terça-feira, 23 de outubro de 2012

Por Um Filho - Capítulo 15: Compras!








Depois de uma semana presa dentro do apartamento tudo o que Bella queria era sair, passear e preparar a chegada de sua filha. Ela continuava sem um nome definitivo, apesar de Sophia e Amanda terem agradado bastante. Agatha e Sarah também foram cogitados, mas não conseguiram decidir. Hoje a missão era escolher a decoração do quarto, com papel de parede e móveis. Depois era só montar, trabalho que Edward parecia considerava tão simples que julgava desnecessário solicitar ajuda.
            - Juntar alguns pedaços de madeira não pode ser muito difícil Bella.
            - Mas você, sozinho, terá dificuldades.
            - Se está pensando em convidar o Jacob, pode desistir. Não!
            - Eu estava pensando em contratar um montador. Até porque no dia que Jacob e meus amigos vierem será para visitar, e serão bem tratados.
            A compra aconteceu em dois dias por Edward seguir estritamente as recomendações médicas. Ela não deveria ficar mais do que uma hora em pé. Qualquer passeio deveria ter momentos de descanso e precisavam evitar que chegasse a exaustão.  Daí um simples passeio no shopping se estendeu pela tarde toda só para decidirem os papéis de parede. Ela queria escolher também os móveis, mas ele não deixou.
            - Amanhã. Tudo ainda estará aqui amanhã.
            A escolha foi difícil. Havia tanta coisa para ser vista e escolhida. Graças a Alice, sua filha já tinha muita roupa. Provavelmente mais do que todas as outras crianças do prédio juntas. Então, além da tradicional cômoda, era necessário comprar um armário. Tudo branco para combinar com as diferentes estampas do papel de parede. Depois dos móveis faltava a decoração. O tema não podia ser outro: A ursa bailarina. Ela decorava os pequenos quadros na parede, aparecia nas cortinas e preenchia o berço enquanto sua bebê não chegava. Tudo lindo e delicado como sempre sonhou para sua filha.
            O quarto estava ficando lindo. No fim, Edward concordou que não ia conseguir colocar o papel de parede, mas não abriu mão de fazer tudo sozinho nos móveis. Agora ali estavam, ela sozinha na sala da casa por horas e ele trancado no quarto, tentando resolver a montagem. A solidão foi tanta que Bella resolveu fazer um almoço caprichado, sem ele saber que ela não estava descansando. Bom, agora eram 11h, o almoço estava no forno e ela foi ao encontro de Edward. Viu o quarto relativamente em bom estado. O berço estava montado e a cômoda já tinha algumas gavetas no lugar. A poltrona de amamentação estava em um canto e ainda havia algumas caixas que deviam pertencer ao trocador, suporte para banheira e armário.
            - Olá. Quem sabe uma parada para descanso? Ou uma colaboração?
            - Nem pensar! – Mas logo percebeu que ela já estava abrindo uma das caixas. - Bella, eu disse não.
            - Eu não estou pegando peso e quero ajudar.
            Ficaram ali durante algum tempo conversando e rindo das bobagens que faziam. Falaram das fotos que teriam de fazer para Alice e Esme verem o quarto e do fato de Alice praticamente entrar em depressão quando descobrir que não será ela a decorar o quarto.
            - Ela parecerá uma hora dessas, cheia de presentes. – Edward disse.
            - Eu sei, e não me importo. É bom saber que minha pequena será bem recebida por alguém. – Ela disse antes de pensar.
            - Bella, você sabe que eu a tratarei bem.
            - Não Edward, não estou falando de você. Hoje eu já tenho segurança de que ela terá pai. Falo de tios e avós. Com os maternos ela não poderá contar, então é bom que Alice e Esme supram todos os paparicos.
            - Não teve nenhum contato?
            - Nada. Eu liguei e até consegui trocar duas palavras com Mike, mas ele nem deu atenção. Só pude dizer que estava aqui.
            - Não ligou para seus pais?
            - Ao ouvir minha voz meu pai desligou o telefone e minha mãe faz tudo o que ele quer.
            - E porque isso? – Era o contrário de sua situação, pensou. Bella largou tudo pela filha, enquanto sua mãe se afasta dela para agradar o marido. – Sempre falou que ela foi uma boa mãe.
            - E foi. Mas no fundo ela deve concordar com ele.
            - Eu não ajudei muito com isso, certo?
            - Eles já estavam irritados comigo. Mas saber que eu casei com um inglês que eles nem conheciam piorou tudo um pouco.
            - E será que nem a neta amolece o coração deles?
            - Não sei. Mas eu ando pensando em ir em Forks. Quero que conheça o lugar onde cresci, minha escola, a floresta que era quase meu quintal, a campina onde fazia piquenique.
            - Podemos ir.
            Foram conversando enquanto iam montando as peças que faltavam e quando perceberam o cheiro de queimado já invadia o quarto. Quando Bella se deu conta do que poderia ser, saiu correndo pela casa.
            - Não corre Bella.
            - Meu rosbife! Tá queimando...como pude esquecer.
            Edward foi correndo atrás de Bella para evitar algum acidente e encontrou a cozinha totalmente arrumada, a mesa posta com saladas e uma nuvem de fumaça que denunciava o estrago no prato principal. Na hora sua primeira reação foi rir, afinal sua mulher era uma cozinheira fantástica, apesar de atrapalhada e aquilo nunca tinha acontecido. Mas ao olhar para ela, viu que Bella estava chorando.
            - Não faço nada certo! – Ela disse com as lágrimas já escorrendo. – Tanto trabalho pra nada, estraguei tudo.
            - Não é pra tanto amor, calma. – Ele falou afagando seu cabelo. - Nós podemos pedir uma pizza.
            - Eu sei, mas em não queria almoçar pizza quando fiz rosbife. E eu sei fazer, sei cozinhar. – Ela enxugou as lágrimas rapidamente. – Droga, minha filha deve achar que sou louca, além de péssima cozinheira.
            - Não vai não. Agora vai tomar um banho enquanto eu cuido de tudo aqui e peço a pizza.

