toda essa noite. Aconselho ao senhor que vá para casa e venha lhe fazer companhia amanhã cedo.

Fui para casa com minha mãe e Ana. Todos voltaríamos bem cedo para ver Bella acordar. Quando ambas já haviam se recolhido e ainda estava na sacada da casa tentando entender o que se passou. A revista sobre a cama chamou minha atenção. O texto provocou minha ira. Em resumo era dito ali que eu estava no México com uma loira de curvas esculturais aproveitando as praias da região. Obviamente não haviam fotos daqueles momentos inventados pela publicação, mas só as palavras já podiam causar grande estrago em minha reputação de empresário confiável. Afinal, todos em minha empresa acreditavam que eu ia ao México para fechar importantes negócios e não para namorar.
Estava muito claro que aquela notícia foi plantada por alguém que ganharia muito me desmoralizando. E era coincidência demais eu ter terminado com uma loira escultura apenas dias antes dessa bomba ser publicada. Ali tinha dedo de Tânia e ela pagaria por inventar histórias que certamente causariam problemas profissionais e familiares. Já criou, afinal a revista não chegou ao meu quarto por nada. Isabella leu sobre minha aventura em solo mexicano e saiu em disparada contra um portão. Eu teria que descobrir as razões. Mas amanhã porque hoje o cansaço queria me desmontar.
Acordei cedo na manhã seguinte e fui atrás da verdade do que se passou em minha cada na ausência do dono. Estávamos todos tomando café quando Ana informou que James estava na cozinha aguardando ordens para o que fazer no dia de hoje.
- Mande-o ao meu escritório. – Eu tinha uma surpresa aguardando por ele lá. As imagens de câmera de segurança mostravam que ele fechou o portão vendo o que se passava. Ele não tinha motivo algum para isso, mas sabia que com aquela atitude poderia matar Bella.
- Eu não demorarei mais que alguns minutos para resolver isso. – Informei Esme.

- Mandou me chamar, patrão?
- Sim, é claro. Afinal Ana só faz o que mando.
- Exatamente como todos os seus empregados. No que eu me incluo.
- Será James? – Eu tinha a voz bem controlada e se James estava nervoso, sabia disfarçar. – Eu não me recordo de tê-lo orientado a matar minha mulher.
- Ela está viva senhor. Eu sempre soube que aquela pancada não a mataria, no máximo quebraria uma unha de sua mulher.
- Uma unha? Pois fique sabendo que minha esposa passou por uma cirurgia ontem está com sérias lesões em ambas as mãos.
- Ela arriscou um acidente quando roubou uma chave e tentou fugir.
- Não podia ter permitido isso.
- Não permiti. Ela tentou, mas não fugiu.
- Podia estar morta! – Desta vez eu ergui a voz. Rodei o vídeo em sua frente. – Veja, você via o quanto ela estava próxima e mesmo assim fechou.
- O senhor teria feito o mesmo. Se deixasse ela sair, Isabella sumiria no mundo novamente ou o senhor já se esqueceu do quanto ela é esperta?
- Não se meta em minha vida ou em minhas decisões! Você é meu empregado e obedece minhas ordens.
- E assim o fiz. Ou se esqueceu quando disse: “ Se ela tentar fugir, caberá a você impedir.” Eu apenas fiz meu trabalho.
- Não acha que se acedeu?
- Nem um pouco. Ela teve o que mereceu.

Meu sangue ferveu.

- Está despedido. Deixe minha casa agora!

Assim que ele o fez peguei minha mãe e Ana e rumei para o hospital deixando os demais empregados avisando que James estava proibido de entrar em minha casa novamente.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 31: Fim


                Na pista de dança, juntinhos como se nada tivesse ocorrido. Nenhum dos dois estava disposto a permitir que nada estragasse aquele momento. Mas tocar no assunto foi inevitável.

                - Será que pode me dizer o que se passou naquele banheiro? – Christian sussurrou ao ouvido de Ana enquanto bailavam agarradinhos.
                - Ela estava com as crianças.
                - O que?!?! – Perguntou estarrecido e arrependido de não ter ele mesmo dado uma lição na loira.
                - Calma. Não chegou a machucá-las, mas eu entrei no quarto e a vi com minha menina nos braços. Disse que eu podia ir embora que ela ficaria com você e as crianças.
                - Elena perdeu completamente a noção do ridículo. Você é que me mantém vivo. – Com essa declaração Ana relaxou.
                - Graças a Charlote nada pior ocorreu. – Ela parou para rir. – Nossa gatinha cravou as garras nela e eu conseguir tomar nossa menina de seus braços.
                - Se isso for verdade, Senhora Grey, Charlote terá todos os mimos que desejar por cada minuto de suas sete vidas. Nunca me perdoaria se algo ocorresse com minhas meninas. – Um beijo apaixonado cela a afirmação. – O que me lembra que você não me chamou. Por que?

                Ana pensou no que seria mais favorável de responder.  A verdade o deixaria irritado...afinal o 50 tons tinha uma tendência à irritação, mas ele tinha de entender que ela precisava resolver aquela questão ao seu modo.

