terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amor Sem Limites - Capítulo 5: Desistir jamais


POV EDWARD

            Essa baixinha linda e de cabelos cor de mogno era uma das meninas mais fantásticas que eu já tinha visto. Bella Swan...não poderia haver  nome mais apropriado. E não eram apenas seus olhos cor de chocolate, a pele delicada, a cintura fina ou o cabelo sedoso. Não. Ela também tinha um brilho especial além de uma maturidade fantástica...nunca vi uma garota assim. Só precisei de alguns minutos para observá-la e ter essa certeza.

Depois de observá-la de longe resolvi me aproximar para puxar papo.

- Você é a garota de Phoenix? – Falei tentando fazer charme ao passar as mãos pelos cabelos. As garotas gostavam do meu cabelo.
- Sim, Isabella Swan, muito prazer. – Como podia a voz ser também tão perfeita?
- Veio com seu pai e sua mãe? – Eu tinha de conseguir mais informações.
- Eeee, não exatamente. – Ela parecia nervosa e não entendi a razão. – Com meu pai e meus irmãos.
- Seu pai faz o que? – Na verdade eu já sabia, mas queria fazê-la falar mais.
- Ele é advogado. Charlie Swan.
- Legal. O meu pai é médico. – Chegou a hora do convite. Coragem Edward! - Aaaa...a gente pode sair uma hora.
- Talvez. – Que droga! Isso não é um sim. Mas é melhor que um não.

Não desisti. Fui logo lhe enviando uma flor e um convite para ir ao cinema. O filme pouco me importava. O importante era poder ver minha Bella e convencê-la a passar algum tempo ao meu lado. Será que no escurinho do cinema eu consigo lhe roubar um beijo?

No outro dia, antes de eu poder me aproximar, vi a fofoqueira da Jéssica ir falar com ela. O que aquela linguaruda vai inventar? Ela adora fazer uma intriga...pura inveja. Sempre deu em cima de mim e de Emmett, não conseguiu nada e sai inventado histórias sobre nós. Tenho certeza que está contando que somos todos adotados, cada um de uma família e com uma história mais trágica que a outra. Mas não importa. Sei que minha Bella não é uma mulher preconceituosa e não irá ligar para isso.

Hoje temos aula de biologia e Bella é minha parceira novamente. Não perco a oportunidade.

- Que horas posso te pegar na sexta? – Fui direto
- Eu não lembro de ter aceito seu convite. – No fundo eu via sua voz tremer de expectativa. Ela estava nervosa. Isso era bom.
- Também não disse que não. – Lhe dei meu melhor sorriso torto. – Vamos Bella, um cinema...só isso, por favor.
- Às 7hs.
UHUHUUUUUUUUUUUUU


            De uma coisa eu não tinha dúvidas, Bella escondia algo e achava que eu não ia gostar. Ela gostava de mim pelo menos um pouquinho, mas não queria me dar uma chance de ficar com ela. Mas por qual razão? Será que a Jéssica inventou alguma história? Será que ela não me quer por saber que não tenho uma família de verdade? Não... não é isso. Sei que ela não me julgaria assim.
            Cheguei em sua casa nervoso e fui logo tocando a campainha pensando que seria ela a aparecer e me brindar com um sorriso. Mas não...foi Charlie, nada sorridente, a me receber. Ele parecia meio desconfiado, como medo de um não tratasse Bella bem. Era compreensível. Por fim ela apareceu e nós fomos rumo ao cinema.

Puxei assunto

            - Bella...e a sua mãe? Eu não a conheci.
            - Ela não está conosco Edward. Eu tenho de te contar uma coisa...Charlie não é meu pai e dos garotos...não de sangue ao menos. Ele nos adotou quando tivemos alguns problemas em casa.
            - Alguns problemas? – Que tipo de problemas poderia ser?
            - Sim...Edward, desculpe, mas não quero falar disso. – Ela para por um instante. – Se você quiser desistir e me levar de volta pra casa eu vou entender.

