terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 4: A resposta definitiva




- Ana...venha eu te quero aqui na cama comigo...Anastásia eu não gosto quando você está longe, não, a cama fica fria sem você! Venha Ana!
- Calma Christian...o bebê está chorando.
- Ana..eu preciso de você aqui.
- Agora não Christian! O bebê precisa de mim! Você tem de aprender a dividir!
- ANA NÃOOO!!!!!!

O suor escorria pelo rosto e costas de Christian. O sonho parecia tão real...ao fundo chegava a ouvir o choro forte de criança, o bebê que mantinha Ana longe dele. Ele ia roubá-la, por um motivo ou outro, essa criança iria lhe tomar Anastásia.

Perdido em meio a telefonemas de negócios o domingo de Grey pareceu longo, solitário e doloroso. A Sr. Jones tinha folga nos finais de semana e, excluindo um segurança que estava de serviço, ele estava só. Incontáveis vezes conferiu seu e-mail na esperança de Ana ter mudado de opinião e enviado sua localização para ele ir encontrá-la. Mas nada, nenhum contato de sua esposa chegou.

Anastásia não tinha tempo para se preocupar com os medos de Christian, passou no dia todo na cama do hotel praticamente sem se alimentar. Precisava decidir o que fazer.

- Não! Está decidido. Sou novamente Anastásia Steel. Agora mãe solteira.

No final da tarde o interfone tocou.

            - Sra. Steel, dois amigos seus estão na recepção. Kate e José. Podem subir?
            - Sim, claro. – Ana disse já arrependida de ter dado seu endereço.

            Com um short rasgado, camiseta e o rosto marcado pelas lágrimas ela abriu a porta para encontrar Kate belíssima e José com um sorriso constrangido. Sua amiga balançava uma chave no ar.

            - Mas você disse que um casal estava lá.
            - Estão. Até amanha ao meio dia. Eu os convidei a se retirar.
            - Kate! Não pode expulsar as pessoas assim! – Só Kate mesmo.
            - Não posso? Me processem! Ora Ana! A casa é minha e eu digo quem vive lá. E se minha amiga precisa de um lar, pode apostar que é ela que vai viver lá. – Ana lhe deu um forte abraço. – Não se preocupe com eles. Coloquei os dois num outro apartamento do papai e lhes abonei um mês de aluguel. Ficaram bem satisfeitos.
            - E o seu pai concordou?
            - Ele não costuma me negar nada e, quando soube que era para você, perguntou por que eu ainda não tinha ligado para a imobiliária.
            - Ou Kate! MUITO obrigada! Eu não ia mesmo  poder me manter num hotel por muito tempo.
            - Eieieieie. – José se manifestou. – Você não está esquecendo de nada?! Ana você é a mulher, ou a ex-mulher, de um dos caras mais ricos do país. Você pode morar no hotel em que quiser e simplesmente mandar a conta para o Grey!
            - Até parece que você não conhece a Ana, José Rodrigues. A Ana faz o tipo ex-mulher independente.
            - As independentes e com um filho na barriga também recebem pensão! – Ele respondeu.

            Dessa Ana não deixaria Kate se safar.
           
            - Você comprou um megafone e saiu contando Katerine?! Poxa! Eu te contei em confiança!
            - Somos um trio de amigos Ana, não pude esconder informações de José! Agora vamos sair para comer fora? Vamos assistir a um DVD? Vamos arrumar suas coisas? Bom, mas você não deve ter desfeito as malas, certo?
            - Eu só trouxe uma mochila cheia de calças jeans e blusinhas leves, Kate. Não tem o que arrumar. Nem sei com que roupa vou trabalhar.
            - Como assim? Não pegou suas roupas de grife! Jesus! Mas não se preocupe eu vou lá e pego tudo pra você depois.
            - Não, eu não quero nada!

            Não querer roupas. Isso era uma coisa difícil de fazer Kate entender. Passaram o final da tarde de domingo juntos e no início da noite Kate lhe trouxe uma roupa social para ir trabalhar na manhã seguinte. A segunda-feira prometia emoções.

            Eram 8hs quando Anastásia chegou no escritório. Tudo normal, a não ser pela excessiva organização e o fato das faxineiras e a recepcionistas seguirem limpando o que já estava limpo. Era dia de inspeção sanitária? Passo rapidamente por minha nova secretária.

            - Bom dia! Depois vemos a agenda Niki.
            - Sra. Grey é que...
            - Ana, Nike, somente Ana. Depois conversamos.

  Mas assim que entrei percebi do que ela desejava me alertar.




          
Sentado na minha cadeira, sem o paletó e com uma camisa azul clara aberta ele não parecia o dono do mundo, mas estava lindo como sempre.

