quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Por Um Filho - Cap 24: Renovação de votos


Casar duas vezes com a mesma mulher era a certeza de ter feito a escolha certa para toda a eternidade. Minha Bella se tornou mina mulher no mesmo momento em que pus meus olhos nela no clube de danças latinas onde nos conhecemos. Mesmo que ela tivesse dito não naquela noite, eu jamais teria desistido e conquistá-la teria se tornado o objetivo de minha via. Não foi necessário conquistá-la, ela disse sim facilmente. Então concentrei minhas forças em reconquistá-la em cada dia de nossa união.
            Sabia de meus erros, em especial o que nos deixou afastados por meses e a colocou em risco junto com nossa princesinha. O que nos mantinha juntos e apaixonados era que mesmo com todos esses erros, ambos continuamos entendendo um ao outro. Nos amávamos e nos tratávamos como a verdadeira família que agora, com a chegada de Amanda, nós realmente somos.
            Aqui estava eu, exatos 60 dias após eu convidar Charlie para entregar a filha em meus braços, estou desesperado aguardando no altar e tentando sorrir para os convidados. Realmente era a primeira vez que casávamos com toda esta organização e protocolo, nossa primeira união fora muito simples. Agora seria completo. Mas precisava demorar tanto? Avistei minha mãe.

            - O que há? Ela está atrasada.
            - Logo ela estará aqui. Foi difícil arrumá-la, Amanda não aceitava sair de seu colo.
            - Ela podia ter ficado aqui comigo.
            - Não, não podia. Nos ampliamos a tradição dos casamentos. O noivo foi proibido de ver o vestido da noiva e da filha.
           
            Eu não poderia ter uma mãe melhor. Ela largou tudo pela minha felicidade e de Alice, abdicando inclusive de uma vida afetiva. Se bem que agora isso parecia estar mudando. Ela e meu tio estavam mais próximos do que nunca e isso é bom, eles sempre se deram bem, sempre se complementaram, mas nunca se permitiram viver juntos, provavelmente em respeito ao meu pai. Não que eu e muito menos Alice fossemos nos importar com isso. Eu tinha uma relação muito mais duradoura com Carlisle e Alice sequer se lembrava de papai.
            Eu não podia dizer que o amava, mas também não guardava rancor. Esme soube me fazer entender que ele era um bom homem, apenas nunca esteve pronto para a paternidade. Começaram a namorar muito jovens e quando eu fui gerado foram morar juntos. Ele realmente tentou criar uma família, se estabilizar, criar raízes, mas aquela realidade simplesmente não o tornava feliz. Então as brigas começaram e eles foram se afastando cada vez mais. Eu com quatro anos era muito apegado a ele e senti muito seu desaparecimento. Anos depois, com idade e maturidade para conhecer a história verdadeira, fiquei sabendo que ao saber que mais um filho estava a caminho, Antony surtou. Percebeu que cada vez mais estava ficando amarrado aquela vida simples e preso em uma mesma cidade. Então, foi embora sem deixar sequer um bilhete e jamais entrou em contato para saber o que houve conosco.
            Como teria sido minha vida se ele tivesse continuado ali? Não sei. Só sei que teria sido mais difícil, afinal minha mãe só procurou por Carlisle para pedir ajuda quando percebeu que não conseguiria sustentar a nós três sem ajuda. Inicialmente ela queria que ele a ajudasse a localizar meu pai. Mas Carlisle, um jovem inteligente e com uma empresa em pleno desenvolvimento, não tinha relação o com o irmão a muito tempo. Ele era um homem só, não podia ter filhos e queria muito uma família. Acabou convidando Esme a criar seus filhos em sua casa e ela, por gostar do homem e também por falta de opção, aceitou a oferta. Mamãe sempre disse que ele salvou nossas vidas.
            Depois de criados, Alice e eu passamos a ver em Carlisle um verdadeiro pai para se orgulhar de nossas vitórias. Nunca fossos procurar por Antony, algo que provavelmente jamais faremos. Agora ele se sentia ainda mais realizado e a cada sorriso de Amanda dizia: “Vem com o vovô”.  Era isso que ele era, por total merecimento. Ele era o maior exemplo que eu poderia seguir se quisesse que Amanda se orgulhasse do pai.
            E nesse momento ele estava ali sendo atencioso com os convidados enquanto eu me desesperava pelo atraso de Bella. Meu Deus, o que houve? Isso não era normal.

            - Calma meu filho. Ela já vem.
            - Só vou me acalmar depois pai.

            Foi então que a marcha nupcial começou a tocar e eu me virei para encontrá-la. Um verdadeiro anjo caminhando em minha direção, guiada pelo pai, como eu sempre quis. O vestido era feito em um tecido brilhante, com decote em V e mangas longas e rendadas nos punhos. Lindo! Caminhava um pouco lentamente demais para o meu gosto, mas logo chegou. Charlie me deu um frio aperto de mão, era pouco, mas já um avanço se comparado a como nos tratávamos há poucos meses. Fizemos os votos de forma simples e verdadeira:

            - Eu, Edward Cullen aceito Isabella Swan como minha esposa para honrá-la e amá-la, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, por todos os dias de nossa existência.
            - Eu, Isabella Swan aceito Edward Cullen como meu marido para honrá-lo e amá-lo, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, por todos os dias de nossa existência.

            Depois disso o padre pediu pelas alianças e eu, muito confiante, coloquei a mão no bolso onde elas estavam e...o encontrei vazio. Droga! O que está acontecendo? Elas estavam aqui. De repente ergui os olhos pronto para pedir um milhão de desculpas para Bella por estragar seu casamento, só parei quando vi um lindo sorriso em seus lábios e vi todos os convidados se virarem em direção a porta.
            Minha mãe caminhava lentamente com Amanda nos braços. Linda, em uma réplica em miniatura no vestido da mãe. Minha anjinha sorria e quando chegou perto deu os braços parra eu lhe dar colo. Eu fui para pegá-la, mas minha mãe não permitiu.
            - Agora não Amanda. O papai tem que casar com a mamãe. Filho, olhe o pulso dela.
            Eu fui olhar a delicada pulseira feita com uma fita de cetim ainda sem entender bem. Aí vi o par de alianças atado.
  
            Eu as peguei, dei um beijo em minha menina e podemos seguir com a cerimônia. Terminamos a cerimônia e fomos para a recepção. Então eu pude fazer o discurso que sempre quis. Levei Amanda comigo para o palco.

            - Conheci minha Bella há mais de 8 anos e ela tornou minha vida plena, perfeita. Tão perfeita que jamais vi possibilidade dela ficar ainda mais perfeita. Então, quando ela teve desperto o instinto maternal, não soube valorizar. Cheguei muito perto de jogar fora o amor, a minha família, a minha vida. Por isso eu devo a Bella muito mais do que todos aqui podem perceber. Foi ela quem me ensinou a realmente amar, a aceitar os sonhos dos outros. Foi ela que me conquistou, foi ela que lutou por Amanda e a trouxe ao mundo para encher nossa vida de alegria. Hoje me pergunto o que seria de nós, se não fosse por Amanda em casa. O natal que se aproxima será o mais especial de todos porque agora temos uma criança no lar, as férias serão planejadas pensando em Amanda, nossa vida gira entorno dela. Simplesmente porque é com a felicidade dela que ganhamos a nossa. Muito obrigado Isabella, por me perdoar, por me amar e por me dar essa linda família.
Depois do coquetel deixamos Amanda com os avós e, mesmo com dor no coração, fomos para nossa segunda noite de núpcias. Alí nossa vida recomeçaria, desta vez sem traumas ou mentiras.

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