??? Nessa hora fiquei boiando na história. ??? Por qual razão eu iria desistir dela?

            - Desistir de sair com você por ser adotada? Acho que não Bella. Aliás devo lhe dizer que eu e meus irmãos também não somos filhos de sangue de Carlisle e Esme. Cada um de nós tem pais deferentes.
            - Eu já sabia...ouvi comentários. – Isso eu já imaginava.
            - Sim, as pessoas adoram comentar sobre isso. Mas então, se sabe que sou adotado também, porque achou que ia te desprezar por isso?
            - Mas vocês cresceram com Esme e Carlisle. Eu não. Eu e meus irmãos fomos adotados apenas há três anos.
            - Só isso? Seus pais morreram em algum acidente, é isso? – Coitadinha. Não queria sentir pena por Bella, mas era impossível.
            - Não...Edward vamos mudar de assunto?
            - Se você prefere assim.

            Deixei passar para não gerar uma briga, mas esse segredo não me saía da cabeça. Bella não estava confiando em mim o suficiente. O que poderia ser capaz de me assustar. Os passados de Emmett, Jasper, Alice, Rose e meu são tenebrosos, um pior que outro. Nada pode ser pior que isso ou maior que a bondade de meus pais em nos tirar dessas situações. Nós somos vencedores assim como Bella e seus irmãos.

            Um dia ela irá me contar.

            Tomei coragem e lasquei um beijo na Bella...sua boca era doce, delicada e parecia tão inexperiente. Acho que minha Bella não sabe beijar. Bommm...se ela se deixou ser beijada, era porque queria ser cortejada então eu posso ser seu namora, acho. Tinha de arriscar.

- Amanhã cedo te pego pra levar pra aula. Pode ser?
            - Não precisa. Meu pai pode me levar.
            - Eu posso também. O NAMORADO pode fazer isso, né?
            - O que disse?
            - Você quer ser a minha namorada Bella?
            - Aaaa eu...sabe o que é Edward...é que...
            - Ei, tudo bem Bella. Se não quer ok, eu posso entender.
            - Não! Não é que eu não goste. É que...é complicado. Tem coisas que você não sabe.

            Seu nervosismo era imenso e estava me deixando com medo.

            - Então me conta.
            - Tá bom. A gente se fala na escola.
            - Eu te pego pra te dar carona.
            - Eu falei que...
            - Uma carona de amigo. – Insisti. - Isso eu posso né?

            Cheguei bravo e decepcionado em casa.

            - Edward? Tudo bem meu filho? – Esme, minha mãe em quase todos os sentidos, me abraçou. Como foi com a moça?
            - Bem.
            - Então porque essa carinha triste?

            Esme me conhecia tão bem. Era uma mãe maravilhosa desde o dia que me trouxe para cá. Ela já tinha adotado o Emmett quando ele ainda era bebê. Eu já tinha cinco anos quando vim. Minha mãe havia morrido no hospital onde ela e Carlisle trabalhavam e eu também estava lá me recuperando de uma doença. Era um surto na cidade. Recuperei-me e iria para algum abrigo. Eles não deixaram. Depois Alice e Jasper entraram para a família. O coração de Esme e de Carlisle é gigantesco e parecia sempre ter espaço para mais um filho.

            - Não é nada mãe. – Falei, mas com um olhar ela me desarmou. – A Bella não quer ser minha namorada. Acho que ela não confia em mim.
            - Vocês se conhecem a pouco tempo Ed, é natural. Dê tempo à Bella.
            - Vou conversar com ela mãe. Eu gosto da Bella de verdade.
            - Ouuuu meu menino apaixonado. Que lindo!!!

            Fui dormir mais tranquilo depois de conversar com mamãe.
            Impossível não sonhar com ela a noite. Tão linda, meu anjo embalou meu sono. Na manhã seguinte, no entanto, descobri que a noite dela não foi tão boa. Bella tinha olheiras nos olhos. Na ida não falamos nada. Tudo ficou para a hora do almoço. E ela não aparentava estar melhor.

