domingo, 28 de abril de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 28: Phoebe Grey



            Alguns meses depois...

            Pisando o mais leve que podia, carregando sua barriga de 8 meses, ia deixando o quarto que dividia com Christian. Por milagre ele não acordou. Seu preocupado marido estava cada dia mais protetor e não gostava que ela desse um passo sozinha. Isso já tinha sido tema de algumas discussões, mas essas sempre acabavam com beijos e eles nunca resolviam o assunto.
            Se há algumas semanas ele já estava mais afastado dos negócios, agora tinha decretado que estava tudo nas mãos de Ross até que sua filha nascesse. Pensando na jovem executiva que auxiliava seu marido, até tentou intervir e dizer que não era necessário, que estava bem e podia ficar ao menos um turno sem ele. Na verdade, essa era uma desculpa de Christian já que se ele, sendo o chefe de um imenso império, pode tirar uma licença antes da chegada da filha, ela também teria como se afastar da editora. Então, ela estava de molho em casa...e estava sendo ótimo ser mimada pelos dois homens de sua vida.
            A tarde de ontem haviam passado fazendo piquenique. Grey teve que correr com Nevasca e Chocolate para deixar Teddy satisfeito com a brincadeira, enquanto ela e Charlote observavam da grama.
            - Não se preocupe, Charlote! – Disse ela acariciando o pelo macio. – Um dia você também encontrará o gato da sua vida. Você é muito jovem ainda.

            Agora, no entanto, o meio da madrugada, o problema era outro. Eles tinham ido dormir tarde depois de deliciosas horas passadas no quarto de jogos. Christian tinha passado óleo e massageado toda sua pele e achava que ia dormir a noite toda.

            - E quem disse que você concordou, não é filha? – Brincou alisando a barriga imensa.

            Havia engordado muito mais do que quando esperava Teddy. Quando percebeu que isso estava acontecendo, tentou fazer dieta e restringir alguns alimentos. Só conseguiu fazer Grey ficar mais determinado a engordá-la.

            - Você precisa comer, Ana. É pela Phoebe.
            - Não quero ganhar tanto peso, Chris.
            - Que bobagem, meu amor. Depois você faz dieta. O importante é ela nascer forte e saudável. – Ele sempre dizia.
            - Porque não é você que vai ficar flácido, barrigudo e cheio de estrias. Só quero ver se vai ficar babado nas magrelas por aí!

            Na verdade, era brincadeira. Nunca teve necessidade de brigar por nada assim. Christian podia ter muitos defeitos. Infiel não era um deles. Seu marido, acima do peso ou não, só tinha olhos para ela. E fez muito exercício para se manter em forma.

Por mais que desejasse fazer dieta, sentia fome. Agora estava revirando o frízer da cozinha em busca de uma pizza quatro queijos. Não tinha!

- Ouuuu minha filha...não dá para mudar o sabor? Tem de calabresa? O que você acha?

Mas o desejo de Phoebe era quatro queijos, não tinha alternativa...sua bebê queria essa e ponto final. O que fazer???

            - Claro filha! Tem queijos na dispensa! A mamãe pega a massa da outra pizza, troca o recheio e vai ficar uma delícia.
           
            Quando iniciava sua ‘receita’, Christian entrou na cozinha com cara de sono e preocupação.

            - Ana...o que você está fazendo?
            - Transformando uma pizza de calabresa em uma de quatro queijos porque a sua filha é uma esfomeada. – Voltou a alisar a barriga. – Mas a mamãe te ama, filha.
            - Ana...são 3hs da madrugada. Vai deitar. – Ele tinha um sorriso lindo.
            - Não posso. É desejo Grey!

Ele pensou por um instante.

            - Volta pro quarto, deita e espera. Eu vou pedir uma pizza pela tele-entrega. – E quando que ele a deixou passar vontade?
            - Com muito queijo? – Ela insistiu.
            - Muito queijo. – Ele garantiu.
            - Tá...eu vou subir então. – Ele já fazia o pedido ao telefone. – Aproveita e pede também um sorvete de baunilha.
            - Só um instante. – Disse ao atendente. – Ana...você vai passar mal. Está bem! E um pote de sorvete de baunilha também. Isso...o mais rápido que puder.

            Claro que comeu muita pizza e depois se deliciou com a sobremesa gelada enquanto Grey só observava. Até que estava bem humorado para quem foi acordado no meio da madrugada.

            - Desculpe, eu não queria te acordar. – Disse lhe dando um beijo.
            - Não tem problema...como você sabiamente já disse em outros momentos, minha filha é gulosa como o pai. Nada mais justo que eu esteja aqui para dar o que ela quer comer. Eu só vou ficar bravo se você amanhã estiver se sentindo mal por causa disso.
            - Não vai acontecer. – Mais um beijo. – vamos dormir?

