sábado, 9 de março de 2013

Casamento, Fuga e Vingança Capítulo 4: Regras na prática



            Acordei e deixei o quarto com a porta aberta. Minhas malas estavam prontas e tudo o que precisávamos era tomar café, ir até o heliponto e voar até Boston. Ana foi avisada de que chegaríamos e estava ansiosíssima para conhecer a Sra. Cullen. A suíte estava prepara, eu só teria de levar um colchonete. Mandar Bella dormir no chão não estava nos planos, fiz apenas para ela não crer que o sexo fantástico seria capaz de me fazer mudar de ideia. Eu conhecia os truques dela e não cairia em nenhum. Logo ela desceu:

            - Que ótimo. – Ela vestia a mesma roupa e tinha prendido os cabelos em um rabo de cavalo. – Tome seu café. Logo partiremos. – Eu apontei para a cadeira à minha frente.
            - Preciso ver algumas coisas antes de viajar.
            - Que coisas. – Ela estava com os olhos marcados do choro na noite passada, mas sua voz era serena e firme. Não que isso fosse alterar nada de meus planos.
            - Algumas. Por exemplo, eu não tenho roupas aqui. Preciso voltar no meu apartamento e fazer minhas malas.
            - Sua antiga mala está em Boston.
            - Que antiga mala?
            - Não se lembra que você já tinha despachado roupas para nossa casa dias antes do casamento? A casa é a mesma para onde vamos agora. E Ana cuidou muito bem de todos os seus pertences.
            - Guardou minhas roupas por dois anos? Você é um demente, um fanático.
            - Modere as palavras Isabella, não fica bem. No início eu apenas as esqueci por lá. Depois, quando eu pude me preocupar com outras coisas que não fugir das fofocas quanto ao sumiço de minha mulher, eu voltei a Boston. Quando Ana perguntou o que faria com as malas eu disse que não queria ver nada daquilo. – Percebi nesse momento que estava falando demais. – Encontrei elas recentemente. Seu corpo não mudou, poderá usá-las.
            - Estarão fora de moda!
            - Vejo que sua futilidade não mudou. Não precisará usar nada mais do que roupas básicas e lingerie. Os vestidos para eventos serão entregues lá para você. Qual o próximo item da lista.
            - Preciso falar com Alice. A moça que é minha sócia e sabe de...
            - Já disse que sei tudo de sua vida. Sei bem quem é a tal Alice e você não irá conversar com ela.
            - É preciso. Ela ficará desesperada, fará um escândalo na mídia. Dirá que fui sequestrada. E ela sabe de você.
            - Nunca ligará os pontos. A resposta é não. – Mas eu ficaria monitorando os passos da baixinha de cabelos arrepiados. – Mais alguma coisa?
            - Vi que deixou minha bolsa sobre a mesa do quarto, mas estão faltando itens.
            - De que precisa?
            - Para que quer ficar com minha identidade?
            - Para guardar junto com seu passaporte. - Tinha surpresa em seus olhos. - Peguei na sua casa para garantir que não fugirá novamente.
            - Meu remédio.
            - Se vamos ter um bebê, você não irá precisar. Joguei fora.
            - Não tinha esse direito e eu preciso...
            - Ele serve para algo mais que não conceber?
            - Não mas...
            - Sem mas. Termine seu café e vamos logo pegar o helicóptero.

            A viagem foi rápida e tranquila, desembarcamos com uma leve garoa na cidade e seguimos para o condomínio. O lugar era restrito, com casar relativamente distantes uma da outra. Após passar pela guarita de segurança, foram apenas uns seis minutos até a casa. Eu sempre quis morar aqui, mesmo quando muito jovem achava que meu pai desejava tomar o rumo de minha vida, guiar meus passos e isso eu não permitiria. Daí ele veio com a história do bom casamento, de ter uma esposa que lhe desse filhos, uma estrutura sólida na sociedade e deixasse as paixões e aventuras para as amantes. Até hoje me pergunto se foi essa teoria do casamento que fez ele e Esme, minha mãe, se separarem quando eu ainda era muito jovem. Essa casa servia para fugir das ordens de meu pai, mas depois acabou entrando nos planos de ser minha moradia com Isabella. Agora moraríamos aqui, onde havia espaço para ela circular mesmo sem ter permissão para deixar o lugar sozinha.
            Logo que chegamos a apresentei a dois funcionários com quem ela teria mais contato. Ana e James eram totalmente distintos, mas ambos cumpriam bem seus papéis. Ana era minha segunda mãe, morava nesta casa desde que eu a comprei com 18 anos e a ‘roubei’ da casa de meu pai. Foi no colo dela que desabafei quando fui humilhado por Isabella. Ela sabia de tudo o que se passava na minha vida e em minha mente. O único segredo que eu matinha era a intenção de passar apenas estes dois anos casado. Ana sempre achou que eu fosse apaixonado por ela e que depois do fim do contrato, nós seguiríamos juntos.
            James era outro caso. Não tinha uma amizade com ele, apenas uma relação profissional. Foi o segurança mais implacável que meu pai teve, lembro que alguns chegavam a ter medo. E foi por isso que o contratei. Ele seria o responsável por manter Bella sob vigilância e, eu tinha certeza, dele ela jamais fugiria. É claro que tanto Ana quanto James tinha sua equipe de trabalho. Mas eram apenas eles que tinham permissão para ficar na casa. Os demais funcionários apenas prestavam o serviço e iam embora.