                - Eu a odeio Grey...com todas as minhas forças. Ela fez muito mal a você, a sua família, a mim e aos nossos filhos. Quando participou do meu sequestro eu a avisei de que jamais chegasse perto de nossos filhos. Ela fez justamente o contrário. Ela ameaçou Phoebe! Teddy dormia inocentemente ao lado. Não! Eu cheguei ao meu limite! Assim como você fez com Jack.
                - E eu cheguei muito perto de ir para a cadeia por conta daqueles tiros. Você acompanhou todo o processo, todas as audiências que tive de comparecer.
                - Eu não matei Elena! Apenas lhe deixei claro que não sou tão indefesa quanto ela pensa!
                - Não, não é. Ao contrário.

                Ficara chocado ao ver o estado de Elena. Seu rosto estava destruído. Jamais pensou que Anastásia fosse capaz de tamanha violência, mesmo justificada. Mas não sentia pena da ex dominadora. Ela teve todas as chances de sumir da vida deles e preferiu ficar e causar problemas.

Dois dias depois...

                Na mesa de café da manhã todas as atenções eram para as crianças. Ana embalava a bebê que acabara de mamar enquanto Christian se esforçava para fazer Teddy comer todo seu desjejum.

                - Paieeeee eu quero chegar na escola de garupa com você!
                - Tá garotão. Papai leva...é só você parar de manha e comer.

                Ana adorava curtir essas manhãs em família. A cerimônia de casamento seria em mais algumas semanas e ela já estava voltando ao trabalho na editora, além da corrida contra a balança para estar perfeita no casamento. Malhava muito e seguia uma dieta rigorosa.

                - Phoebe...não dorme filha. – Christian disse para a menina ainda no colo da mãe. – Papai quer te dar um beijo antes de levar o maninho pra escola. Princesa do pai.
                - Pega ela amor. Eu quero ver uma coisa no tablet. Já leu os jornais? – Perguntou ao marido.
                - Ainda não. Com essas pestinhas eu nem ligo para os jornais. – Brincou embalando a bebê e bagunçando o cabelo do filho. – Não esqueça de se alimentar, Ana. Você está aleitando. Precisa de um café reforçado.

                Ela nem respondeu. Se dependesse de Grey não teria perdido nenhum grama desde o parto. Já no tablet enquanto bebericava suco de laranja, olhou alguns e-mails, passou rapidamente por suas redes sociais e abriu a página de seu jornal favorito e se espantou ao ver a manchete:

                - Christian! Leia isso:

Socialite deixa o país com medo da violência!

Elena Lincoln, socialite e empresária do setor de beleza nos concedeu entrevista exclusiva para contar que está deixando o país após viver uma experiência traumática. Ela foi atacada por dupla de assaltantes em plena avenida movimentada e permanece com o rosto muito ferido. “Não posso mais viver aqui. Vou para Europa”, disse ela se dizendo traumatizada. Elena é sócia e amiga pessoal do magnata Christian Grey que logo trocará alianças (mais uma vez, por sinal) com Anastásia Steel, colaboradora de uma de suas empresas , com quem já foi casado e tem dois filhos. Questionada quanto a se irá aguardar a cerimônia para só então viajar, Elena foi categórica: “Infelizmente não será possível. Mas minha relação com Christian é muito antiga, há laços muito firmes entre nós. Não é uma cerimônia de casamento que nos afastará”, finaliza.


A matéria trazia até foto:

- Desgraçada! Aquela frase dúbia dela sairá caro. Eu garanto Ana! Não estrague seu dia por causa disso. – Como Elena podia insinuar que o casamento não os impediria de manter uma relação?
                - Meu dia está ótimo! – Ela o beijou. – Que se suma pela Europa e nos deixe ser feliz. Além disso...é ótimo saber que eu valho por DOIS assaltantes.
                - Você é um perigo, Ana. – Disse ele.

                Algum tempo depois...

                Chega o grande dia. Toda a família mal se continha de tanta felicidade. Teddy fora arrumado elegantemente em terno e gravata. Ele teria a importante missão de entrar, junto com o avô, na igreja conduzindo Ana até o altar. Phoebe já seria uma atração da noite apenas pela fofura, mas ainda ganhou um vestido de festa com aplicação de flores.


Como a cerimônia não seria realizada na igreja, Ana optou por um vestido muito mais sensual do que o utilizado na primeira vez que se casou. Esse combinava muito mais com a Ana segura e dona de si que há alguns anos.

                Ainda precisava ver se agradaria Christian, mas sabia que independente do modelo ele estaria aguardando por ela ansiosamente, desejando dizer o SIM que os uniria ainda mais.

E assim foi. Grey estava nervoso. Arrumava e desarrumava a gravata conforme os minutos passava. Até que a viu. Linda! A mais bela de todas, a dona de sua vida, de seus sentimentos e seus desejos. Uma lágrima silenciosa rolou por seu rosto.