            No dia seguinte estava um pouco enjoada, mas não disse nada para evitar um sermão daqueles que seu 50 tons conseguia dar. Ela parecia uma adolescente quando ele ficava bravo. Vestiu uma roupa leve e foi tomar café.




            Hoje iam comprar as últimas coisas que Phoebe estava precisando e, como Grey dizia: depois ela poderia ficar em casa esperando a chegada da filha com toda a tranquilidade.
            O quarto estava pronto. Era digno de uma princesa.


                E, para evitar ciumeira, também fizeram um novo quarto para Teddy. Tudo escolhido por ele, mas com um toque de Christian.



                O enxoval de Phoebe era a coisa mais linda e fofa que qualquer mãe pode desejar. Muitos babados, frufrus, ursinhas, fitas e adereços.

                Escolheram apenas mais um carrinho para ficar na casa dos avós, as lembrancinhas e o enfeite da porta da maternidade. Tudo delicado como sua menina.

                - Mãeeeee deixe eu ver o que você comprou pra Phoebe? -  Disse Teddy quando os viu entrar.
                - Deixo, meu amor. Mas não são coisas para ela...é só um enfeite.
                - Mas ela ainda não tem brinquedos mamãe.
                - Ela vai nascer muito pequenininha, Teddy. Tem que crescer antes de ganhar brinquedos como os seus.
                - E enquanto isso ela só vai dormir?
                - E mamar para poder crescer.

                Ele já estava bem curioso mexendo na sacola.

Duas semanas depois...
                                                                                                              
                Totalmente contra sua vontade, estava sendo internada para passar pela cesariana. Queria esperar sua filha dizer a hora que desejava vir ao mundo.

                - Não, Ana. Eu lembro bem o desespero que foi estar em outro país enquanto você sofria por horas. Depois fizeram uma cirurgia de emergência. Não! Dessa vez será programada.

                E, como sempre, foi melhor não contrariar seu maravilhoso 50 tons. Agora estava lá, preparada, com ele segurando sua mão e o anestesista começado os procedimentos. Passou a não sentir a barriga e viu a apreensão tomar conta das feições de Grey.

                - Calma, meu amor. – Disse ele apesar de ser o mais nervoso. – Logo teremos nossa menina nos braços.

                Mais uns poucos instantes e sentiu um puxão no ventre. Viu as lágrimas escorrerem pelos olhos de Christian e sentiu que também começava a chorar. Sua filha estava nascendo. De repente ele se afastou e sumiu da sua visão por alguns minutos. Voltou trazendo o pacotinho mais sujinho e amado do mundo. Sua Phoebe.




Tão delicada...parecia um anjo enviado para trazer felicidade.

- Obrigada...meu amor. Obrigada por me dar uma família. – Disse Christian.

_______#_________


Algum tempo depois, já no quarto, mas ainda sem receber visitas, Puderam curtir melhor a filha. Grey deu o primeiro banho em Phoebe, atrapalhado, tentou seguir todas as orientações dos livros que leu, mas, ao primeiro choro da pequenina, passou para a avó que terminou o serviço.

- Não consigo vê-la chorar.

Depois de arrumada e já choramingando de fome, chegou a hora de mamar. Estava apreensiva pelo que ocorrerá com Teddy, não queria que Phoebe também tivesse que sofrer tudo aquilo.

- Não seria melhor já dar outro leite. E se ela tiver a mesma alergia que Teddy?
- Não há nada que nos indique isso, Ana. E o materno é melhor. Tente. – Disse sua sogra.



Apressada, foi sentir o cheiro do peito da mãe que logo Phoebe estava grudada no bico. Mamou bastante para uma recém nascida e não teve nenhuma reação anormal.

Christian observava a cena emocionado e consciente da responsabilidade que tinha com seus filhos e a mulher que tornou aquilo possível.





sábado, 27 de abril de 2013

A Mentira - Capítulo 3: paixão


Chegou a hora do jantar e Grey preferiu não contar da morte de Emmett. Tudo indicava que a mulher não sabia que ele tinha morrido já que Anastásia e Alice não manifestaram nenhum sentimento ao serem apresentados. Ou não perceberam o parentesco! Tinha que tirar essa dúvida.

            - José! – Ele chamou o amigo que conversava com o pai. – Muito prazer, senhor Raymond. Sou Christian Grey. É um prazer conhecê-lo.
            - Igualmente senhor...Grey. Engraçado, fiz negócio com um Grey, não faz muito tempo. Mas ele está sumido faz algum tempo.
            - Emmett Grey? – Sim, era verdade. Seu irmão conheceu essa família. E morreu por causa disso.
            - Sim. Emmett Grey. Ele estava querendo o apoio do banco para seus negócios. Infelizmente o crédito não foi aprovado.
            - Ele é meu irmão, Sr. Fernandes Negrete. Faz muito tempo que não o vejo.
            - Mas você não foi vê-lo assim que chegou? – José questionou lembrou o que ele havia dito no aeroporto.
            - Sim, mas é muito longe e eu resolvi esperar. Logo irei. – Era bom que ainda não soubessem da morte do irmão.