- Pálida desse jeito, imagino que não deseja comer. – Queria que ela falasse para poder sorrir e dizer que não importava, que nossa vida era daqui para frente, não o passado.
- Não, Edward. Quero conversar.
- Fale desde o início Bella. Encare isso como um desabafo.
- Ok. Edward...eu só conheço Charlie há uns dois anos. Pouco mais do que isso na verdade. Antes eu morava com minha mãe, meus irmãos e meu padrasto mais recente.
- Teve muitos padrastos?
- Sim...alguns.
- E onde eles estão agora?
- Eles fugiram. – Então o problema era a mãe. – Não vai me perguntar o por quê?
- Por quê? – Ele disse.

Era a hora da verdade.

- Meu padrasto me violentou quando eu 12, quase 13 anos. Charlie entrou nas nossas vidas feito um anjo e nos ofereceu ajuda. Quando ameaçou ir na polícia mamãe fugiu.
- Fugiu com ele?
- Sim. – Desgraçados!
- Ei Bella, não fica assim. Não é você que tem de se envergonhar. Eu e meus irmãos também não viemos de lares felizes. E, se quer saber, na nossa família temos uma história bem parecida com a sua. Só não te conto porque acho que não sou eu a ter esse direito. Mas um dia você ficará sabendo. Um dia eu te conto a minha história...os meus fantasmas. Mas independente disso...você tem de esquecer. É PASSADO.
- Não Edward, não é. E eu não posso esquecer. Eu sou mãe Edward. Eu tive um filho do meu padrasto e ele me foi tomado ainda no hospital. Eu vim pra essa cidade pra encontrar meu menino. O MEU filho. Por ele eu nunca vou poder deixar essa história no passado.
- Mas você tem... – Ela era mãe! Deus!!!! Bella era apenas uma menina, mas já era mãe.
- Tenho 16 anos. Dei a luz aos 13 e preciso encontrar um garotinho de 3 anos que está nos braços errados em algum lugar dessa semana. Eu não sou uma menina normal Ed, sou um KIT. Se quiser ser meu namorado, terá de aceitar o meu filho.
Fiquei em silêncio, em choque completo. Como assim aceitar um filho? E não era um bebê lindo e sorridente que ela me estendia. Não! Era uma criança sequestrada e criada sei lá onde. Talvez nunca venhamos a encontra-la ou ainda, se ela voltar para a mãe, não esteja bem. Queria abraçar Bella, dizer que estava muito bem, mas simplesmente não podia. Saí correndo antes de dizer alguma bobagem e magoar a garota que amo.

            Fiz uma coisa que raramente ocorre. Matei aula. Fui para a floresta de Forks ficar sozinho e pensar na vida. Meu coração estava quebrado. Tenho dezessete anos, nem terminei o ensino médio. Como posso ser pai de um menino de 3 anos, fruto de um estupro? Mas como posso abandonar a garota que amo?

            Cheguei em casa chorando. Só minha mãe estava. Fui para seus braços chorar e contar o que se passou. Depois de duas horas de conversa minha mãe decretou sua conclusão.

- Edward, quando eu te vi naquele hospital há tantos anos, eu não sabia o que fazer. Minha vida já era corrida e complicada o bastante com Emmett. Fui conversar com Carliesle. Seu pai me disse para seguir meu coração porque somente com muito amor é que se vence obstáculos grandes como o de adotar um filho.
- Você me quis. – Eu lhe disse.
- Não pude deixar para traz meu menino de cabelos cor de bronze. Assim como não pude abandonar Emmett, Rose, Jasper ou Alice. Meu coração decidiu que queria vocês. Siga o que o seu coração deseja Edward.

40 minutos depois eu apertava a campainha de Bella.



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