domingo, 30 de setembro de 2012

Por Um Filho - Capítulo 12: Mimos, muitos mimos







POV Bella

            Todos ficavam à minha volta perguntando o que eu estava sentindo, se tinha calor ou frio, se podiam fazer algo para me agradar. Mas não era possível. Tudo que podiam fazer foi feito. Jack, Seth e Ângela ficavam horas fazendo companhia e repetindo que tudo ficaria bem. Eu sei que ficará, seria crueldade demais perder minha menina depois de desistir de tudo por ela.
            Até Edward ficou muito tempo ao meu lado. Ele não gostava de encontrar com meus amigos e vivia trocando farpas com Jack, mas procurava não brigar para me agradar. Isso é o que mais a incomodava em estar no hospital, todos sempre tinham cuidado ao falar, evitando assuntos críticos. Mas Edward não ficava o tempo todo. Ele passou cada uma das cinco noites ali, ao meu lado, mas cedo ia embora dando uma desculpa qualquer. Será que estava com tantos compromissos aqui nos EUA? Ela não gostava de perguntar, afinal não estavam mais juntos, mas se corroia de curiosidade para saber o que era mais importante do que estar ali. Ainda mais agora que Edward resolveu bancar o pai do ano.
            Estava clara sua intenção de ficar até ela se convencer a ir embora para Londres, mas e depois? Ele odiou sua filha com tanta força que não conseguia acreditar naquele amor. Ele agora esta preocupado, já que Martha não havia conseguido manter a boca fechada. Ela como paciente tinha o direito de manter seu estado em segredo. Ou não? Desde o início soube que sua pressão estava um pouco acima da ideal e vinha tomando as precauções necessárias, tomando todos os remédios e se mantendo longe de problemas. Tinha também uma reserva de dinheiro caso uma internação fosse necessária. Algo que agora seria necessário, se Edward não estivesse ali para olhá-la como um cão raivoso somente na hipótese dela reembolsá-lo do pagamento. Não queria ficar devendo nada a ele! Mas não teve alternativa. Mas o problema de saúde não tirava sua certeza de que a bebê estava bem, seria teimosa como a mãe e sairia dessa situação.
            Durante a semana no hospital, muitos presentes e buquês de flores chegaram. Edward e Jack pareciam competir e seu quarto estava muito próximo de uma floricultura. Alguns amigos também trouxeram roupinhas, agora todas cor de rosa, e alguns brinquedos. Olhou para o lado e pegou um dos presentes mais lindos e mais inúteis também, mas valia a intenção. Afinal, mãe e pai têm o direito de comprar por impulso. Ela gargalhou ou ver o sapatinho que Edward trouxe:





            - É lindo. – Disse emocionada. – Pena que não vai poder usar tão cedo.
            - Por quê? Não vai deixar ela usar o que eu estou dando? – Ele abaixou os olhos. – Aposto que com os presentes do Jacob não fará isso!
            - Deixe de ser implicante Edward. É claro que ela usará, já disse que é lindo. Mas demorará um pouco. Já viu o tamanho desse pezinho?
            - É pequeno!
            - Para você. Mas para ela será grande. Está escrito aqui embaixo, é para bebês de um ano.
            - Será que tem para recém nascida? Eu troco. – Disse todo empolgado.
            - Não precisa. Ela usará, apenas temos de ter paciência. E ela já tem sapatinhos demais para recém nascida. Sua irmã comprou o estoque inteiro. – Ele riu e eu pensei no quão perfeitos eram os meus dias quando estávamos assim, só os dois em nosso apartamento e ele sorria comigo em seus braços.
            - Eu tive que avisar o que aconteceu. Não duvido de em breve abandonarem Carlisle cuidando de tudo e chegarem para ficar definitivamente cuidando de você.
            - Eu prefiro que não venham Edward. – Vi que sua expressão mudou. -  Não me leve a mal. Podem visitar, mas se mudar para cá eu não acho legal. Quero ter minha vida, com minha filha.
            - E a nossa vida, com nossa filha, como fica?
O silêncio pairou por uns instantes.
            - Eu não sei Edward. Eu não tenho certeza do que fazer e minha prioridade agora é colocá-la no mundo com saúde.
            - Ok, descanse. Tenho que resolver algumas coisa e volto mais tarde para levá-la para casa. Tudo bem?
            - Tudo.

            E agora eu estava pronta para ir embora. Já tinha trocado de roupa e esparava sentada. Jack também se ofereceu para me levar, mas eu recusei. Não queria desmerecer o esforço de Edward, afinal ele estava tentando. Quando ele entreou no quarto estava lindo e novamente sorridente, mas misterioso do que andava aprontando.
            - Vamos?
            - Sim, mal posso esperar para outras paredes que não as desse quarto.
            - Então vamos. Sem nehuma dor? Consegue andar até o carro ou quer que te carregue?
            - Claro que posso andar Edward. – Por mais tentador que fosse.

            A viagem foi rápida e confortável e Edward foi todo melindroso ao prender o cinto de segurança com medo de que pegasse no lugar onde bati a barriga, por ainda estar um pouco roxo. Cheguei no condomínio e algo não me passou despercebido. Ele e o porteiro pareciam esconder algo. Impossível, pensei. Edward este aqui uma ou duas vezes, jamais trocaria mais do que bom dia com esse homem. Mas então tive a confirmação de que algo estava errado ali.

            - Tudo certo patrão!
            - Patrão? – Perguntei para Edward quando estávamos no elevador.
            - Ele é gente boa. – Edward desconversou.
            - É o mesmo que o deixou indignado por não estar na portaria na primeira vez que esteve aqui.
            - Digamos que hoje eu o considero mais. Agora esqueça isso.