            Ainda ficou observando Anastásia correr e dançar com os amigos. Era uma das mulheres mais belas que já tinha visto. E livre. Muito diferente das submissas que teve na Europa. Não parecia uma mulher obediente e discreta. Saberia receber ordens? Se fosse realmente responsável pela morte de Emmett seria obrigada a aprender. Já teve muitas submissas que o obedeciam cegamente. Só recebeu ordens de uma mulher: Elena. Amiga de sua mãe, Elena mora na Europa há muitos anos e Grace ‘lhe confiou’ cuidar de seu menino enquanto ele ia estudas no exterior. Sendo adotado após uma infância cheia de traumas, cresceu gerando muitos problemas e estudar fora era uma alternativa que agradou seus pais.
            Grace acha que fez a coisa certa afinal seu filho concluiu a faculdade de engenharia e não se envolveu mais em nenhuma confusão. Em poucos anos também fez muito dinheiro com investimentos no mercado financeiro. Elena só lhe fazia elogios.
            Ela apenas não contou como o ensinou a ter disciplina nos estudos e a não se relacionar com ninguém que ela não aprovasse. Foi seu submisso por anos. Suportou duros e cruéis castigos tendo como recompensa deliciosas seções de sexo. Só que faz 7 anos que estava na Europa. Já tinha concluído até um pós graduação. Nesse tempo percebeu que não queria ser submisso, nasceu para dominar. Elena aceitou. Não tinha alternativa. Não queria perder seu garoto. Tornaram-se apenas amigos e ela o ajudava a escolher suas submissas. No momento não tinha nenhuma. E olhar para Anastásia dançando com aquela roupa provocante estava lhe despertando sentimentos desconhecidos. Tinha vontade de lhe dizer que ela não deveria se mostrar para mais ninguém além dele. Que só ele podia lhe tocar. Que aquele sorriso era apenas para os seus olhos. E, principalmente, sentia vontade de levá-la para um local deserto e erguer-lhe a saia para ver se a pele do traseiro era tão branca quanto o restante e depois deixá-la rosada com uma série de palmadas rápidas, fortes e ardidas. Assim ela entenderia quem manda, quem era o dominante. Depois poderia lhe mostrar como era bom ser fodida com força e ouvi-la gemer sem parar em seus braços.

            - Senhor Grey...senhor Grey...- Justamente ela veio lhe tirar desse devaneio.
            - Anastásia...desculpe. Eu estava distraído.
            - Eu percebi. Quero saber se dança comigo.
            - E onde estão todos os seus parceiros? – Era uma oferecida. – Vi que tem vários.
            - Todos se cansaram.- Ela fez uma carinha de inocente que conquistaria a todos.

            Logo estavam colados na pista de dança. Era bom tê-la ali. Mais baixa, Anastásia parecia tão bem encaixada nele. Quando estava perto dela as certezas iam embora novamente.

            - Você é uma moça muito bonita. Sr. Fernandes Negrete.
            - Por favor, me chame de Ana ou, se preferir formalidades, Sr. Steele. É o sobrenome real. Não sou filha dos Fernandes Negrete.
            - Ok. Ana, você é uma moça muito bonita.
            - Obrigada, Sr. Grey. – Logo ela deu mais uma prova do quanto podia ser ousada. – Se é assim, porque não me chamou para dançar a noite toda?
            - Não acha que está sendo muito direta, Senhorita Steele?
            - Não. Sou uma mulher descomprometida. Posso dançar com quem desejar. Seguir qualquer instinto.
            - E você segue todos os seus instintos? – Os lábios dela o estavam chamando.
            - Todos. Cada um deles, Sr. Grey.

Levou-a para o outro lado da pista e saiu andando em direção aos fundos da casa. Passou por um garçom e pegou duas taças. Ela bebeu um gole, ele nada. Preferiu provar da bebida em seus lábios.
            Beijou-a com força, seus lábios, língua e dentes se tocaram. Ela estranhou. Logo se afastou e, para surpresa total, sentiu um forte e ardida bofetada estalando em seu rosto.

            - Qual seu problema?! Me beijar assim! Quase machucou minha boca. Não sabe tratar uma mulher? – Ana gritou.

            Há muito tempo nenhuma mulher ousava lhe dar um tapa. A última fora Elena. Quem Anastásia pensa que é? Resolveu fazer o papel de homem compreensivo para não deixar a presa escapar.