- Acho bom você cuidar MUITO bem dela, Grey! – Seu sogro disse. – Não estou afim de usar essa gravata num terceiro casamento.
- Pai!
- Também não está nos meus planos, Senhor Steel. Não permitirei que Ana peça o divórcio uma segunda vez.

Após ouvirem todos os proclamas e fazerem as juras, trocaram largas alianças que continham o nome um do outro.   Durante a festa os noivinhos do bolo fizeram sucesso. Foi um presente de Kate.


- A noite vai ser boa hemmmm maninho! – Gritou Elliot.
- Você nem imagina! – Respondeu Grey puxando Ana para a valsa dos noivos, que não foi uma valsa exatamente, mas sim um tango sensual e apaixonado. Não era uma dança, era o início do que só terminaria na suíte de núpcias. E eles não esperariam muito.

- Senhora Grey,  você está me matando. Espero que não tenha nenhum apego a esse vestido...vou rasgá-lo todinho. – Disse mordiscando seu pescoço.
- Comporte-se, meu marido, estamos com os convidados.
- Vamos nos despedir? – Era um convite irresistível.


Já no quarto Christian lhe entregou uma caixa.
- Um presente digno dessa  deusa sensual que está a minha frente.

Ela abriu e se surpreendeu.

- Algemas? Meu marido está me dando algemas como presente de casamento? – Era estranho...ele nunca mais havia lhe amarrado desde o sequestro.
- Não se apavore antes da hora, Ana. – Ele tira os sapatos e deita na cama erguendo os braços. – Você é quem terá as chaves. Elas são a prova de que eu sou seu.

Ela sorrio.

- Então hoje você é todo meu...para eu fazer o que desejar?
- Hoje? Não. Sempre. Eu sou seu até o fim dos meus dias. Você já domina minha vida e os pensamentos, agora estou te autorizando a dominar a nossa cama

Ana sobe em seu peito e o prende a cama. O presente combinava muito com o que ela preparou para ele. Mas não entregaria agora.

- Ok, então. Eu ia lhe entregar o seu presente agora, mas vou esperar. Vamos ver se você irá merecê-lo.
- Aaaa baby...eu farei o possível para isso. – Ele a abraçou com as pernas. – Vem aqui...me beija e tira tudo.
- A não, já que você está amarradinho aí...eu pretendo aproveitar a noite. Quem sabe uma música? Aaaa sim, essa está boa. Gostou?
- Muito, Ana. Ficará melhor se você dançar pra mim...nua. Vai, minha Deusa.

E ela dançou, muito. Sobre ele, rebolando e enlouquecendo-o, sentindo-o ficar apertado dentro das calças. Mas quem foi ficando nú foi ele. Abriu a camisa, puxou o cinto, tirou as meias e puxou-lhe a calça e a cueca de um só puxão. Lá estava ele, lindo, duro e vulnerável a qualquer desejo seu. Poderia fazer tudo ou nada e ele seria obrigado  a aceitar.

- Já chega Ana! Vem....vem meu amor. Quero ver você...já faz muito tempo que não te toco. Tenha piedade.
- Mas como eu abrirei o fecho do vestido? – Perguntou inocentemente.
- Abra as algemas e eu resolvo isso!
- Aaaa não. Você terá que fazer isso sem as mãos Senhor Grey. – Ela se virou de costas e ele passou a tentar abrir com os dentes. – Será que consegue?
Ele não descansou enquanto não abriu a roupa a dentadas. Só então ela passou a tirar a lingerie.

Quando finalmente ela ficou nua, ele não entendi como era possível estar tão perfeita poucos meses após dar a luz. Estava completamente estarrecido e entregue a esposa. Acho que finalmente ela lhe traria o gozo final, mas não. Ela resolveu provocá-lo com a boca. Carícia que ele sabia ela não tinha vontade de fazer desde o sequestro já que Jack a obrigou a praticar sexo oral.

- Você não precisa, Ana. Eu não preciso disso. – Ela o estava levando a loucura.
- Eu preciso, Chris, eu preciso deixar o passado no passado. – Disse abocanhando o membro e raspando os dentes sobre ele.
- AAAAaa para Ana uauaa, eu vou gozar na sua boca e eu não quero.
- Então seja um bom menino e não goze antes da hora. – Ela estava gostando de brincar de dominar.

Continuou provocando-o com beijos, lambidas e mordidas até que realmente percebeu que ele estava prestes a ejacular e o permitiu a penetração.

- Cavalga Ana. Vai, mais rápido. Aaaa isso...vai aaaaaaaaaaaaaaaaaa.

Gozaram juntos e fortemente, permanecendo abraçados até que a respiração voltou ao normal e Ana soltou as algemas.

- Por Deus Ana...eu perdi demais nesses anos. Você é uma ótima dominatrix.

Ela riu.

- Não me quer mais como submissa?
- Eu quero você de todas as formas.
- Ainda bem. Porque chegou a hora de eu entregar o seu presente de casamento.