            - Que bom vê-lo Edward. E agora casado. – Ana estava eufórica.
            - Também estou feliz em te ver Ana. – Eu a abracei apertado. – Quero te apresentar minha esposa, Isabella Cullen.
            - Olá menina. Seja bem vinda. – Carinhosa, Ana abraçou Isabella e não recebeu nada em troca. Ela sabia ser desagradável.
            - Pode dizer onde é o quarto? Quero descansar.
            - É claro Bella. Posso te chamar assim?
            - Sim Ana, pode. -  Desta vez ao menos ela sorriu.
            - Espere Ana. Quero que Isabella conheça James antes.
            - Certo. Vou na cozinha preparar um suco para vocês e aviso para ele vir aqui.
            - Trate Ana com educação, ou não respondo por mim. – Ela não questionou e logo James estava na sala.
            - Bom dia Patrão.
            - Bom dia James. Essa é minha esposa, Isabella. É da ‘segurança’ dela que você irá cuidar.
            - Perfeitamente.
            - Passo as ordens em frente a ambos para que fique claro. Minha esposa poderá usufruir da casa livremente, mas está proibida de sair sem a minha presença ou permissão. Eu não vou retirar os telefones da casa e não privarei Ana de todo o conforto, mas você deve saber que as ligações serão vigiadas. Antes de ligar para qualquer um pense no seu pai, na prisão ou simplesmente que estou lhe dando a regalia de usar a casa livremente. Posso cortar isso a hora que quiser. Estamos entendidos?
            - Sim. – Ela respondeu de cabeça baixa.
            - É claro patrão. Tenho certeza de que Isabella não causará problemas.
            - Se causar, você tem liberdade total. – É claro que existiam limites, mas ela não precisava saber disso.

            Mostrei nosso quarto e fui em direção ao escritório ver como estavam os negócios. Ana, sem saber dos detalhes de minha relação com Isabella vem ao escritório e ainda chama minha atenção.

            - Pare de trabalhar. Vá dar atenção à sua mulher. Ela é tão linda.
            - Sim, mas não confio nela. Tome cuidado Ana, ela não é o doce que aparenta.
            - Bobagem. Vão almoçar e jantar em casa? O que quer de comida.
            - Qualquer coisa feita por você é ótima. Mas não vamos jantar  aqui. Vamos sair.
            - Ok.
            - E você, como está? Sua filha? Os netos?
            - Todos bem. Eu estou tão feliz por ter você em casa. Vou ligar para Esme e dizer o quanto está lindo.
            - Faça isso sim.

            Quando cheguei no quarto Isabella estava mexendo no closet e olhando suas antigas roupas. Parecia ainda surpreendida por eu ainda as ter. Eu coloquei uma caixa sobre a cama. Nela estava um vestido para ela utilizar hoje à noite quando iríamos a premiére de um filme cujo diretor era um amigo. Lá vários amigos e conhecidos estariam e ela seria mostrada como era, a mulher falsa e sem classe, bela, mas sem respeito próprio. O vestido era curto, justo e de cor vibrante. Ela certamente ficaria desconfortável.

            Já estava na hora combinada para sairmos e nada dela descer as malditas escadas. Era difícil seguir uma ordem? Se eu tivesse de subir para chamá-la já teríamos discussão e eu não queria sair mal humorado. Inferno! Será que ela estava tendo um ataque de timidez e não quis usar o vestido? Iria, nem que fosse nua. Quando eu ia subir, ela apareceu no topo da escada.


            Sensual era pouco. Por que nela não estava vulgar? Era tão curto, tão justo, realçava cada curva do corpo, mas nela havia ficado bom. Desgraça!
- Vamos?
- Sim. Não vai dizer nada do vestido? Afinal foi você que escolheu.
- Está de acordo com a ocasião.
            

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