terça-feira, 21 de agosto de 2012

Por Um Filho - Cap 6: Hora da Partida







POV Edward

            Algo me dizia que o certo era fazer ao menos uma tentativa. Não sabia bem como, mas tinha de tentar manter algum contato com Bella. O problema era encontrar uma forma de ficar perto dela e longe da criança. Impossível! Se ela estava desesperada para ser mãe a ponto de me enganar, de fazer essa farsa, nada a faria se separar do bebê. Mas talvez conseguissem uma alternativa aceitável como ter pouco contato ou ...não nada disso ela topará. O que Alice disse ainda ecoava em sua mente: Mas deixa, que se o mundo for justo ela vai encontrar um gato, bronzeado, gostoso, lindo e bom de cama e vai te mandar pastar! Isso parecia TÃO errado. Bella era sua mulher e de ninguém mais. Tinha que ao menos tentar conversar com ela.
Resolveu ir ao trabalho de Bella.

Quando chegou ao estúdio percebeu o tanto de tempo que ignorou o lugar. Sempre pensou na profissão de sua esposa como prazer e não trabalho. Bella nunca precisou daquilo para se sustentar. O pai era bem financeiramente e após casados ela não tinha responsabilidade alguma nas despesas da casa. A criação e manutenção do estúdio era seu sonho e ele gostava dela ter algo para se ocupar. Em uma das paredes viu uma foto tirada anos antes, no dia da inauguração, quando Bella e ele dançaram tango juntos.


Lembrei das horas que passamos em exaustivos ensaios. Eu nunca fui um bailarino profissional, mas não quis nenhum outro sendo seu par em noite tão especial. Então se preparou para não fazer feio. Em agradecimento, Bella usou o mesmo vestido vermelho da noite em que me conquistou e ele pôde enfim retirar aquela peça de seu corpo. Uma noite inesquecível.
Quando cheguei, vi que algumas turmas estavam em aula e me surpreendi com a elegância da decoração e na quantidade de alunos que avistei. Ao que parecia ela era bem sucedida.  Então porque ir embora?Ele era o único motivo. Passou reto por Jéssica e foi procurar Bella. Encontrou-a fazendo alongamento em uma barra.
- Que quer aqui?
- Conversar.
- Será que ainda temos algo para fala?
- Acho que sim. Podemos ir a um lugar mais reservado?
- Sim. – Quando chegaram a sala da diretoria ela continuou. – Fale de uma vez.
- Quero saber por que vai embora. Alice disse que irá voltar para seu país. Eu sou o único motivo? – Fui direto.
- Não tenho que dar explicações!
- Tem sim, ainda não estamos separados. – Droga. Não era o que gostaria de dizer. – Vai dificultar o divórcio.
- Quer saber. – Bella estava mais amarga. – Problema seu! Mande seu advogado ir atrás de nós nos EUA. Não vou pensar minha a partir dos seus planos. Quer o divórcio? Se responsabilize por ele.
- Mas você já tem uma vida estabilizada aqui! – Ele voltou a perder o controle. – Será que não vê? Essa criança nem nasceu e já destruiu a nossa vida.  Você está abandonando tudo por nada!
- Cala a boca! – Ela pegou um cinzeiro e atirou em Edward. Passou bem perto de seu ombro. – Nada é o que você sente por nós duas. Escute bem o que vou te dizer Edward. Nunca mais chame meu bebê de ‘essa criança’. Eu desejei, eu sonhei com ela por muito tempo para você tratá-la como qualquer coisa. Eu vou embora e quando tiver os papéis você fará com que eles cheguem até mim. Tenho certeza que encontrará uma forma. E eu também tenho um papel para você assinar.
- O acordo da pensão?
- Não. – Ela riu sarcástica. – Pedi que meu advogado redija um documento onde você abre mão de qualquer direito de ver ou poder de decisão quanto ao bebê.
- Acha realmente que eu irei solicitar visitas a essa criança? Só trouxe problemas.
- Chega! Pare de colocar nela responsabilidades suas.
- Nela? Já sabe o que é? - Isso era possível?
- Não te interessa?
- Sabe ou não sabe?
- Não, não sei. Mas torço para ser menina. Se for um garotinho, provavelmente terá sua cara. E seria muita injustiça eu ser obrigada a olhar para ela pela vida toda. Não quero que tenha nada seu!
- Terá o sangue. Eu não tive escolha. – Fui cruel, mas falei sem pensar.
Edward se esforçou para lembrar o real motivo se estar ali. Convencê-la a não ir embora. Se continuasse assim, ela iria ainda hoje ao aeroporto.
            - Olhe, talvez essa não seja a única alternativa. Talvez possamos encontrar uma forma de você viver aqui, mesmo sem estarmos juntos.
            - Para que?
            - Ora, você não precisa mudar toda sua vida e Alice e minha mãe estarão por perto se precisar de algo. Eu nunca vou querer contato com essa criança, mas...
            - Já disse para não falar assim. – Ela gritou.
            - Que seja. Eu nunca vou querer contato com seu filho, mas isso não significa que precisamos nos afastar tanto. Eu compro um ótimo apartamento para você, com tudo, mobiliado, com carro na garagem e no bairro que escolher. Você vive lá e nós podemos encontrar uma forma de...
            - Não termina essa frase se não quiser que eu atire tudo que está sobre esta mesa em você. – Vi Bella ficar vermelha. – Pode colocar a vagabunda que quiser para morar nessa casa. Nós, eu e meu bebê, não precisamos de você. E mesmo sem precisar dar explicações, vou dizer para que assim vá embora de vez. Eu decidi vender o estúdio por outra razão além de você. Ele será reestruturado e eu não quero investir nisso.
            - Não quer ou não tem o dinheiro? – Droga! Eu tenho dinheiro de sobra. Posso resolver isso.
            - O estúdio não é minha prioridade agora.
            - Claro, só uma coisa é prioridade agora.
            - Sim, só meu bebê.
            - E como pretende se sustentar?
            - Se eu falar vai embora? – Ele apenas assentiu. – Vou fazer como qualquer um, trabalhar. Com o dinheiro da venda aqui compro um apartamento e depois retorno a vida normal. Eu sobrevivi sem marido rico por muitos anos.
            - Acredita realmente que alguém vai te dar emprego grávida?
            - Seu otimismo é comovente, mas já chega. – Ela só questionou mais uma coisa. – Vai assinar o documento abrindo mão dela?
            - Quando formos legalizar o divórcio eu assino isso. – E saiu do escritório e da vida de Bella.