Era um envelope com papéis e uma caneta dentro. Christian levou um tempo para entender do que se tratava. Quando leu ficou emocionado pelo que aquilo representava.

- É o contrato que te propus há anos. – Ele olhou a última página. – Você assinou. Você aceitou ser minha submissa.

Ambos sabiam que  aquilo não era legal, era apenas simbólico. Mas representava a entrega dos dois aquela relação, hoje muito madura.

- Falta meu dominador assinar!

Ele o fez:

Christian Grey

Papéis assinados e novamente guardados no envelope. Eles eram importantes? Não! Mais valia a confiança e a relação deles, já com duas lindas crianças como frutos.

- Eu posso te dominar ou ser dominada, Christian. Não importa! Só me interessa que eu seja sua e você seja meu até ficarmos bem velhinhos porque eu não saberia viver sem você. Eu te amo, meu 50 Tons.
- E eu te amo, Senhora Grey.

FIM

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Mentira - Capítulo 6: sádica decisão


            Ter de pensar em tudo aquilo e ainda por cima não poder contar nada para ninguém. Nem mesmo para Kate. Como assim virar a submissa dele? Tudo bem que ele é lindo, rico, gostoso e estava invariavelmente apaixonada...mas daí a ir para uma fazenda quase perdida no fim do mundo para ser sua ‘escrava’?

            - Não, não Grey. Você está querendo demais. – Ana falava sozinha em seu quarto.

            A decisão envolvia coisas demais. Estaria deixando seus amigos, largando o grupo de dança e desistindo de trilhar uma carreira profissional. Mas, se dissesse não, também estaria abdicando do único homem que a fez realmente amar. Seus outros namorados...bom...namorados mesmo foram apenas dois. Eles eram queridos, simpáticos, gostavam dela. Faziam todos os seus desejos...e aí estava o problema. Nenhum tinha esse instinto de comando que parecia tão natural em Christian. Ela mandava e desmandava nos ex-namorados e isso com o passar do tempo ia ficando chato. Sem falar que na cama eles não pareciam ter nem um décimo da intensidade de Grey.

            - Mas que merda! Eu o quero...porque ele não pode ser normal? Pra que casar agora? Pra que chicotes e varas? Pra que esse negócio de submissão? Pra que contrato?

            Naquela madrugada chegou a conclusão que teria de dizer não para Christian. Não podia simplesmente abandonar todas as suas crenças e se transformar em uma submissa. Não tinha em seu corpo sem mesmo uma gota de sangue submisso. Sempre fora a aluna mais contestadora de sua escola. Brigava pelo que era certo. Questionava os tios e professores quando lhe diziam não.

            - Sou uma garota independente! – Com essa decisão adormeceu.


E sonhou com um homem belíssimo, de olhos acinzentados e barba por fazer andando por uma fazenda distante. Ele lhe chamava para ir com ele.

            Na manhã seguinte estava devorando seu café da manhã no jardim quando José e Alice chegaram. A prima resolveu provocá-la logo cedo. Hoje não estava para brincadeiras. Muito menos as venenosas vindas de Alice.

            - Se comer assim, querida prima, vai ficar gorda feito uma porca e até o Christian, tão apaixonadinho, desiste você.
            - Você deveria ir contar as celulites da própria bunda ao invés de cuidar o que eu como, Alice. Eu não fico gorda, querida prima, fico gostosa. E o Christian não está reclamando.
            - Não briguem meninas. – José sempre tentava apaziguar as discussões. – Ana...eu queria ir montar com você hoje.
            - Claro primo! Vamos sim. – Ela ficou feliz por poder tirar Grey e seu contrato insultante do pensamento por algumas horas.
            - Mas eu achei que você vinha ficar na piscina do clube comigo, primo. – Alice fez biquinho e reclamou.
            - Eu passei os últimos dias com você, Alice. Hoje vou cavalgar com a Ana. Logo papai quer que eu assuma um cargo na diretoria do banco e daí acabaram os dias de farra.

            Foi uma manhã deliciosa. Somente ela, José o os cavalos. Seu primo era um rapaz fantástico. Daqueles que mesmo riquíssimo não era esnobe e tratava a todos bem. Conversavam sobre muitos assuntos. Os filmes que viram, os livros que leram, saudades das férias da infância...e muitas outras coisas. Ser feliz ao lado de José era fácil. E isso evidenciava o quanto a relação com Grey era difícil.

            Foram almoçar juntos e, já no restaurante, José deixou-a sozinha na mesa para cuidar de outros assuntos. Foi aí que tomou coragem, pegou o celular e discou o número dele. Por sorte caiu na caixa de mensagens.

“Oi. É a Ana. Espero que você esteja bem. Sei que me deu uma semana para pensar, mas já tenho sua resposta. É não. Eu me apaixonei por você. Mas não posso largar minha vida para virar um capacho e saco de pancadas seu. Adeus, Christian.”

            Desligou o telefone o mais rápido que pode. Estava leve por ter desabafado, mas triste por ter afastado o homem que amava. Lágrimas encheram seus olhos. Fora covarde e nem mesmo se despediu dele pessoalmente.