            - Desculpe se a ofendi, Ana. É que foi mais forte que eu. Você é uma mulher perigosa.
            - Por que te dei um tapa?
            - Não. Porque é capaz de virar a cabeça de um homem, de fazê-lo enlouquecer e agir loucamente por você. Me diga...nenhum homem cometeu loucuras por você?
            Ela riu sensual antes de responder.
            - Talvez...mas já era louco antes de me conhecer. – Ela disse e Grey sentiu o sangue ferver. – Ninguém é responsável pelos atos dos outros.

            Será que ela iria confessar?

            - Então a mulher que leva o homem a cometer um erro não é responsável? – Ele atirava verde para ouvir sua resposta.
            - Não! Se ele cometeu o erro, ele responderá pelo erro. Simples assim. – Ela voltou a beber. – E porque estamos falando disso?
            - Não sei. – Ela era escorregadia. Teria que ser mais direto. – Você conheceu meu irmão? Emmett Grey? – Perguntou e olhou bem em seus olhos.
            - Sim, claro. Ele veio aqui. Conheci ele em uma festa. – Nenhum relance de tristeza ou de arrependimento em seu rosto. – Ele está bem?
            - Muito bem. – Foi a resposta seca.

            A festa terminou sem ele ter a certeza de que realmente precisava. E, o pior, percebeu que não queria se afastar de Anastásia. Sendo ela a culpada ou não. Desejava essa perigosa mulher.  Precisava ter uma conversa com Alice. Não desconfiava dela, mas tinha que tocar no nome de Emmett para ver sua reação. Quando estava se despedindo de todos ela se aproximou.

            - Gostei de vê-lo dançar com Ana. Assim ela largou de José um pouco.
            - Eu também gostei de dançar com ela.
            - Todos gostam. Ana é assim...encanta a todos. Enlouquece os homens. – Estranho...parecia ter muito ciúme na voz dessa moça. – Acho que formarão um lindo casal.
            - Não antecipe as coisas, Senhorita Alice. Mas me diga uma coisa...meu irmão já esteve nessa casa...talvez o conheça.
            - Quem é? – Ela perguntou. Por um momento sentiu algo falso em sua voz. Mas logo deixou de lado.
            - Emmett Grey. – Falou e sequer a viu piscar.
            - Não, nunca ouvi falar. São tantas pessoas a vir aqui.
            - Sim, claro.

            Christian deixou a mansão sem saber muito bem o que fazer. Alice não conheceu Emmett, Anastásia sim. Esta não se considerava culpada de nada. Somente porque não foi ela a apertar o gatilho não significa que não é a responsável. Foi por ela que ele se matou. Pela sua crueldade. Mas e se não for ela? E o que faria com ela quando confirmasse?
            Já em seu quarto no hotel fez uma ligação para Elena. Na Inglaterra a loura exuberante ficou feliz em ouvir a sua voz. Mas não com o que ele perguntou.

            - Por que está dizendo essas coisas, Grey? O que você fez? – Ela estava apreensiva.
            - Ainda não fiz nada. Mas quero sua opinião. Você acha possível eu ter uma submissa que não é adepta ao sadomasoquismo e que não tenha exatamente...escolhido participar disso?
            - Garoto o que você está aprontando? Possível tudo é. Eu já tive um assim.
            - A é?
            - Sim, mas dura pouco tempo. Se não gosta da dor o submisso logo desiste.
            - Eu não lhe daria a opção de desistir. Quem decide quando acaba sou eu. – Ele foi tão enfático que até Elena se assustou.
            - Grey, preste a atenção: o que nós fazemos é uma prática consensual. Qualquer coisa fora isso deixa de ser submissão para escravidão.
            - Não estou dizendo que irei escravizar uma pessoa, Elena...estou apenas pensando em castigar, ao nosso modo, alguém que comete erros muito graves e sequer percebe o que vem fazendo.
            - E ela assinaria os papéis?

            Ele não respondeu.

            - Christian!
            - Talvez...o termo de confidencialidade, o contrato de permissão à submissão e, talvez um outro contrato.
            - Do que está falando, Grey? Você está muito estranho.

            Ele encerrou a ligação sem falar nada e deixou Elena muito preocupada.

            Mas não era só Elena. Na mansão dos Fernandes Negrete, Alice também não conseguia dormir de preocupação. Havia algo de estranho com o amigo de José. Percebeu logo cedo que ele ficava observando ela e Ana de forma obsessiva. Mas só soube quando ele perguntou de Emmett. O desgraçado sabe que teve algo com Emmett Grey.

            - Claro que sabe! São irmãos!

            Mas ele parecia em dúvida. Podia não saber.

            - Que importa? Não devo nada para ninguém!

