terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 16: Tempestade no paraíso


Christian saiu de carro com Taylor e mais um segurança. Ainda mantinha Ana na ligação telefônica. Segundo ela, estava tudo bem e os fotógrafos não entraram no centro comercial onde ela se refugiara com Teddy, mas também não arredavam pé da entrada. Ou seja, eles a encurralaram.

            - Sr. Grey, eu realmente acho que não deveria sair do carro. Tudo que eles mais querer são fotos de vocês três juntos.
            - Então eu vou realizar o desejo deles.

            Quando o carro parou todas as lentes se voltaram para seu ocupante mais ilustre. Christian saiu calmamente e, ao lado do veículo, esperou calmamente até os cliques das máquinas pararem.

            - Ok, já ganharam suas manchetes. Tiraram fotos minhas, de minha esposa e de meu filho.
            - Ela não era sua ex? – Gritou alguém.
            - Não é da sua conta. – Rosnou Christian. - Infelizmente eu não posso impedir que tirem fotos, mas eu exijo respeito. Uma criança vai passar por aqui e eu acho bom não assustá-lo.
            - Assumiu o estilo paizão agora? – Disse o mesmo paparazzi mais desaforado.
            - Vá se fuder antes que eu te quebre a cara! – Disse Grey deixando claro que  não estava pra brincadeira.
            - O senhor está mesmo envolvido com a morte de Jéssica Stone? – Perguntou outro.
            - Não vou falar disso com vocês. Agora, com licença.

            Entrando no conjunto comercial Grey viu Ana sentada num bando na frente da vitrine de uma joalheria. Theodore brincava com seus carrinhos. A pilha do moleque não acabava nunca. Sem falar que ele parecia saído de uma lata de tinta multicores.

            - Papaaaaiiiii. – Disse Teddy correndo em sua direção.
            - Oi garotão. Eu vim buscar vocês. – Quando sentiu o abraço apertado do filho, soube que seu terno caríssimo ficaria imundo. Não ligou nem um pouco.
            - A gente pode brincar mais.
            - Eu queria levar você e a mamãe lá pra casa. Já esqueceu dos seus cachorros?
            - Não.
            - E a Charlote?
            - Sim, mas ela nem liga pra mim. Ela dormiu na cama da mamãe.
            - A Charlote é uma gata muito sortuda. – Grey falou mais para si mesmo.
            - Porque papai? – Teddy não entendeu.
            - Porque? – Isso era constrangedor. – Porque ela tem uma cama quentinha e tem a mamãe para cuidar dela.
            - É...mas aí a Charlote nem brinca comigo. Eu quero brincar com os cachorros.
            - Vamos então. – Mas ele pensou melhor por um momento. – Espera o papai aqui fora um minuto. Eu já venho.

            Ana viu quando Grey falou com o filho e, seguiu na direção da joalheria. Tentou chamá-lo, mas ele apenas respondeu com um sinal para esperar um minuto. Logo ele saiu da loja com um pacote.

            - Para você. Não é justo que apenas Teddy ganhe presentes. – Falou quando se aproximou.
- Ele é seu filho.
- E você a minha mulher.
- Não sou mais sua esposa, Grey. – Ana falou mesmo tendo certeza de que ele não havia esquecido.
- Mas vai ser sempre a minha MULHER. Abre, acho que vai gostar.


Não tinha como não gostar. Era uma delicada pulseira de pedras que, desconfiava, se tratar de esmeraldas. Só de pensar no preço daquele presente Ana tremeu. Não podia aceitar.

- Não Grey, desculpe, mas não posso.
- Você pode aceitar e eu posso pagar. Pare com essas bobagens. Já chega tudo o que está guardado lá em casa.
- Do que está falando? – Ana questionou.
- Outra hora eu mostro. Agora vamos embora.


Passar pelos fotógrafos foi um incomodo previsível. Grey fez questão de Teddy no colo e passar o braço pela cintura de Ana. Quem visse aquelas fotos entenderia o recado: não mexa com o que é meu!

- Já decidiu o nome dos cachorros Teddy? – Eles observavam o menino que corria e rolava na grama com os amigos caninos. Não dava para perceber qual dos três estava mais sujo, cansado e feliz.
- Sim. Esse é o Chocolate e o outro é o Nevasca. – Pela cor era fácil saber o nome de cada um.
- Que perigo esses três juntos. Não é Charlote? Só você é comportada. – A gatinha não saia do colo de Ana.
- Já estou me arrependendo de ter comprado essa gata. – Grey brincava. – Ela não para de receber sua atenção.
- Não seja bobo. – A gatinha já ronronava ganhando carinho. – Nós ficamos muito amigas. Ontem ela dormiu deitada no meu peito.

            O sol se pôs e eles entraram.

            - Durmam aqui. – Grey pediu.

            Ana ficou tentada, mas negou.