            - Tudo bem, Ana? – Perguntou José ao retornar à mesa.
            - Quase tudo. Vocês homens são muito complicados.
            - Nós? Eu não sou nada complicado. Seu namorado pode até ser.
            - Porque diz isso? Acha o Christian complicado? – Ela não disse que tinha terminado com ele. Se é que tinham terminado.
            - Complicado? Não sei. Ele sempre foi muito fechado na faculdade. Não tinha amigos a não ser uma mulher mais velha.
            - Mulher mais velha? – Como assim?
            - É, mas ele não a apresentava para nós. Nem saía com outras garotas. Devia ter um caso com ela. Mas acho que acabou. Depois que concluímos nossos cursos, boa parte do pessoal voltou. Eu, o Grey e mais alguns é que ficamos fazendo pós e outros cursos. Não o vi com ninguém nos últimos tempos.
            - Nenhuma namorada?
            - Ninguém. Mas ele nunca falava da família nem de ninguém. Seu namorada parece ser muito calado e discreto...mas boa gente. Por mais que eu me arrependa de tê-lo convidado para ir lá em casa, tenho que aceitar que ele é um bom homem.
            - Porque se arrependeria, José?
           
Ele olha para a prima por alguns minutos.
            - Você sabe o porque. Se ele não tivesse ido àquela festa, vocês nunca teriam se conhecido e aí, talvez, você teria me dado uma oportunidade.

            Anastásia ficou vermelha de vergonha. Não iria negar. Talvez José estivesse certo. Ele poderia tê-la feito feliz. Mas isso foi antes de conhecer Christian Grey. Agora nenhum homem parecia poder competir com ele.


            Somente no meio da tarde Christian ouviu a mensagem deixada por Ana. Ela estava nervosa. Quase gaguejava. Não parecia ter desistido completamente do relacionamento deles, mas estava dizendo não claramente.

            - O que eu faço agora? – Disse dando um murro na mesa.

            Não queria e não podia desistir dela. Sua vontade era ir até a mansão onde vivia colocá-la sobre os ombros e obrigá-la a se submeter a ele. Não podia. Malditas obrigações legais! Sempre teve a mulher que desejou...desde Elena, de quem foi submisso e depois com quem aprendeu a dominar e com todas as parceiras que se seguiram. Nunca, nenhuma lhe disse não. Mas não era essa a questão.

            - Posso achar outra mulher quando desejar!

            - Não...não podia. Não a mulher que merecia sua vingança. Anastásia era com ela. Era como a prostituta do crack. Anastásia não respeitava, não amava. Só usava e jogava fora sem nenhuma preocupação. Não zelava por aqueles que a amavam assim como a mulher que o colocou no mundo não zelou por ele.

            - Você não vai escapar assim de mim, Anastásia.


            Ana pretendia sair para dançar com os amigos quando bateram na porta de seu quarto. Era a tia. Não estava com cara de quem queria bater um papo amigável.

            - Sim, tia. Quer falar comigo?
            - Sim. – Disse ela já entrando. – Não gostei do que você fez hoje.
            - Bom, isso não é muito novidada. Mas o que lhe desagradou dessa vez?
            - Não fale comigo nesse tom! Posso não ser sua mãe, mas te criei quando não tinha nenhuma obrigação de fazer isso. – Lembrou a elegante mulher.
            - O engraçado é que para Alice a senhora não atira isso na cara a cada oportunidade que aparece.
            - Porque Alice sabe se colocar, sabe se comportar, sabe não envergonhar minha família. Enquanto você não nega a raça que tem.
            - Pois eu tenho a mesma raça que a sua família, tia Melissa. Sou filha do irmão do tio Ray.
            - Mas puxou a sua mãe! Uma mãe que envergonhou a família ao fugir com outro homem.

            Ana cresceu ouvindo cochichos desse assunto. Era o que todos comentava. Carla tinha se envolvido com outro homem e foi embora abandonando marido e filha. Seu pai morreu de desgosto. Mas nunca fora tão humilhada. Nunca tinham lhe ofendido dessa forma.

            - E posso saber o que tanto a ofendeu titia? O que eu fiz de tão grave para vir aqui me dizer essas coisas?

            Melissa pareceu se envergonhar do que disse.

            - Desculpe, Ana. Sei que não tenho que te falar isso. – Ela resolveu mudar de assunto. – Alice passou o dia triste porque José ficou com você.
            - Ela tem de reclamar com ele. – Ana respondeu.
            - Não é assim e você sabe. Alice ama o meu filho e você sente nada por ele. Então porque fica dando corda as investidas dele. Vá viver sua vida com o Grey ou com qualquer outro dos seus namorados. Alice é a mulher certa para José! Eles podem formar uma família.
            - Mas tia...
            - Estou te pedindo Anastásia, não estrague a vida de meus filhos. Deixe-os serem felizes juntos.

            E com isso a tia deixava claro que para ela Alice era como uma filha. Ela não.

