quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Por Um Filho - Cap 21: Coração dividido em dois

            Dois dias se passaram e o quadro de minha Bella, apesar de estabilizado, não melhorava. Ela seguia exatamente na mesma situação e eu estava a cada minuto mais desesperado. Passei todas as horas possíveis no hospital só indo para casa quando Alice me obrigou a tomar banho.
            - Sua filha vai achar que você é um porquinho.      
            Amanda era a perfeição e por isso mesmo eu não me conformar por Bella não estar podendo ver os primeiros dias de nossa filha. E também era tão injusto Amanda estar ganhando mamadeira quando sua mãe tinha os seios cheios de leite. Mas como havia alternativa eu ia dividindo minhas atenções entre as rápidas visitas, agora permitidas, a Bella e momentos de fazer companhia a Amanda. Parecia estranho, mas ela já reconhecia minha voz e me queria por perto. Isso era um alento, mesmo depois de todas as bobagens que fiz, minha filha aceitava o papai de coração aberto. Ela já tinha meu coração em suas mãos e eu ficava no berçário, conversava com ela, dava mamadeira...
            Só que eu tinha um problema, Amanda estava liberada para ir para casa, mas isso seria complicado. Não poderia trazer minha pequena todos os dias ao hospital, nem abandonar minha Bella naquela UTI. Meu coração estava divido, já tinha até tentado convencer a diretoria do hospital a permitir manter tudo assim, mas eles disseram não ser possível por não terem como prever quando ou se Bella sairia daquela situação.
            Eu teria que me dividir entre ficar no hospital e cuidar de Amanda, em casa e, nas horas em que estivesse aqui, ela seria cuidada por Alice ou Esme que já estava a caminho. Nem precisaria de babá, mas não seria fácil. Era melhor aproveitar todos os momentos para ficar pertinho de Amanda então fui ao berçário mais uma vez.

Infelizmente tive outra surpresa e nada agradável.

            Junto ao vidro estavam Renee e Charlie, com uma desconhecida. Não sabia o motivo, mas algo deixava o ar pesado, meus sogros não vieram visitar. Minha preocupação aumentou quando li o crachá que a mulher usava. Assistente Social!
            - Bom dia, o senhor é Edward Cullen?
            - Sim.
            - Eu sou Carmen, assistente social.
            - Muito prazer. Posso saber o que veio fazer aqui?
            - Sim. O senhor e a senhora Swan entraram com pedido de guarda provisória quanto a sua neta, filha de Isabela Swan.
            - A senhora está enganada. Eles devem ter, absurdamente, diga-se de passagem, solicitado a guarda de Amanda Swan Cullen, minha filha com Isabella Cullen. Minha esposa que ficou correndo atrás deles por meses, sem receber nenhuma atenção e agora está na UTI deste hospital.
            - Vamos nos acalmar, senhor Cullen.
            - Não estou nervoso.
            - Ótimo. O senhor Swan deu queixa por agressão contra você.
            - É só olhar para meu rosto e confirmar que esse descontrolado não tem condições de criar uma criança.
            - Seu desgraçado! Não vai tirar minha filha.
            - Por favor, senhores, estamos em um hospital. Contenham-se. Edward, você já registrou sua filha?
            - Sim. – E eu agradeci a Jasper por ter insistido nesse detalhe. – Ela está devidamente registrada, com pai e mãe vivos. Portanto não há necessidade dos avós terem guarda alguma.
            - Você não a quer Edward, nunca a quis. – Renee falou pela primeira vez.
            - Como você não quis sua filha?
            - Eu amo minha filha! – Apesar de tudo, nela eu acreditava.
            - E eu amo a minha.

            Minha filha parecia muito sensível as emoções de todos. Mesmo de dentro do berçário ela percebeu o que se passava e começou a chorar desesperadamente. Eu estava angustiado pela, mesmo que minúscula, possibilidade de perder Amanda. Como viveria sem ela? O que diria quando Bella acordar?

            - Bom...Carmen, acho que o mal entendido foi esclarecido. Minha filha fica comigo.
            - O avô paterno entrou com pedido de custódia enquanto a mãe não poder tomar conta dela e cabe a o juiz decidir o que é melhor para a menina. Charlie alega que você colocou Bella para fora de casa, mesmo sabendo que ela esperava um filho seu.
            - Ele não agiu diferente. – Não que isso desculpasse minha atitude.
            - Bom, se o senhor alega desejar ficar com a menina, o avô terá que aguardar o juiz. Hoje eu vim aqui apenas para ver se ela estava sendo bem atendida e para o caso do senhor preferir entregá-la sem processo.
            - Nunca.
            - Ok. Tenha um bom dia, senhor Cullen.

            Agora eu mais do que nunca queria tirar Amanda daquele hospital, parecia que a todo momento viriam avisar que minha menina tinha sido roubada. Deus...como um dia pude imaginar viver sem ela? Estávamos no apartamento e Amanda estava conhecendo seu quarto. Ela parecia sentir falta da mamãe, mas era muito calminha e comportada.

            - Claro que sente falta né? Estava toda feliz e aquecida na barriga da mamãe. Mas o papai está aqui e vai cuidar de você enquanto a mamãe não pode.

            E eu cuidei. Dei banho, o primeiro foi uma experiência interessante.




            E eu filmei tudo para Bella não perder nada. E depois também filmei Alice trocando a fralda, Esme dando mamadeira e Jasper tremendo de tão nervoso ao pegá-la no colo. Todos ficaram muito preocupados com o processo que Charlie colou em mim. Eu não tinha medo de ser preso ou perder Amanda. Bella não tinha contato com os pais há muito tempo e eu conseguiria provar isso facilmente. Martha poderia servir de testemunha como eu, por mais idiota que fui, estava agora cuidando bem de Amanda e sendo um bom pai. Tive de pedir ajuda à Jacob também. Ele visitava muito Bella e eu pedi que, se fosse necessário, servisse de testemunha quanto ao meu cuidado com Amanda. Ele topou, disse que era isso que Bella desejava. Não me tomariam minha filha. E eu também tinha fé que em breve Bella acordaria e o pedido de guarda seria sem sentido.
            Bom, agora eu iria ao hospital fazer companhia a minha Bella e Alice ficaria com Amanda.
            - Comporte-se filha e não deixe sua tia ter ataques consumistas.
            - Bobo. – Alice ainda agia feito criança.
            - É sério Alice, ela só tem três dias. Não pode ir com ela para nenhum shopping.
            - E depois de uma semana. – Eu a encarei. – Ok.

            Fui sorrindo encontrar minha Bella.




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