domingo, 23 de setembro de 2012

Por Um Filho - Cap 11: Instinto de Proteção - Parte II





Quando entrou na sala Edward viu Bella já deitada e uma enfermeira estava para iniciar o exame.  Martha assumiu seu posto e começou a passar o gel no ventre bem arredondado. Só neste momento percebi que jamais havia visto a barriga nua, Bella sempre estava com batinhas largas e apenas agora percebia a real mudança de seu corpo. Linda era pouco!
            - Bom. Vamos lá bebê, vamos acalmar o coração dessa mamãe. – A médica falava enquanto passava o aparelho na barriga de Bella. – Não precisa se preocupar. Está tudo perfeito.
            - Está mexendo muito.
            - E o que você queria? Depois de um susto desse.
            - Até o batimento cardíaco deve estar acelerado. Já vamos ouvir.
            - Mamãe não vai mais fazer isso filho. Prometo. – Ela disse em uma docilidade.
            - Assim espero. – A médica brincou e logo uma batida rápida e insistente tomou o ambiente. Era chocante.
            - Minha nossa. – Praticamente gritei.
            - Emocionante não Papai? Ele bate forte, quer viver.
            - É fantástico, já conseguiu ver o que é?
            - Tenho quase certeza. – Ela mexeu no aparelho mais um pouco. – Sim, é isso.
            - Fale!
            - Tanto se escondeu, porque é tão teimosa quanto a mãe. Já consigo imaginá-la parecida com você, Bella.
            - Uma menina, uma princesinha. – Ela alisava o ventre.
            - E você Edward? Não diz nada? – Eu estava tentando, mas nenhuma palavra deixava minha boca.
            - Eu... não sei o que dizer. Bom Bella, era o que você queria certo? Uma menina que não tivesse nada haver comigo.
            - Edward, vamos conversar depois. Martha não tem de ouvir isso e eu estou muito feliz com minha Princesa para arriscar uma briga.
            - Exatamente! – A médica interveio. – Agora a senhora voltará para o quarto e dormirá.
            - Quanto tempo terei que ficar aqui?
            - Alguns dias. Mas não tenha pressa. Vai pra casa, mas manterá uma rotina bem parecida com a daqui. Cama Isabella.
            - Mas...
Um olhar de Martha fez ela se calar. Eu sabia que não seria fácil manter Bella em casa, principalmente sem morar junto dela. E tinha o serviço. Seria uma ótima forma de afastá-la do escritório, ela não podia continuar trabalhando. Antes de chegar a alguma solução a médica pediu que eu a acompanha-se ao consultório enquanto Bella seria levada ao quarto.
- Eu já te encontro lá. – Disse a minha esposa e saí.


- Bom Edward, você imagina o que quero falar?
-Não. – Menti.
- Ok. Quero colocá-lo a par do que se passa com Bella. Em seu quadro clínico, como médica e em seu estado emocional, como amiga.
- Ela disse que está tudo bem.
- Bella mente até para ela mesma.
- Ela está doente?
- Está com índices de pressão muito acima do normal. Isso é muito arriscado. Eu tentei convencê-la a não morar sozinha, mas sabe o que ela me respondeu?
- Não.
- Que no futuro seriam apenas ela e o bebê, então deveria se acostumar desde já.
- Eu não sei como me desculpar, eu deveria ter estado aqui, mas...
- Edward...a medicina tende a deixar as pessoas duras e talvez eu seja severa demais com você agora. Mas não tenho alternativa. Não tenho condições de ficar ouvindo seus problemas passados Edward. Melhor contratar um psiquiatra, se for o caso.
            - Vamos nos restringir a Bella, por favor.
            - Sim, Bella não assumirá, mas tenho certeza de que ela não perdeu o equilíbrio, sua esposa perdeu os sentidos e caiu da escada. Obviamente, ela nem deveria estar lá encima.
            - Não é normal grávidas desmaiarem?
            - Não no caso dela.
            - Ok. O que posso fazer?
            - Em primeiro lugar, deixar claro que ela não está sozinha.
            - Já fiz isso.
            - Mas terá de encontrar uma forma para ela acreditar. O fato de não ter lhe contado seu real estado, indica que isso ainda não aconteceu.
            - Ok. O que mais?
            - Cuide para que siga as indicações médicas à risca, não a deixe nervosa e nunca a deixe sozinha.
            - E isso garante que ambas passarão bem pelo fim da gravidez?
            - A saúde não é tão exata assim Edward, mas são atitudes decisivas.
            - Quanto tempo ela ficará aqui.
            - A queda realmente não foi grave.  Quero apenas que fique aqui até estabilizar a pressão. No máximo uns cinco dias.
            - É o suficiente.
            - Para que?
            - Quero poder recebê-las bem.
            - Isso é bom. Bella estava precisando de alguém para cuidar dela. – Eu ia saindo da sala. – Edward, é bom ouvir você falando preocupado com ambas. Agora vá...talvez pegue Bella acordada.

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