            - Eu entendi o recado, tia. Agora, por favor, não me deixe sozinha. -  Disse ela querendo ficar sozinha para chorar.

Precisava pensar na vida e tomar uma atitude. Era muito triste viver numa casa onde não era desejada. Onde nem mesmo seu tio Ray a tratava bem mais. Logo ele que fora um pai para ela durante a infância, agora a tratava com frieza. Não tinha mais o que fazer ali.

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            O relógio marcava 11:45. Christian havia tomado banho e estava só de roupão olhando pela sacada de seu quarto de hotel. Já tinha falado com Taylor, o administrador que contratou para a fazenda, e tudo estava perfeito. Havia contratado uma governanta chamada Gail para preparar tudo. E ele mesmo tinha organizado seu quarto de jogos, que agora era um cômodo proibido e trancado a chave. Tudo pronto para receber a dona da casa. Sua esposa. Sua mulher. Sua submissa. Anastásia. Só que ela disse não.
            O mau humor tomava conta de seu corpo. Do que ela precisava? Flores e chocolates? Podia dar isso a ela. No dia seguinte iria procurar Ana. Tinha que fazê-la reconsiderar a resposta. Precisava de sua vingança. Precisava de Anastásia.
 Sem que a recepção o hotel o avisasse, a campainha da porta toca. Não estava esperando ninguém e nem mesmo trocou de roupa para atender. Sua surpresa e felicidade não poderiam ser maiores ao abrir a porta.


            - Ana...você aqui? Eu ouvi sua resposta e ia procurá-la para fazê-la pensar melhor em minha proposta. – Ele percebeu que ela estava perturbada, mas não a deixou falar. – Podemos negociar algumas partes do contrato. Você me dirá quais limites eu não posso ultrapassar e eu respeitarei isso.

            - Sim, Grey. Eu estou dizendo sim à sua proposta. Vou me casar com você e morar na fazenda.


Nota da autora: Se alguém se interessar. Esse vídeo tem um gostinho do próximo cap:
  
É a entrada da novela A Mentira aqui no Brasil. A música é cantada por Bruno e Marrone e é MUITOOOOO dramática. Mas têm cenas do casamento do nosso casal. (q na novela se chamava Verônica e Demétrio) É pra quem curte um drama.

domingo, 26 de maio de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 14: Respostas


Pov Bella

Se ele pensa que vai me vencer pelo cansaço, está muito enganado! Pensa o quê, pode comprar uma esposa e ainda querer um filho de brinde? Não. Está certo, eu entrei no jogo. Nunca deveria ter aceitado me casar com Edward Cullen, só o fiz pela pressão imposta por Charlie. Burra! Como pude ser tola o bastante para acreditar que seria capaz de fazê-lo se apaixonar por mim e deixá-lo tão viciado por meu corpo que ele jamais iria encerrar nosso relacionamento? É, eu deveria mesmo ser muito tola e apaixonada para acreditar nisso.
Ele não desconfia e nunca saberá de minha pesquisa quanto a sua via bem antes de Carlisle nos procurar. Novos ricos, como a sociedade americana os rotulou, sempre soube do pouco caráter de meu sogro, ele nunca pôde me enganar. Edward naquela época já vinha assumindo parte dos negócios do pai e, segundo as revistas, multiplicando ainda mais o dinheiro da família. E ainda por cima era lindo e disputado pelas mulheres. E mulherengo, não passava uma noite solitário. Pudera, com tudo aquilo para dar, eu também não perderia a oportunidade. Edward não se prendia a ninguém, mas mantinha um relacionamento estável com uma tal de Tânia Denali, loira oxigenada, vagabunda que surgiu na alta sociedade ninguém sabe de onde. Mas a relação deles era estável por ela não pedir nada que Edward não quer dar. Tânia não é mulher de um homem só e, por isso, também não exige fidelidade. Quando aceitei casar ela era a última das minhas preocupações. Podia provar ao Edward ser mil vezes melhor que ela e sabia que ele a largaria para não arriscar um escândalo justo depois de alcançar o status social que Carlisle tanto desejava.

- Não quero crianças. – Eu disse quando tudo apenas começava.

Essa poderia ter sido a frase mais mentirosa que já disse em minha vida, se houvesse alguma forma de me tornar mãe. Não havia, eu soube ainda menina quando meu primeiro ciclo menstrual me fez gritar de dor. Nunca tive mãe, não que me lembre. Então gritei por meu pai. Charlie até tentou ajudar, mas para ele, como para qualquer pai solteiro, não era fácil falar nesses assuntos. Ele então preferiu fingir que era bobagem. Todo mês as dores se repetiam chegando a me impedir de deixar a cama. Fui a uma ginecologista acompanhada de uma empregada de nossa casa e descobri ter endometriose.

- Se tomar os comprimidos terá uma vida quase normal.
- Quase? – Perguntei.
- Isabella, endometriose não tem cura, posso apenas minimizar seu desconforto. No futuro, quando você tiver total desenvolvimento do sistema reprodutor deve fazer exames para saber qual nível de infertilidade tem. Ele varia muito em pacientes como você.