            Tinha terminado o relacionamento há algumas semanas. Teve um tempo em que Emmett pareceu um bom partido. Dizia que ficaria rico com a fazenda produtora de cachaça. Mas só a ideia de morar naquele fim de mundo...não. E José estava chegando. Era muito mais fácil afastar José de Ana e casar com ele do que ficar arrancando migalhas de um fazendeiro que ‘achava’ que ia fazer fortuna. Sem falar que em São Paulo estava perto de Jasper...ele sim era seu amor. E pai do filho que esperava. Tiveram uma briga quando fez o aborto. Jasper ficou bravinho quando tirou o bebê, mas teve que explicar que José não era bobo como Emmett para acreditar que aquele filho é seu. Preocupada, ligou para Jasper.

            - E você acha que o tal Christian sabe que você deu o golpe no irmãozinho?
            - Não. Saber não, mas ele desconfia de algo. Amor, o que eu faço? – Alice perguntou desesperada.
            - Você deixou alguma prova? Algum recado em rede social? Algum e-mail? Algo assinado?
            - Eu não sou burra, Jas! Claro que não. Eu falava com ele por telefone e mandei uns cartões. Mas assinava só com a letra A. Não tem como ele me achar.
            - Então porque está nervosa? – Jasper já estava de saco cheio desses Grey trazendo dor de cabeça.
            - Porque ele ficava perguntando de mim e da Ana. E se falar algo para o José? Meu plano vai por água abaixo!
            - Ele pode estar desconfiado da Ana.
            - Não! Isso não! Eu quero mais é que ele pense que a Ana é a mulher da vida dele e fique com ela. Assim o José é meu.
            - Bommm Alice, eu to com sono. – Mesmo gostando do golpe que dariam, Jasper sentia ciúmes de Alice. - Vá resolver os seus problemas. Boa noite!
            - Jasper! Não me deixe sozinha nisso!
            - O que você quer que eu faça?
            - Me ajude a encontrar uma saída.
            - Alice, o que você tem de fazer é queimar a Ana com a família e aproximar ela do Grey.
            - Como? – Falar era fácil.
            - Ainda tem aquele laudo?
            - Da gravidez e do aborto? – Ela tinha apresentado a identidade da prima na clinica e o laudo de gravidez saiu com o nome de Anastásia Stelle. Quando  foi a emergência após tirar o filho, a internação também foi feita com o nome de Ana. – Sim.
            - Mande para seu tio e José. Eles vão perder a confiança nela, mas não vão contar pra ninguém. Sua família não vai querer o escândalo de um aborto. E, com sorte, sem a atenção dos tios ela se aproxima do Grey.
            - Sim, você está certo.
            - Ótimo, agora durma e me deixe dormir.


            Alice começava a armar seu plano.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Mentira - Capítulo 2: primeiras impressões




            Dizem que a primeira impressão é a que fica. O que fazer então quando você discorda do que seus olhos veem e seus instintos indicam? Havia algo de errado nessa história, eram muitos segredos e Christian precisava contar com a sorte para descobrir quem era a mulher que procurava e encontrar uma forma de vingar seu irmão.
            Quando chegou a São Paulo, no entanto, teve que esperar. Era a sexta-feira que antecedia ao feriado de carnaval e José, com quem  contava para descobrir pistas da mulher misteriosa, havia viajado com amigos e parentes para a Bahia. Além disso, tinha a triste tarefa de contar aos seus familiares que o Irmão mais velho estava morto. Carrick, Grace, seus pais adotivos, Mia e Elliott, seus irmãos ficaram chocados com o que se passou.

            - E porque não nos contataram? Eu não pude seques me despedir de meu filho. – Grace disse.
            - Emmett sempre foi muito fechado mãe, você sabe. Ele não contou na cidade sobre nós e o lugar é muito afastado. É difícil se comunicar.
            - Podemos trazer o corpo pra cá? – Carrick perguntou.
            - Podemos. Mas ele queria viver lá, o lugar onde nasceu. Acho que deveríamos deixar por lá.
            - É, tem razão. E a polícia? Foi investigado?
            - Sim, mas tratam como mais um caso de depressão que acabou em suicídio. O fato dele ser um homem que teve a infância traumática só complica. Arquivaram porque tem certeza de que não se trata de um assassinato.

            Ele não disse nada sobre a mulher ou seu plano de vingança. Essa era uma conta que ele mesmo teria com o irmão mais velho. Por enquanto não diria nada. Só contaria quando a vingança estivesse completa.

            - Então só podemos rezar para que esteja em paz. – Mia disse.


            Mais de uma semana depois, foi a casa dos Fernandes Negrete. Tudo estava sendo preparado para uma festa. Os convidados chegavam. Tratava-se de uma família importante na sociedade e que corriqueiramente ganhava as colunas sociais com as festas que oferecia. Essa noite haveria mais uma. Em homenagem a volta do filho que tinha estudado no exterior. Uma festa! Era perfeito. Era provável que a mulher que procurava estivesse ali já que Emmett conheceu em outra festa da mesma família.