            - Vejo que meu dia começa bem.
            - Bom dia para você também Anastásia. Quer sua cadeira?
            - Não, fique à vontade, afinal, você é o dono de tudo isso, certo? Imagino que veio conversar sobre os resultados da editora, mas você está na sala errada, Sr. Grey. A do editor chefe, meu chefe, fica no final do corredor.
            - Estou pouco me lixando para os resultados da editora, quero saber são dos números do meu casamento. E minha mulher passar 48hs fora de casa após apenas 6 meses de casamento e não responder a dúzias de ligações não são números que me agradam.
            - Nesse caso, Sr. Grey não há o que conversar. – Não desista Ana. Você está indo bem. – Nosso casamento acabou.
            - Não Anastásia! Não acabou.
            - Eu digo que acabou Grey. Você teve a chance de oferecer apoio quando eu precisava e disse não. Teve a coragem de me bater quando eu precisava de carinho e atenção.

            Sem pensar Christian ficou de pé e encostou Anastásia na parede. As mãos na cintura, uma das pernas entre as dela, boca com boca, línguas enroscadas, um sentindo o sabor do outro.
           
            - Não Grey. Não sou mais a sua mulher.
            - Você é, sempre será. Isso nunca vai mudar. Nenhum homem vai te fazer sentir isso Ana. Só eu. Só eu.

            Ele continuava os toques, o carinho até que...até que suas mãos apertaram a bunda de Ana. Ela soltou um gemido e se desvencilhou dele. Ainda estava dolorida das cintadas e gostou que essa ‘lembrança’ lhe dissesse o que devia fazer.

            - Me solta e nunca, ouviu bem Grey? Nunca mais me toque assim!
            - Você está com dor ainda? – Havia arrependimento em seu olhar. – Não tomou nenhum remédio? Deixe-me ver se sua pele está muito marcada. – Ele tentou virá-la de costas e erguer-lhe a saia, mas Ana não permitiu.
            - Você não vai ver nada e eu não tomei remédio. Sabe por que Grey? A intenção é que doa mesmo! Doa bastante e eu lembre o quanto você pode me machucar.
            - Ana, eu sei que eu...eu errei, eu me excedi, mas droga! Eu estava tão irritado, com tanta raiva que eu não consegui me segurar. E você não usou a palavra de segurança e...
            - Não! Não ouse Christian Grey! Eu não vou deixar você colocar essa culpa em mim. Eu não precisava gritar palavra de segurança nenhuma. VOCÊ tinha que saber que aquilo se chama agressão! Quando nos conhecemos Christian, você me disse que isso era um jogo de submissão, mas que tudo era consensual. Eu nunca consenti ser surrada com uma cinta.
            - Perdão Ana, eu imploro. Volta pra casa. – Christian estava de joelhos a sua frente e essa era a pior sensação do mundo.

            Querer perdoar, esquecer o que se passou e fingir que tudo voltaria ao normal, mas saber que isso é fantasia. Não podia mais sonhar assim, tinha um filho para criar.

            - Levanta daí Christian. Nossos problemas não vão se resolver assim. – Ele continuou onde estava apenas olhando-a com seus cinzentos olhos tristes. – E se eu te perdoar? Tudo fica bem? Você está esquecendo ou ignorando a razão disso tudo Grey? Seu filho, como fica?

            Christian se levanta rapidamente.

            - Eu não posso Ana, queria poder, mas não dá. Eu não serei pai, não agora.
            - E o que você me sugere, Grey? – Ana o encarava.
            - Ana, você sabe o quanto eu te amo, eu te daria o mundo, mas...
            - Vá direto ao ponto Grey. Diga qual é a sua sugestão. – Ana esperava a facada final de desapontamento com seu marido.
            - Eu não estou dizendo que você nunca será mãe de um filho meu. Talvez seja uma questão de momento, de tempo. Apenas agora não é o momento certo. Eu só estou te pedindo para esperar.
            - QUE PERFEITO! – Anastásia gritou. – Só falta eu encontrar uma forma de pedir para o meu filho só nascer daqui a alguns anos! Ora vá pro inferno Grey! Eu vou ter meu filho e você, se não pode aceitar isso, que se dane! Eu escolho cuidar desse bebê inocente, sangue do seu sangue, mas que você está ignorando. É isso que qualquer mãe descente faria. Acabou, definitivamente nossa relação acabou.
            - Não Ana...
            - Sim, sim, mil vezes sim! – Ana respira profundamente. – Por favor, facilite as coisas e peça para um dos seus maravilhosos advogados para entrar com o processo.
            - Eu não vou me separar!
            - Vai sim. Então, se não vai colaborar eu entro com o processo. Nem preciso dizer que não quero nenhuma vantagem nesse divórcio. Apenas quero ser livre para criar meu filho.
            - Ana, por favor...
            - Chega Grey, agora eu preciso trabalhar. Adeus.

            Ana abriu a porta do escritório e o grande Christian Grey saiu de cabeça baixa.

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