Eu voltei. E descobri que não poderia ser mãe. Na época isso não teve grande significado. E mesmo depois, quando Edward deixou claro o objetivo de nossa união, não pensei na consequência de meu ato. Eu simplesmente queria ele para mim e menti descaradamente. Arrependimento? Não, ao menos não por isso. Só me entristeço por pensar onde chegamos.

Na cerimônia de casamento tudo foi lindo e eu estava extremamente nervosa. Queria que tudo acabasse, queria ficar à sós com meu marido. Dissemos o sim e fomos em direção a recepção. Os convidados, em grande número, acreditavam que agora seria o momento da festa. Para eles foi, mas Edward, eu, Carlisle e Charlie nos reunimos no escritório da mansão dos Cullen e em frente a todos e na presença de advogados foi feita a transferência de uma verdadeira fortuna para a conta de meu pai. Minha VENDA estava concretizada. As palavras de Carlisle naquele momento me enojaram:

- Podiam pular a festa e ir direto para a lua de mel. Quanto mais rápido fizer, mais rápido pari meu neto homem.
- Achei que queria um neto, pai. Menino ou menina.
- Sim, desde que saudável. Mas eu posso sonhar com o melhor ou não?
- Sim pai, claro.

Hoje, vendo tudo de longe, percebo que não foi o discurso de Carlisle, mas as três palavrinhas finais de Edward que me fizeram ver a realidade onde estava metida e as expectativas que ele tinham em mim. Expectativas estas nunca possíveis de se tornar realidade.

Saí dali tremendo e disfarçando frente aos convidados. Tudo o que se passava em minha mente era o que eu faria para contar para Edward que eu jamais seria mãe, que de minha barriga não sairia o tão desejado herdeiro. Mas não tive tempo sequer de achar uma alternativa. A visão de uma das convidadas me assustou.

Vestida em renda vermelha a amante do agora meu marido veio em meu casamento. Achei que ela iria se manter distante de mim, mas não, ela me chamou para uma conversa em reservado. Tive vontade de arrancar seu pescoço com bofetadas e só não o fiz porque seu olhar deixou claro seu perigo. Não queria e não podia fazer escândalos ali. A acompanhei até uma sala reservada e a deixei destilar seu veneno.

- Satisfeita em dar o golpe do baú?
- E você? Sofrendo de recalque por eu ter conseguido o que você tentou por anos e FRACASSOU?
- Eu nunca fracasso meu bem. – Mas seus olhos brilharam de raiva.
- Que faz aqui? Veio pegar os restos do que é meu agora? Bancar a filial que sonha em se tornar matriz?
- Não. Longe disso.
- Então diga de uma vez. Tenho que dar atenção ao meu marido!
- Prefiro mostrar à dizer. – Ela tirou um papel da minúscula bolsa e desdobrou calmamente. Parecia um xerox de documento. – Leia.

Eu li e praticamente vi meu sonho desmoronar. Ali estava um exame médico meu, na verdade o laudo que atestava minha infertilidade devido a endometriose. Devo ter empalidecido enquanto ela gargalhava à minha frente. Não sabia o que fazer, meu casamento desmoronava antes mesmo de começar.

- Bom queridinha...agora vou sair. Tenho um compromisso nos fundos da casa...com seu marido. Vá lá daqui a uns minutos. Ele acha que terá apenas uma rapidinha, mas eu tenho um certo laudo original para entregar para ele.

Desmoronei ali. O que fazer? Nesta hora só pensei em Charlie. Ele estava falido e contava com aquele dinheiro para pagar os credores. Caso contrário arriscávamos ele ser preso. Sem pensar, corri ao quarto e tirei o vestido, pegando apenas os documentos e algum dinheiro. Fui em direção ao portão ainda sem saber a atitude certa a tomar. A decisão apenas veio quando  já estava do lado de fora da casa. Saí sem ser percebida em meio a confusão de convidados. Um rapaz desconhecido e montado em uma moto me chamou.

- Festa ruim? – Ele sorriu charmoso.
- Não sabe o quanto.
- Quer uma carona. – Ele perguntou e eu apenas subi na garupa sem dizer nada. - Para onde te levo?
- Para onde quiser.

            Assim dei adeus ao meu passado. Ou ao menos pensei, já que anos depois Edward apareceu a minha frente.

- Hora Bella, achava mesmo que poderia fugir de seu MARIDO pelo resto de sua vida?