            Depois de comer, agora com Bella se divertindo com a situação, Eduard falou que iria descer com todas aquelas caixas de papelão. Enquanto isso Bella foi arrumar a louça, para depois poderem terminar o quarto. Mas ao voltar ao apartamento Edward encontrou sua esposa debruçada sobre a mesa, com uma das mãos tentando tocar a parte baixa das costas.


            - O que houve Bella?
            - Nada, não se preocupe. É apenas o peso que às vezes incomoda.
            - Sim, principalmente depois de passar a manhã trabalhando.
            - Não seja chato Edward Cullen.
            - Quer uma massagem? – Ele viu Bella tentando encontrar uma desculpa para dizer não. – Deixe de bobagem, vai te fazer bem.
            - Sim, mas...
            -Mas nada. Vá para o quarto, fique bem confortável e aguarde uns minutos. Eu vou arrumar as coisas aqui e já vou.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Amor Sem Limites - Capítulo 3: Um segredo no ar






            São 6h45min e meu coração está batendo descompassado. Não posso mentir para Edward e fingir que sou uma adolescente comum, mas também sei que se lhe contar toda minha história, não terei chance alguma com ele. E não quero perder Edward Cullen. Ele foi o único garoto a despertar algo em meu coração. Omitir não é mentir, certo? Apenas alguns segredinhos não farão diferença. Depois, com o tempo, eu conto.
            As 7hs em ponto a campanhinha toca. Corro para atender, mas Charlie chega antes. Ótimo...agora ele faria o interrogatório.

            - Bemm Edward...então você quer levar Bella ao cinema?
            - Sim, Sr. Swan. Pode ficar tranquilo, eu a trarei em segurança para casa.
            - A que horas?
            - Aaaaa as 11hs...está bom?
            - É claro Ed! – Eu interferi da forma mais animada possível para Charlie compreender que não devia se meter nisso. Não posso deixá-lo assustar o único rapaz com quem já desejei sair.
            - Bem...bom cinema então. – Foi só o que papai disse.

            - Ele é linha dura hemm? – Disse Edward assim que arrancou com o carro.
            - Sim, um pouco.
            - Eu entendo. Você é a garotinha deles...se fosse minha, eu também a protegeria de qualquer coisa.

            Estranho, ele pareceu tão mais velho falando isso. Tão protetor, tão homem, tão Edward.

            - É...então estou bem protegida. – Brinquei.
            - Bella...e a sua mãe? Eu não a conheci.

            Assuntos complicados. Bom...tudo eu não poderia esconder.