            - Não Grey. Ainda não.

            Ela, Teddy e Charlote voltaram pra casa no banco traseiro do carro guiado por Taylor. Estavam todos felizes. Somente Taylor parecia ter alguma apreensão.

            - Algum problema Taylor? – Ana questionou.
            - Não senhora. Nada de mais. É que tem um caro que acredito estar nos seguindo. Mas não se preocupo. Tenho certeza que é apenas algum fotógrafo mais insistente.

            Ana pensou em falar dos telefonemas mudos e da ameaça, mas sabia que Grey ficaria sabendo e provavelmente viria passar a noite com ela. Tentador? Muito. Mas não podia deixá-lo invadir sua vida dessa forma.

            - Boa noite Taylor. Por favor, não assuste Grey com esse tal carro. Nem sabemos se estava mesmo nos seguindo.
            - Ok, senhora. Mas eu vou colocar um homem aqui nessa madrugada. Se algo lhe acontecesse, o patrão não me perdoaria.
            - Está bem. – Melhor um segurança na porta que Grey no apartamento a noite toda.

            Na manhã seguinte Grey teve uma visita que não gostou nada. Elena viu na internet suas fotos com Anastásia e se achou no direito de tomar satisfação e dar conselhos.

            - Eu vi você se envolver com ela uma vez e ficar em pedaços quando ela o abandonou. Vai acontecer exatamente a mesma coisa. – Gritava ela ao telefone.
            - Acho que eu sou capaz de decidir isso Elena. Você é minha amiga, eu gosto muito de você, mas não permitirei que interfira em minha vida.
            - Ela não é mulher para você! Não o satisfaz!
            - Não poderia estar mais errada, Elena. Somente com Ana eu sou feliz. Só com ela. – Ele repetiu.
            - Ela o desrespeitou! Ana o obrigou a ter o filho que não desejava. E agora você volta pra ela como um cachorrinho! O que são essas fotos carregando esse menino imundo?
            - O menino tava brincando. É coisa de criança.
            - VOCÊ NUNCA QUIS ISSO! Vai me dizer que gosta agora de bancar o papai?
            - Não se meta nisso Elena. Já falei. Nunca quis ser pai, você está certa, mas o garoto é um menino inteligente e fácil de conviver. Não incomoda ninguém. Eu consigo conviver com ele. E se é disso que Anastásia precisa para voltar a ser minha mulher, é isso que eu vou dar à ela.
            - Mas...
            - Basta! - E ele desligou o telefone percebendo que havia falado demais.

            TRÊS SEMANAS DEPOIS
            Jantares, finais de semana em família, animais de estimação latindo e miando em volta dos três, noites quentes a dois e, para desespero de Grey, casas separadas. Ele vinha estreitando os laços com Teddy, mas Ana ainda não conseguia ver uma relação de pai e filho. Queria que Grey também soubesse educar, cuidar, chamar a atenção de Teddy quando ele fizesse suas travessuras. Só que ele ignorava o quesito responsabilidade. Mas, mesmo assim, essas semanas foram fantásticas.
            Somente uma coisa a estava preocupando. Estava sentindo coisas estranhas...bom...nem tão estranhas. Uma vez teve as mesmas sensações. Exatos nove meses antes de Theodore nascer. Seria possível? Tentou se enganar, pensar que o enjoo era um mal estar estomacal, que a tontura era cansaço, que o inchaço nos seis era TPM. Mas não era. E um exame de sangue confirmou. Estava grávida. Novamente grávida de Christian Grey.

E não conseguia se sentir feliz. Sentia que estava mais uma vez jogando fora sua oportunidade de ser feliz. E, pior, de dar a Teddy o pai que tanto sonhou.

- Mas ele melhorou tanto, Ana, está mais próximo de Teddy. – Ana chorava no colo de Kate. Nessa hora só sua melhor amiga para ajudar. – Não será como da outra vez. Ele vai aceitar o bebê.
- Nós nem somos casados agora!
- Bobagem! Tudo que o Grey mais quer é que você volte a ser esposa dele.
- Não! Ele me quer, aceita Teddy, mas nunca falou em ter outro bebê. Ele vai surtar novamente Kate.
- Ana, você nunca me contou o que o Grey fez para você sair de casa naquele dia. O que houve de tão grave? De que você tem tanto medo?

Não quis ou não pode dizer.

- Deixa pra lá Kate.
- Anastásia Steele! Trate de ir conversar com Grey. Diga que está grávida e ponha um fim nesse choro agora.
- Não Kate, eu não posso. Eu não vou contar ainda. Eu não quero perder ele ainda. Não quero tirar Grey de Teddy.
- Vocês não vão perdê-lo. – Kate insistiu.
- Vamos, eu sei que vamos. Estava tudo tão bom. E eu joguei fora essa felicidade.

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