Quando chegamos ao andar certo fui em direção ao apartamento e vi outra porta, esta maciça e com fechadura  muito mais sofisticada.

- Resolveu assim a questão da segurança? – Ele tinha que aprender a não resolver coisas de sua vida sem ela saber. – Edward eu não pedi que fizesse isso.
- Mas era necessário Bella. Veja, tiveram que arrombar a porta para você ir ao hospital, graças às suas estripulias aliás, então tive que instalar outra. Escolhi essa. Algum problema nisso?
- Não,  nemhum. – A não ser o fato de ainda desconfiar de mais novidades..

Edward destrancou a porta, mas antes de abrir se virou e disse:

- Por favor Bella, encare com o coração aberto, sim? – O que ele tinha feito?

Quando ele finalmente abriu, vi a que se referia e fiquei em choque.
 

domingo, 23 de setembro de 2012

Por Um Filho - Cap 11: Instinto de Proteção - Parte II





Quando entrou na sala Edward viu Bella já deitada e uma enfermeira estava para iniciar o exame.  Martha assumiu seu posto e começou a passar o gel no ventre bem arredondado. Só neste momento percebi que jamais havia visto a barriga nua, Bella sempre estava com batinhas largas e apenas agora percebia a real mudança de seu corpo. Linda era pouco!
            - Bom. Vamos lá bebê, vamos acalmar o coração dessa mamãe. – A médica falava enquanto passava o aparelho na barriga de Bella. – Não precisa se preocupar. Está tudo perfeito.
            - Está mexendo muito.
            - E o que você queria? Depois de um susto desse.
            - Até o batimento cardíaco deve estar acelerado. Já vamos ouvir.
            - Mamãe não vai mais fazer isso filho. Prometo. – Ela disse em uma docilidade.
            - Assim espero. – A médica brincou e logo uma batida rápida e insistente tomou o ambiente. Era chocante.
            - Minha nossa. – Praticamente gritei.
            - Emocionante não Papai? Ele bate forte, quer viver.
            - É fantástico, já conseguiu ver o que é?
            - Tenho quase certeza. – Ela mexeu no aparelho mais um pouco. – Sim, é isso.
            - Fale!
            - Tanto se escondeu, porque é tão teimosa quanto a mãe. Já consigo imaginá-la parecida com você, Bella.
            - Uma menina, uma princesinha. – Ela alisava o ventre.
            - E você Edward? Não diz nada? – Eu estava tentando, mas nenhuma palavra deixava minha boca.
            - Eu... não sei o que dizer. Bom Bella, era o que você queria certo? Uma menina que não tivesse nada haver comigo.
            - Edward, vamos conversar depois. Martha não tem de ouvir isso e eu estou muito feliz com minha Princesa para arriscar uma briga.
            - Exatamente! – A médica interveio. – Agora a senhora voltará para o quarto e dormirá.
            - Quanto tempo terei que ficar aqui?
            - Alguns dias. Mas não tenha pressa. Vai pra casa, mas manterá uma rotina bem parecida com a daqui. Cama Isabella.
            - Mas...
Um olhar de Martha fez ela se calar. Eu sabia que não seria fácil manter Bella em casa, principalmente sem morar junto dela. E tinha o serviço. Seria uma ótima forma de afastá-la do escritório, ela não podia continuar trabalhando. Antes de chegar a alguma solução a médica pediu que eu a acompanha-se ao consultório enquanto Bella seria levada ao quarto.
- Eu já te encontro lá. – Disse a minha esposa e saí.


- Bom Edward, você imagina o que quero falar?
-Não. – Menti.
- Ok. Quero colocá-lo a par do que se passa com Bella. Em seu quadro clínico, como médica e em seu estado emocional, como amiga.
- Ela disse que está tudo bem.
- Bella mente até para ela mesma.
- Ela está doente?
- Está com índices de pressão muito acima do normal. Isso é muito arriscado. Eu tentei convencê-la a não morar sozinha, mas sabe o que ela me respondeu?
- Não.
- Que no futuro seriam apenas ela e o bebê, então deveria se acostumar desde já.
- Eu não sei como me desculpar, eu deveria ter estado aqui, mas...
- Edward...a medicina tende a deixar as pessoas duras e talvez eu seja severa demais com você agora. Mas não tenho alternativa. Não tenho condições de ficar ouvindo seus problemas passados Edward. Melhor contratar um psiquiatra, se for o caso.
            - Vamos nos restringir a Bella, por favor.
            - Sim, Bella não assumirá, mas tenho certeza de que ela não perdeu o equilíbrio, sua esposa perdeu os sentidos e caiu da escada. Obviamente, ela nem deveria estar lá encima.
            - Não é normal grávidas desmaiarem?
            - Não no caso dela.
            - Ok. O que posso fazer?
            - Em primeiro lugar, deixar claro que ela não está sozinha.
            - Já fiz isso.
            - Mas terá de encontrar uma forma para ela acreditar. O fato de não ter lhe contado seu real estado, indica que isso ainda não aconteceu.
            - Ok. O que mais?
            - Cuide para que siga as indicações médicas à risca, não a deixe nervosa e nunca a deixe sozinha.
            - E isso garante que ambas passarão bem pelo fim da gravidez?
            - A saúde não é tão exata assim Edward, mas são atitudes decisivas.
            - Quanto tempo ela ficará aqui.
            - A queda realmente não foi grave.  Quero apenas que fique aqui até estabilizar a pressão. No máximo uns cinco dias.
            - É o suficiente.
            - Para que?
            - Quero poder recebê-las bem.
            - Isso é bom. Bella estava precisando de alguém para cuidar dela. – Eu ia saindo da sala. – Edward, é bom ouvir você falando preocupado com ambas. Agora vá...talvez pegue Bella acordada.