domingo, 14 de outubro de 2012

Por Um Filho - Capítulo 14: Convivência forçada

Nota da autora: fiquem com um dos capítulos mais belos da fic. A escolha do nome da bebê é um momento cheio de significado para esse casal.





POV Edward

            Bella parecia sofrer de uma eterna inquietude. Fazia apenas dois dias que havia voltado para casa e não mantinha o repouso recomendado pela médica. No dia da chegada, após a surpresa da reforma no apartamento, ela ficou no quarto e descansou, mas no dia seguinte o inferno começou. Ela não aceitava sequer que ele a ajudasse ficando ali durante a noite, mesmo ele se oferecendo para dormir no sofá. Passava o dia todo caminhando pelo apartamento e reclamando de não poder ir trabalhar ou estar preparando o enxoval da bebê. Não se lembrava de ter visto Bella tão ansiosa antes.
- Bella, amor, quer fazer o favor de obedecer sua médica.
- Chega Edward! Não aguento mais olhar para as paredes daquele quarto.
- Você pode ficar no cômodo que quiser, só não pode é passar o dia todo em pé caminhando de um lado para o outro. Estou falando sério Bella.
- Eu estou bem. – Ela insistia em dizer!
- Não! – Paciência tinha limite. – Para de repetir isso, quando sabe que não é verdade. Você tem de ficar deitada, a menos que queira voltar para o hospital. Assim, nem parece que quer essa criança.
- É isso né? Voltou o ‘essa criança’! Quando fica nervoso você mostra o que realmente sente.
- Você é muito contraditória isso sim! Bate no peito posando mulher honrada e mãe devotada, mas arrisca a vida do seu filho subindo numa escada. Quando acorda no hospital chora pela saúde do bebê, mas assim que volta para casa o coloca em risco. Eu não sei como pode me acusar de qualquer coisa.
            Assim que terminei de falar já estava arrependido das palavras. Não que Bella não as merecesse, mas eu poderia tê-las dito de uma forma mais doce. Droga! Idiota! Imbecil! Grosso! Sabe que ela não pode ficar nervosa e grita com ela. Para meu desespero completo, Bella não respondeu com uma só palavra. Apenas seus lindos olhos cor de chocolate se encheram de lágrimas e ela deixou a sala correndo. Eu sabia que não adiantaria falar com ela naquele momento, o melhor era deixá-la descansar e só depois enfrentar sua raiva. Mas quem disse que o mais fácil era realmente o melhor. Quanto menos tempo sua mulher ficasse magoada com ele melhor. Foi até o quarto e entrou após uma leve batida, para sua surpresa ela não reclamou e isso foi um incentivo a atitudes mais audaciosas. Fui até a cama onde ela chorava abraçada ao travesseiro e a puxei para seus braços.

- Não quero. Estou brava com você. – Ela disse birrenta.
- E sei. – Ele riu da atitude. – Mas essa briga não serve para nada. Sabe que o que te peço é o melhor.
- Sei. – Ela se agarrou mais apertado ao meu peito. – Eu não quero que nada de mal aconteça com meu filho.
- Claro que não Bella. Eu exagerei no que disse, quero apenas que descanse um pouco mais. – Aspirei o doce perfume de seus cabelos e ia deixar o quarto quando ela voltou a falar.
- Edward?
- Sim...
- O que sente por meu filho?

Nesse momento eu simplesmente não sabia o que dizer para satisfazer a expectativa de Bella, e não mentir descaradamente. Mesmo não querendo mentir...não suportei a ideia de vê-la chorar novamente.
- É claro que eu o amo Bella. – Disse tentando falar firmemente. – Achei que já tivesse se convencido disso.
- Não dá pra entender você Edward.
- Por quê?
- Ainda agora eu falei MEU filho, como se não fosse seu, e você não corrigiu. Você diz se importar com ele, mas ao que parece, só pensa na minha saúde. É tudo muito estranho.
- Confie Bella, eu não vou voltar atrás na minha decisão de ficar com vocês. Apenas preciso de um tempo para acostumar a pensar nela como minha. Tenha paciência. – Tinha que aproveitar a oportunidade para falar de outro assunto. – E sobre nós, Bella? Estamos juntos novamente?
- Não Edward. – Ela foi mais direta do que seu coração aguentava.
- Podemos tentar novamente Bella.
- Eu não vou tentar mais nada Edward. Sabe, há anos, quando nós começamos, eu arrisquei muito. E valeu a pena. Tudo!
- Então, arrisque novamente.
- Mas eu não tinha ninguém Edward. Se eu perdesse, somente eu arcaria com as consequências porque nem meus pais queriam saber se eu estava viva ou morta. Agora eu não posso arriscar, eu tenho ela. Não vou errar com ela Edward.
- Eu não posso ter outra chance?
- Você não sabe o que quer. Minha filha não precisa de um pai que a aceita por amar sua mãe. Não, ela não merece isso.
- Então, porque me deixou te abraçar, permite que eu fique aqui e assista seus exames?
- Estou dando a você a oportunidade de ver o quão maravilhosa ela é. E é por ela também. Assim pode ver o pai que tem, te conhecer, ouvir tua voz, teu sotaque inglês.
- Você tem que escolher um nome. Parar de chamá-la de ‘ela’ ou ‘a bebê’.
- E o papai não tem nenhuma sugestão?
- Eu...eu não sou muito bom nisso. – Mentira, claro que eu já tinha pensado nisso. – Mas eu gosto de Sophia, Érica, Elizabeth, Helena, Helen e Amanda.
- Sabe os significados? – Eu disse que não e ela se animou. – Pega o notebook então, vamos pesquisar juntos.
Eu peguei o logo depois estávamos no Google.
- Sophia é a sábia.
- Humm...será que isso é sério? – Era engraçado pensar em um bebê com o nome de sábia.
- Não sei, mas vamos ao próximo. Érica é a sempre poderosa. – Ela também começou a rir. Talvez achasse nossa pesquisa muito ridícula. – você podia ajudar minha filha. Dê sua opinião!
- Ela já chutou?
- Não. Mexe pouco, é muito comportada. – Ela afagou o ventre. – Procura agora por Elizabeth.
            - Consagrada a Deus.
            - Bonito. – Ela pareceu gostar desse também. – Já estou na dúvida. O próximo.
            - Helena é...diferente...significa ‘Tocha, luz e luminosidade”.
            - Não gostei. É muita luz para uma só pessoa. – Ao que parecia Bella gostou do nosso entretenimento da tarde, sorria lindamente. – Mais um!
            - Mais luz! Helen significa sol e luminosidade.
            - Negativo pra esse também.
            - E Amanda agora. – Eu pesquisei, li a resposta, mas demorei a dizer. Quando o fiz Bella percebeu a razão de minha indecisão. – “Digna de ser amada”.

            Depois desse sobressalto a tarde passou rápida e tranquila. Tinham combinado que ela iria se cuidar e ele evitaria ser tão exagerado. Mais três dias em casa e poderiam começar suas idas as compras para receber bem sua filha. Criança que ainda não tinha nome. Decidiram esperar para definir, afinal aquelas eram as sugestões dele e Bella pensaria em alguns nomes para procurarem juntos os significados. Seria divertido. Aos poucos eles formavam uma nova rotina. Ele chegava cedo, cuidava dela e depois ia embora se certificando de que tudo estava bem. Aí passava uma noite agoniado até vê-la na manhã seguinte, linda e sorridente, afagando a barriga.

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