            - Que bom que veio Grey. Não esperava encontra-lo tão cedo.
            - E eu não esperava vir visitá-lo em um dia de festa.
            - Não se preocupe. Minha mãe e minhas primas adoram uma festa e resolveram festejar minha volta. Só que eu cheguei ontem do carnaval da Bahia! Estou dolorido de tanto dançar e pular. Por mim, não precisava de festa.
            - Entendo.
            - Bom...fique a vontade. Eu tenho de circular e cumprimentar a todos. Depois te apresento a minha família.

            Grey ficou sentado a uma das mesas com visão para a entrada da mansão dos Fernandes Negrete. Dalí viu belíssimas mulheres entrarem. Todas eram como um alvo a ser pego. Mas qual?
            Havia um grupo muito animado no cento da pista de dança. Uma linda morena de corpo escultural dançava com graça e sensualidade os mais diversos ritmos. Cada música com um parceiro. Não devia ser comprometida ou o namorado não era ciumento porque ela passou por diversos braços. Por um momento sentiu ciúme. Queria ela em seus braços. De repente ela pediu para tocarem uma salsa e puxou José pelo braço. A pista parou para vê-los bailar de forma muito sensual.



Depois do show os amigos se afastaram e não viu mais a bela morena de curvas acentuadas. Já bem mais tarde, José veio ao seu encontro com duas lindas mulheres. Finalmente conheceria a moça.
- Christian, deixe-me apresentar minhas lindíssimas primas. – José falou.
Grey se viu diante de duas belas mulheres. Muito diferentes. Uma era delicada e vestia-se com pudor. A outra era mais ousada. Essa última, a que fez seu sangue acelerar.
- É sempre bom conhecer mulheres lindas. – Respondeu.
- Essa é Anastásia. – Disse o amigo apontando para a mulher que mexeu com ele a noite toda.
Justo ela? Será que foi ela?
- E esta é Alice. – Falou o rapaz deixando-o ainda mais confuso.
O que? Também poderia ser a outra. Mas Alice exibia uma carinha tão inocente.
            - Podemos afirmar que você tem os genes da beleza na família, José. Ambas são lindas. Eu estava observando vocês na pista de dança. Era salsa? Certo?
            - Sim, sim. – Respondeu Anastásia. – Adoro dançar, faço dança desde menina.
            - E o faz muito bem. Estava maravilhosa. – Disse olhando em seus olhos e cogitando que essa, sem dúvida, era uma mulher capaz de levar um homem à loucura. – Vocês têm fôlego para dançar assim logo após o carnaval. Deveriam estar cansados.
            - Ou não. Dançar é tão maravilhoso que nunca me canso.
            - Fale por você, Ana. Eu estou exausto. – José brincou.
O braço de José estava na cintura de Anastásia e Grey não gostou nada disso. Logo foram dançar novamente e o deixaram com Alice.
- Não me diga que todas as mulheres da família têm nomes que começam com A? – Seria Anastásia a culpada? Precisava de mais informações.
Ela riu docemente. Alice parecia um anjo.                                                    
- Ou não. Só nós. - Contou Alice. – Nossa falecida avó quis assim. E nos presenteou com duas lindas joias idênticas com o formato da letra A.
- Joias únicas, suponho? – Era isso. A que estivesse sem sua joia era a responsável pela morte de Emmett. – Somente vocês têm?
- Sim, só nós. – Num gesto lento ela afastou a echarpe do pescoço e mostrou o broche idêntico ao que ele tinha no bolso.
Sim, era isso. Anastásia era a culpada.
            Sentia que não podia culpá-la assim, sem um indício mais forte. Porém todas suas primeiras impressões davam conta de que Anastásia era uma moça frívola, sem responsabilidades e, sendo tão bonita, capaz de usar esse trunfo contra um homem.

            - Não vai dançar com seus primos? – Perguntou para Alice.
            - Não. José só tem olhos para Anastásia. Sempre foi assim. Você a viu dançar. Ela adora receber atenção de todos e ser aplaudida. – Ela parecia muito ressentida da prima. – Aposto que nem quer o José de verdade. Já teve tantos namorados e sempre os dispensa porque se apaixona por outro.
            - E você gosta dele? – Tinha que ter cuidado para não revelar suas intenções com essas perguntas.
            - Sim. Mas José já está todo encantado por ela. Aposto que Ana já esteve na cama dele durante esse carnaval. José vai se casar logo e ela será a noiva. – De repente ela se calou. – Desculpe, falei demais.