POV Bella

            De volta para casa. Bom, não era bem a sua cidade, mas era próximo. E tinha o mesmo clima terrível. Não se mudou para Forks para não encontrar seus pais, afinal agora queria paz para trazer seu bebê ao mundo. Tinha decidido parar de chamá-lo de menina, afinal ele poderia ficar ofendido se estivesse enganada. Era momento de vida nova. Alimentou muitas esperanças e errou em todas. A gota d’água foi Edward dizer que assinaria o documento abdicando do filho. Por um instante acreditou que ele iria ao menos pensar. Mas não, ele não titubeou.
Tinha comprado um apartamento em Port Angeles por ali ser distante o suficiente para não encontrar com Charlie e também porque foi lá onde conseguiu trabalho. Apesar de jamais assumir para Edward, sempre soube que seria impossível viver da dança nos próximos tempos. Mas tinha amigos e dos mais maravilhosos que há no mundo. Jacob e Seth eram seus amigos desde a infância e lhe ofereceram para trabalhar como secretária do escritório deles. Ambos eram irmãos, cursaram direito e, ao que parecia, a sociedade estava indo muito bem.
- AAAAAAA Bella, há quanto tempo. – Jack a abraçou e girou levando-a junto. Que bom te ver.
- Calma Jack. Não esquece que temos uma gravidinha na equipe agora. – Ele também me abraçou. – Tem até uma barriguinha aparecendo.
- É mesmo. – Jack se surpreendeu. – Conseguiu ficar ainda mais bonita.
- Assim vou ficar encabulada. Já basta o tanto que tenho de agradecer por me deixarem trabalhar aqui assim.
- Não seja boba. Todos vão te adorar.

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