            Dali para frente tudo virou um inferno. Ele exigiu seus direitos de marido. Todos pelos quais pagou, como vivia repetindo. Fui obrigada a voltar, não só a morar com ele mas virei sua prisioneira. Tenho um cão de guarda que além de me vigiar, não tira os olhos de minha bunda e Edward faz questão de me tratar como um capacho que usa e joga fora. Na cama ele continua fantástico, mas agora é frio, não se preocupa com meus sentimentos e nem desconfia do que se passou. Continua com Tânia e hoje sei que ela nunca entregou o tal laudo. Edward só ficou sabendo de minha infertilidade quando passei mal.
            Logo que cheguei ele me tirou os anticoncepcionais e eu pensei em despejar tudo, contar que nunca seria pai se seguisse ao meu lado, mas tive medo por meu pai e não o fiz. Sei que Charlie está melhor. Edward o internou em uma clinica para alcoólicos e ele estava em recuperação. Se desse um passo em falso ele seria novamente um alcoólatra endividado e ambos seríamos presidiários. Enfim Edward me tinha nas mãos e podia usar e humilhar como desejasse. Ao menos na cama era bom. Mesmo que depois eu fosse dormir no chão, nos braços dele eu podia gritar de prazer. Quanto mais vingativo, mais gostoso Edward se tornava.
            E eu me aproveitava para exercer um poder que tinha sobre ele, o ciúme, o sentimento de posse que ele sentia sobre mim. Deixei ele louco me oferecendo para alguns, fora os que a imaginação dele inventou. Pensa o que Edward? Acha que vai desdenhar de graça dizendo que a loira aguada é melhor do que eu e nada seria feito? Não, ele teve de descobrir que se não desejava, outros apareciam.
            Tirando James tudo ia relativamente dentro do esperado e tinham momentos em que ele era até agradável, quase compensavam as grosserias. Mas ai a falta das pílulas cobraram seu preço e eles descobriram tudo. Vi ódio nos olhos de Edward, pena nos de Ana e desdém nos de Carlisle. Eu não tinha mais nada para fazer aqui, mas Edward não me permitiu partir. Estava obcecado por um filho meu.
            Estou fazendo o tal tratamento que ele exigiu, mas quando chegar a hora da inseminação vou fugir. Edward não tiraria um filho meu.
            Depois que ele descobriu não fizemos mais sexo e parecia haver sempre uma explosão de fúria esperando por mim. Isso, além do fato dele achar que eu vivia fugindo. Mas isso é culpa de James. Ela ficava colocando essas coisas na mente de Edward e como ele nunca confiou muito, preferia acreditar nele do que em mim. Hoje não sei o que sinto por Edward, não é mais a mesma paixão de antes, não poderia ser após tantas ameaças e humilhações, mas também não consigo ser indiferente ao seu toque. Nem me ver livre do ciúme. Meu sangue fervia ao imaginar meu marido na cama de Tânia.
            Agora ele estava no México. Ligou algumas vezes para falar com Ana e com a mãe e até perguntou por mim, mas fiz questão de dizer que não queria falar com ele. Talvez fosse culpa daquelas injeções hormonais, mas eu estava subindo pelas paredes. Não tinha paciência para os deboches de Edward Cullen e muito menos do pai dele. Mas este não apareceria por aqui no próximo mês. Não com Esme na casa. Essa sim, junto com Ana, era quem mantinha minha sanidade. Era um anjo, a mãe que sempre sonhei. Não sei se foi o ambiente familiar, mas meu pai me fez falta, senti saudade e liguei para Edward pedindo para vê-lo.

            - Que quer aqui?
            - Lhe ver. Saber se está bem.
            - Estou, mas até quando hemmm? Quanto tempo acha que vai enganar os Cullen? Carlisle quer ver você grávida logo e nunca verá.
            - Eles já sabem e eu estou fazendo um tratamento para engravidar.
            - Hummmm isso é bom. Talvez haja saída no final das contas.
            - Mas não sei o que fazer. Não quero isso pai.
            - E prefere que eu vá para a cadeia? Pois saiba que te levo junto!

            No dia seguinte sai com Esme e ela me levou ao shopping para compras. Foram sapatos, vestidos, maquiagem e... roupinhas para seu futuro neto. Até ela, que eu já chegava a amar, queria essa criança que eu teria que abandonar naquela família de malucos. Eu estava desesperada. Ainda em compras passamos em uma banca de revistas onde uma das publicações tinha uma chamada na capa que chamou minha atenção. Comprei discretamente enquanto Esme estava distraída e escondi na bolsa. Depois aguardei pela solidão de meu quarto para ler a notinha sem fotos que afirmava que meu marido curtia férias no México com a amante loira. Tânia, só podia ser ela. Eu podia ter chorado, mas resolvi tomar uma atitude tão covarde quanto. Saí correndo e passei na sala onde sabia Esme havia largado a bolsa. Nela estava um dos controles do portão, coisa que obviamente eu não tinha. Pretendia seguir rapidamente até a garagem. Ligar o carro e acionar o mecanismo antes de James perceber. Aí, quando ele ouvisse seria tarde. A única alternativa seria fechar o portão pela chave geral que ficava na cozinha. Ele não teria tempo de correr da garagem até a cozinha a tempo. Era com isso que eu contava.
            Tudo estava dando tão certo, tudo perfeito. Até que vi há poucos metros da saída o portão começar a se fechar. Podia ter freado, mas decidi tentar. A última coisa que ouvi foram os gritos de Ana.

            - Menina Bella, por Deus, por que fez isso? Alguém chame uma ambulância.