            Então José queria se casar. A mulher que ligou para Emmett terminou o relacionamento porque tinha outro pretendente. Poderia ser José. Não queria, mas as peças pareciam se encaixar perfeitamente. Anastásia teve um relacionamento com seu irmão, tirou o dinheiro que pode dele, mas, ao saber que o primo voltaria do exterior e era muito mais rico já que herdaria o banco da família, terminou o compromisso. Sim, Alice parecia estar certa e José estava realmente caindo nas garras de Anastásia.





terça-feira, 23 de abril de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 10: Emergência


            - Tudo bem? – Perguntei quando saí do banheiro pela manhã. Isabella estava levantando da cama, desde aquela noite ela passou a dormir na cama.
            - Tudo, minha menstruação já parou.

            Fui trabalhar e deixei James avisado que ficaria o dia todo fora. Ele tinha ordens para ficar de olho em minha esposa, mas ele podia acompanhá-la em qualquer passeio que desejasse. Vi os olhos de Ana brilharem ao ouvir eu dizer isso. A senhora romântica acreditava que agora nos estávamos nos acertando, mas não havia nada disso. O fato era único, se tínhamos de nos suportar, desde que ela obedecesse as minhas ordens poderia usufruir de conforto. E foram quatro dias sofrendo de cólicas, trancada dentro de casa, poderia ter uma tarde agradável, nada mais do que isso.
            Depois de uma manhã de muito serviço e do estresse de uma ligação de Tânia perguntando se poderíamos passar essa noite juntos, fui almoçar, participei de uma breve reunião e fui rumo à academia. No caminho meu telefone tocou, até pensei ser Tânia novamente, mas ela já sabe que não gosto de me repetir. Se eu quisesse, apareceria à noite em sua casa, se não, simplesmente não iria, não precisava dar explicações. No visor do telefone apareceu o número de Esme. Sorri ao atender.

            - Oi mãe.
            - Oi meu bebê.
            - Bebê? – Só Dona Esme mesmo.
            - Sim, é meu único filho, sempre será meu bebê. Morro de inveja de inveja de Ana. Ela tem você todos os dias para paparicar.
            - Não sou mais eu o alvo de seus paparicos. – Lembrei dela ajudando Isabella durante as crises de cólicas. Durante três dias Isabella sequer saiu da cama e Ana não parou de ajudar no que podia.
            - Eu senti um ciuminho nessa voz?
            - Não mãe. Eu consigo dividir Ana sem problemas.
            - Conversei com ela quanto a sua esposa.
            - Imaginei que Ana fosse procurar você.
            - Ela não me procurou, eu é que a pressionei para contar. Fiquei muito desconfiada quando, infelizmente, tive de trocar algumas palavras com seu pai. Ele disse que você e essa pobre moça tinham voltado e que agora ela teria seu filho.
            - E você ligou para me dar os parabéns?
            - Liguei porque fiquei preocupada Edward. Não é natural o que se passa. Não entendo, você, um homem bonito, charmoso, elegante, educado, com tantas mulheres a sua volta, obcecado em manter essa moça ao seu lado por obrigação. Por que colocar uma criança inocente no centro dessa confusão.
            - Tudo se resolve no momento em que meu filho nascer. Meu vinculo com Bella acaba ali.
            - E vai ter coragem de tirar seu filho, ainda bebê, da mãe?
            - Ela assumiu esse risco.
            - Por Deus Edward! Pense na criança.
            - Eu não vou discutir isso com você.
            - Ok. – Ela esperou um instante antes de voltar a falar. – Mas, por favor, prometa que vai tentar viver em paz com ela. Prometa!
            - Isso é coisa minha, mãe.
            - Eu vou para aí Edward. Algo está muito errado. Eu achava que Ana estava preocupada sem motivo, mas não, você está amargo. Não era assim! Isso é coisa de Carlisle!
            - Não estou em um bom momento para visitas mãe.
           
            Depois de muitos conselhos e críticas quanto a minhas atitudes consegui finalmente ir malhar. Era hora de gastar toda a raiva que sentia nos equipamentos. Corri, fiz flexões, abdominais e estava puxando ferro quando Jasper se aproximou.

            - Olha que assim o coração não aguenta.
            - Aguenta sim.
            - Cuidado para não deixar Isabela e Tânia brigando pelo posto de viúva.
            - Nem fale. Uma já dá tanta incomodação. Duas então.
            - Tânia enchendo muito?
            - Eu gosto dela, mas gostava mais quando ela me dava liberdade. Tânia sempre foi segura de nossa relação, eu ia onde desejava, saia com quem queria e nos encontrávamos quando era bom para os dois. Agora é só ligação e ciúme de Bella. Não, virou uma perseguição, estou de saco cheio dela.
            - Agora virou Bella é? Isabella, agora você a chama de Bella? Não sei se não entendo as reclamações de Tânia, vocês estão muito íntimos.
            - Vai começar você também? – Coloquei mais peso no aparelho.
            - Chega cara, vai explodir daqui a pouco.
            - Vamos sair então. Beber alguma coisa.