            - Ela não está conosco Edward. Eu tenho de te contar uma coisa...Charlie não é meu pai e dos garotos...não de sangue ao menos. Ele nos adotou quando tivemos alguns problemas em casa.
            - Alguns problemas?
            - Sim...Edward, desculpe, mas não quero falar disso. – Será que ele ia me querer ainda? – Se você quiser desistir e me levar de volta pra casa eu vou entender.

Ele sorriu lindamente...um sorriso torto, leve e feliz.

            - Desistir de sair com você por ser adotada? Acho que não Bella. Aliás devo lhe dizer que eu e meus irmãos também não somos filhos de sangue de Carlisle e Esme. Cada um de nós tem pais deferentes.
            - Eu já sabia...ouvi comentários.
            - Sim, as pessoas adoram comentar sobre isso. Mas então, se sabe que sou adotado também, porque achou que ia te desprezar por isso?
            - Mas vocês cresceram com Esme e Carlisle. Eu não. Eu e meus irmãos fomos adotados apenas há três anos.
            - Só isso? Seus pais morreram em algum acidente, é isso?
            - Não...Edward vamos mudar de assunto?

            Ele me observou por algum tempo.

            - Se você prefere assim.

            O filme foi bom, era uma comédia romântica daquelas bem bobinhas e que os garotos costumam odiar. Eu fiquei feliz em estar ali, nunca tinha estado assim com um garoto.
            Vi quando Edward se aproximou e deixou a sua mão sobre a minha. O casal, na tela grande e iluminada a nossa frente, se beijava ao som de uma linda música e senti que Edward também queria um beijo.

            - Tenho que pedir para te beijar?
            - Não, só beija. – Eu respondi e fechei os olhos.









            Eu gostei do beijo. Era doce, gentil, não machucou minha boca como...Melhor não lembrar dele nem de nada do que acontecia.
            Quando me levou para casa Edward fez uma pergunta que me deixou feliz, mas também nervosa.
           
            - Amanhã cedo te pego pra levar pra aula. Pode ser?
            - Não precisa. Meu pai pode me levar.
            - Eu posso também. O NAMORADO pode fazer isso, né?
            - O que disse? – Eu me surpreendi.
            - Você quer ser a minha namorada Bella?
            - Aaaa eu...sabe o que é Edward...é que...
            - Ei, tudo bem Bella. Se não quer ok, eu posso entender.
            - Não! Não é que eu não goste. É que...é complicado. Tem coisas que você não sabe.
            - Então me conta. – Mas ele respirou profundamente e se afastou. – Você não precisa responder agora Bella. Amanhã.
            - Tá bom. A gente se fala na escola.
            - Eu te pego pra te dar carona.
            - Eu falei que...
            - Uma carona de amigo. Isso eu posso né?

            Me olhando assim, meigo, e com o sorriso torto mais lindo que já vi. Impossível dizer não.

            - Te espero então.

            Inferno! Com isso eu não contava. Vim para essa cidade fria e úmida na ânsia de encontrar meu filho. É nisso que tenho de me concentrar. Mas aí Edward Cullen chega e me quer como sua namorada. Como vou procurar e lutar por meu bebê tendo esse segredo pairando entre eu e meu suposto namorado? E lhe dizer o que? ‘Ed eu sou sua namorada então você será o papai de bebê que tive de meu padrasto? Só que antes você terá de me ajudar a encontrar meu filho. Ele foi sequestrado e achamos que está aqui em Forks.’ Não posso jogar isso tudo nos ombros dele.
            Essa indecisão me fazia chorar sobre o travesseiro naquela noite. E foi assim que Charlie me encontrou.

            - O que há Bella? O que aquele garoto lhe fez?
            - Nada pai! – Como ele era super protetor. – Ele quer ser meu namorado.
            - Humm e você? Quer ser namorada dele?
            - Quero...mas não posso.
            - Porque Bella?
            - Eu sou mãe e nem meu bebê tenho! Quando eu contar tudo pra ele, o Ed sai correndo com vergonha de mim. – Disse e comecei a chorar ainda mais.
            - Não diga bobagens Bella. Se ele gosta de você, vai apoiá-la.
            - Não pai! Ele não precisa disso tudo.
            - Você tem de contar filha e deixar que ele escolha. Não pode fazer nada sem contar a verdade toda para Edward. Isso é um direito desse garoto.
            - Mas pai! – As lágrimas ainda rolavam.
            - Chega Bella....agora se acalme e vá dormir. Amanhã teremos um dia cheio.