            Para evitar ter de falar de mim, puxei outro assunto:

            - Falou com Alice? – Ele quase se engasgou com a cerveja. - O que houve?
            - Nada, eu falei claro.
            - E? Jasper, por que está nervoso?
            - Bom haaa, você viu Alice...certo?
            - Vá direto ao ponto. – O que acontecia ali?
            - Bom...eu e Alice saímos juntos.
            - Dormiu com ela uma noite, é isso?
            - Não exatamente. Nós jantamos juntos algumas vezes nesses meses e... tivemos algumas saídas também.
            - Ótimo! – Era o que faltava. – Está namorando a amiga de Isabella, que, aliás, pode me colocar em sérios problemas.
            - É por isso que queria conversar com você. Eu garanti a Alice que sua esposa está bem, mas ela quer muito ver Isabella. E Alice é um pouco impulsiva. Tenho medo que faça algo...caso não consiga.
            - Algo como o que?
            - Vá a polícia e o denuncie por cárcere privado ou invada a casa.
            - Quer dizer que estou sendo ameaçado por sua namoradinha, é isso. Pois diga a ela que não sou bom inimigo. – Eu que ameacei.
            - Faça algo com Alice e achará alguém que não ameaça Edward. Eu sou seu amigo há anos o suficiente para saber que não brinco em serviço.
            - São bem ardilosas. Já nos fizeram brigar.
            - Não vou brigar com ninguém. Só quero que tenha em mente que Alice tem alguém por ela.
            - O que quer dizer? – Não gostei do tom de Jasper.
            - Que você faz o que faz com Isabella porque sabe que ela não tem ninguém no mundo.

            Pensei muito no que se passava ali e acabei decidindo que a melhor forma de resolver o assunto sem criar brigas com Jasper era fazer uma saída à quatro. Duas semanas depois estávamos dançando em uma badalada boate. Isabella foi avisada de que não deveria abrir a boca. Simplesmente havíamos retomado nossa história de amor.

            A noite foi agradável e curta. Assim como eu planejei, em meio ao barulho e a bagunça Alice não teve tempo de fazer muitas perguntas para Bella  e tudo o que viu foi o casal feliz que fingimos ser. A dança foi satisfatória e sensual. Acabamos nos despedindo na saída e rumamos para casa. Após uma quente viajem chegamos e começamos a nos despir ainda na sala da casa. Na manhã seguinte Ana encontrou algumas peças de roupa.
            Tivemos mais alguns dias tranquilos e de muito sexo. As poucas noites que não passei em casa estava com Tânia. Poucas noites, cada vez passava menos tempo com ela, o que não passava despercebido por ela. Mas nessas noites ela se desdobrava, fazia tudo, oferecia tudo, mas já não tinha a mesma graça. Assim se passou o restante do mês.
            A paz só acabou quando cheguei em casa e encontrei uma cena desagradável. Era na parte coberta da piscina. Ela usava um biquíni colorido e uma canga branca que abria e dizia aos gritos para James.

            - Sabe qual é o seu problema? – Ela tirou a canga e mostrou bem o corpo. – Quer e não pode ter. Aí fica me perseguindo com essa cara. Vá cuidar da sua vida!

            Não sei porque aquilo me surpreendeu, afinal aquilo era típico de uma mulher feito Isabella, sem nenhum pudor ou recato. Terminei aquela noite fazendo ela gritar na cama e depois dormindo sozinho enquanto ela voltou ao seu colchonete.
            Agora voltávamos ao pior momento no mês. Ela voltou a ter cólicas e, segundo Ana, pareciam mais fortes a cada período. Era uma sensação horrível ver todo aquele sofrimento e não ter como ajudar ou resolver. Na segunda noite eu vi ela literalmente chorar de dor e isso mexeu comigo. Sabia que ela estava um pouco fraca por não ter vontade de comer, tamanho o mal estar. Agora dois dias depois do início das cólicas eu estava à caminho para casa pensando que teria mais uma noite infernal. E ela, ainda por cima, comprovava que Isabella não estava grávida.  A surpresa, no entanto, foi ainda pior.

            - Olá Ana. – Fui até a cozinha e a beijei no rosto. – Tudo bem?
            - Sim. Bela adormeceu.
            - A tarde foi boa, tranquila?
            - Sim.
            - Vou vê-la então.

            Eu fui e me surpreendi ao não encontrá-la no quarto. Chamei e ninguém respondeu. Ouvi o barulho de água no chuveiro e fui ver. Encontrei Isabella desmaiada no Box, com muito sangue em sua volta. O líquido vermelho, misturado a água quente que corria, pintava o local e tudo parecia ainda pior.

            - ANA! Chame uma ambulância agora!
            - Eu chamei, mas o que houve? – Quando ela chegou no quarto viu eu com Bella no colo, enrolada a uma toalha já suja de sangue. – Ela está com uma hemorragia. É muito sangue. Isso não é normal.